Firmar um acordo histórico para deter e reverter a perda da biodiversidade. Esse é o eixo central da Conferência da Biodiversidade (COP15), que começa hoje e se estende até o dia 19 de dezembro, na cidade de Montreal, no Canadá. Para debater o tema, o evento reunirá governos de todo o mundo para acordar um novo conjunto de metas e objetivos para guiar esta ação global até o ano de 2030.
Os ecossistemas que sustentam o planeta e suas espécies estão em declínio. Hoje, menos de 17% da terra e 8% dos oceanos em todo o mundo são áreas protegidas onde a biodiversidade está a salvo de desmatamento, exploração ou poluição. A vida na Terra depende de ar puro, alimentos e um clima habitável. A economia global também é dependente da natureza e do seu bem-estar. Mais da metade do PIB global, o equivalente a 41,7 trilhões de dólares, depende de ecossistemas saudáveis.
No entanto, já existem um milhão de espécies vegetais e animais ameaçadas de extinção, representando a maior perda desde os dinossauros. Existem cinco principais causadores diretos da perda da natureza: mudança no uso do mar e da terra; superexploração dos organismos; mudança climática; poluição; e espécies exóticas invasoras e suas causas subjacentes, como consumo e produção insustentáveis.
Com mais de 20 objetivos de propostas, a estrutura preliminar da COP15 abordará esses cinco temas. O evento ocorre a cada dois anos e 2022 é particularmente importante, já que um novo quadro global de biodiversidade deverá ser adotado, e será o primeiro desde as Metas de Biodiversidade de Aichi em 2010.
Naquele ano, durante a COP10, governos se propuseram a cumprir as 20 Metas de Biodiversidade de Aichi até 2020, incluindo a redução pela metade da perda de habitats naturais, e implementação dos planos para consumo e produção sustentáveis. Entretanto, um relatório de 2020 da CDB aponta que nenhuma dessas metas foi totalmente atingida. Chegar a um acordo em Montreal — e cumpri-lo — é crucial para o futuro da humanidade e da natureza.