A coleta de descartes irregulares consumiu exatos R$ 7.019.863,63 dos cofres públicos do Distrito Federal nos três primeiros meses de 2023. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) recolheu, de janeiro a março, 160.089 toneladas de resíduos nas vias da capital do país. Para além do prejuízo financeiro, a prática de jogar lixo nas ruas traz impactos ambientais, transtornos à população e problemas para a saúde pública.
Pequenas embalagens de alimentos, papéis e tocos de cigarro descartados irregularmente, por exemplo, podem provocar alagamento nas ruas. Levados pelo vento e pela chuva, esses materiais acabam entupindo bocas de lobo, impedindo a drenagem da água. Só neste primeiro trimestre, 5.706 toneladas de resíduos leves foram recolhidos com varrição e catação em áreas públicas, um custo de pouco mais de R$ 3,5 milhões.
“Já os materiais volumosos, como móveis velhos e restos de construção civil, atraem animais peçonhentos como os escorpiões e propiciam o acúmulo de água, colaborando para a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito causador de doenças como dengue, chikungunya e zika”, explica a engenheira ambiental do SLU Mayara Menezes. “Além disso, alguns resíduos podem se decompor e contaminar o solo”, completa.
A retirada de móveis abandonados em áreas públicas é feita de forma manual – os garis do SLU coletaram 5.497 toneladas de volumosos nos primeiros três meses do ano, quase R$ 480 mil de gasto. “Os restos de construção civil, no entanto, dependem de uma pá carregadeira para serem recolhidos”, conta Mayara. A coleta mecanizada rendeu, no mesmo período, 149.886 toneladas de entulho, com um prejuízo de R$ 3 milhões aos cofres públicos.
“Toda a verba gasta com o descarte irregular poderia ser investida em outros serviços, como educação ambiental e implantação de novos equipamentos públicos. Para isso, bastaria a população se conscientizar e dar a destinação correta para os resíduos”, ressalta a engenheira ambiental. “Por isso, a educação e a fiscalização são tão importantes”, garante.
O Governo do Distrito Federal oferece muitas opções para o cidadão interessado em preservar o meio ambiente e as contas públicas com uma boa gestão dos resíduos sólidos urbanos. Além das coletas seletiva e convencional, vários equipamentos públicos dedicados ao recebimento de resíduos estão espalhados por todo o DF. A população tem mais de 880 opções para dar a destinação correta ao lixo.
Fonte: Jornal de Brasília
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