Fonte: BBC News Mundo
O Japão aprovou dia 13 de abril de 20201 um polêmico plano para despejar no mar mais de um milhão de toneladas de água contaminada da usina nuclear de Fukushima, que foi destruída por um tsunami em 2011. A água será tratada e diluída para que os níveis de radiação fiquem abaixo do limite aceitável para a liberação.
O governo japonês diz que o despejo dessa água começará em dois anos. A aprovação final vem após anos de debate e deve levar décadas para ser concluída.
Atualmente, a água radioativa é tratada por meio de um complexo processo de filtração que remove a maioria dos elementos radioativos. Mas não consegue filtrar todos: o trítio, por exemplo, ainda fica presente.
O material pode causar perigo de radiação quando ingerido através de alimentos ou água, mas não é prejudicial em pequenas quantidades, em seguida, a água é armazenada em grandes tanques. O problema é que a operadora da usina, Tokyo Electric Power Co (TepCo), está ficando sem espaço. Até 2022, esses tanques devem estar repletos.
O Japão argumenta que o despejo de águas residuais é seguro, pois ela é processada para remover quase todos os elementos radioativos e, em grande parte, permanecerá diluída. O plano é apoiado pela Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA), que afirma que o lançamento é semelhante ao descarte de esgoto em outras usinas ao redor do mundo.
Grupos ambientalistas como o Greenpeace e a indústria pesqueira do país há muito tempo expressam sua oposição ao descarte dessa água no oceano.
A decisão também atraiu críticas de vizinhos dos japoneses. Antes de o plano ser aprovado, o chanceler sul-coreano disse lamentar a decisão.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, também pediu ao Japão que “aja com responsabilidade”.