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COP30: o Brasil lidera a nova era da ação climática

COP30: o Brasil lidera a nova era da ação climática

Desde 1995, as Conferências das Partes (COPs) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) têm sido o fórum global para negociação de metas climáticas, protocolos e mecanismos de cooperação internacional sobre clima. A primeira COP ocorreu em Berlim, com esse ciclo anual buscando articular interesses de países desenvolvidos e em desenvolvimento para mitigar emissões, financiar adaptação e lidar com os impactos climáticos.

Nesse percurso, evoluiu-se de acordos mais gerais e jurídicos (como o Protocolo de Quioto) para o regime do Acordo de Paris (adotado na COP21), que estabelece que cada país apresente Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), com revisões periódicas de ambição e mecanismos de transparência. Apesar dos acordos, uma das controvérsias centrais nas COPs mais recentes tem sido a questão do financiamento climático para países vulneráveis, assim como a evolução da lógica de “investimento versus subsídio” nos aportes para adaptação e mitigação.

COP30 (10 a 21 de novembro de 2025, Belém, PA, Brasil)

A COP30 será sediada em Belém, no Pará, marcando a primeira vez que uma COP ocorre na Amazônia brasileira. Sob a presidência brasileira (André Aranha Corrêa do Lago), o evento é anunciado como a “COP da implementação” (“implementation COP”), com destaque na execução de compromissos e transformação efetiva de metas em ações reais.

Principais expectativas e desafios:

· Reforçar e revisar as NDCs dos países, buscando ambição crescente para limitar o aquecimento a 1,5 °C.

· Concretizar o plano Tropical Forest Forever Facility (TFFF), um mecanismo de blended finance (finanças mistas) para recompensar países tropicais por conservação florestal, que pretende ser um dos marcos da COP30.

· Mobilizar recursos para adaptação e mitigação em países mais vulneráveis: a COP29 aprovou uma meta de US$ 300 bilhões anuais até 2035, com uma ambição de alcançar US$ 1,3 trilhão por ano de financiamento climático.

· Fortalecer a participação de governos subnacionais (estados, municípios), da sociedade civil e povos indígenas — no modelo de “multilateralismo mais inclusivo”.

· Grandes desafios logísticos e de infraestrutura: crise de hospedagem (com preços elevados em Belém) tem gerado críticas e limitações de participação de delegações menores.

· A construção da chamada “Avenida Liberdade”, uma estrada de 13 km que corta área de floresta na região paraense, tem sido alvo de controvérsias ambientais,

levantando questionamentos de coerência entre discurso climático e decisões locais.

· A garantia de que a COP30 deixe um legado positivo para a Amazônia, em termos de tecnologia, infraestrutura verde, capacitação regional, e não apenas obras pontuais.

Para nosso trabalho, esse será um momento oportuno para promover a convergência entre tecnologias digitais como blockchain, governança climática e inovação tecnológica — especialmente no contexto amazônico brasileiro. As chamadas tecnologias da Quarta Revolução Industrial — como Internet das Coisas (IoT), inteligência artificial (IA), blockchain, Big Data, monitoramento remoto via satélite e redes de sensores — estão cada vez mais integradas às estratégias de mitigação, adaptação e governança ambiental.

Essas tecnologias permitem:

· Monitoramento em tempo real de florestas, uso do solo e emissões — dados de satélites ou de sensores terrestres podem indicar desmatamento, queimadas, mudanças hidrológicas e emissões pontuais;

· Transparência e rastreabilidade climática, por exemplo via blockchain: rastrear créditos de carbono, cadeias de suprimento sustentáveis, contratos inteligentes de pagamento por resultados ambientais;

· Modelagem preditiva e suporte a decisões de adaptação: algoritmos de IA que cruzam dados climáticos, sociodemográficos e econômicos ajudam a prever áreas vulneráveis e otimizar intervenções;

· Plataformas colaborativas e redes digitais que conectam governos locais, comunidades e cientistas, promovendo co-criação de soluções adaptadas aos territórios.

Nesse sentido, em uma COP moderna, espera-se que não apenas metas e compromissos sejam negociados, mas que exemplos práticos de soluções tecnológicas e casos de uso escaláveis sejam apresentados como prova de conceito.

 

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