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Brasil e ONU lançam Balanço Ético Global rumo à COP30

Liderada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, a iniciativa faz parte dos quatro círculos lançados pela presidência da COP para ampliar o diálogo global e fortalecer a implementação efetiva dos compromissos climáticos assumidos no Acordo de Paris.

Durante o lançamento, o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destacou a importância de avançar simultaneamente em diversas frentes: “Temos circunstâncias especiais — dez anos do Acordo de Paris — e precisamos progredir em múltiplas áreas.”

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, reforçou o caráter urgente da proposta: “Nos últimos 21 meses, a temperatura global excedeu 1,5°C. As ações realizadas até hoje ainda são insuficientes para conter a crise climática e seus efeitos mais dramáticos.”

Uma escuta ética e planetária

Inspirado no Balanço Global do Acordo de Paris, o BEG propõe uma “escuta ética planetária”, reunindo vozes de diferentes continentes para avaliar se as ações climáticas atuais estão eticamente alinhadas à meta de 1,5°C.

A iniciativa contará com diálogos intercontinentais na América Latina e Caribe, América do Norte, África, Europa, Ásia e Oceania. Em cada região, lideranças locais — cientistas, filósofos, povos indígenas, ativistas, empresários, artistas e representantes religiosos — irão contribuir com perspectivas sobre justiça climática, financiamento, transição energética e governança ambiental.

Segundo Marina Silva, o balanço busca “trazer a ética em benefício da decisão política e das respostas técnicas para a melhoria de todas as formas de vida”.

Ética, justiça e transição justa

O embaixador Antônio Patriota definiu a dimensão ética como elemento central da transição ecológica. “Negar o aquecimento global é antiético, assim como o greenwashing ou se apresentar como defensor ambiental enquanto se mantêm práticas destrutivas.”

A iniciativa também evidencia a disparidade entre responsabilidades e consequências. Populações mais vulneráveis — que menos contribuíram para o aquecimento global — continuam sendo as mais impactadas por eventos extremos, reforçando a necessidade de ações solidárias e compromissos compartilhados.

O assessor especial da ONU para Ação Climática, Selwin Hart, destacou que “a crise climática é agravada pela desigualdade e exige soluções que acelerem a transição energética e promovam a igualdade”.

Rumo à COP30

Os resultados dos diálogos continentais serão compilados em um relatório global, que será apresentado à presidência da COP30, em Belém. O documento deve subsidiar as negociações e orientar políticas públicas com base em princípios éticos, colaborativos e de justiça climática.

Durante a conferência, o Balanço Ético Global também terá um espaço dedicado na Blue Zone, área oficial de negociação entre países.

“A ética nos exige agir antes que seja tarde”, afirmou Patriota, ressaltando que a transição ecológica “não depende apenas de inovação tecnológica, mas também de cooperação e compromisso coletivo”.

Acesse aqui ao Guia Metodológico do Balanço Ético Global

Fonte: EXAME

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