As mudanças climáticas e seus impactos trazem preocupações para diversas áreas, o que inclui o segmento da saúde. Esse tema pautou diversas discussões durante o 4º Encontro Nacional de Gestão Ambiental, realizado nesta terça-feira (3), durante a feira internacional do setor iniciou na segunda-feira (2) e seguiu até quarta-feira (4), no Prédio 40 da PUCRS. Promovido pelo Comitê de Gestão Ambiental do SINDIHOSPA (Sindicato dos Hospitais e Clínicas de Porto Alegre), o evento reuniu profissionais para um dia inteiro de debates e atualizações. De forma online, o coordenador de sustentabilidade ambiental da Santa Casa da Bahia, Thiago Awad Prudente, falou da importância de gerenciar os impactos ao meio ambiente, diagnosticando-os e integrando estratégias para enfrentá-los. Segundo o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), se o aumento global da temperatura exceder 1,5°C, a saúde e o bem-estar para todos não será possível. O futuro depende de nós, alertou.
O assunto também permeou debates como as estratégias das instituições em sustentabilidade na saúde, com a palestra de Rogério Almeida, coordenador de meio ambiente do Hospital Moinhos de Vento. Na sequência, Carla Guerra, do Real Hospital Português (PE) e Victor Kenzo, do Hospital Sírio Libanês (SP), falaram sobre a estruturação de gestão ambiental na prática.
O encontro contou também um painel dedicado a discutir as certificações ambientais para as instituições. Claudia Defendi, coordenadora de meio ambiente e sustentabilidade do Hospital Albert Einstein, falou da experiência da rede na gestão ambiental: “nossa meta é de 100% de neutralização de gases de efeito estufa até 2050”. Já Rovana Bortolini, coordenadora de políticas de sustentabilidade na Secretaria do Meio Ambiente e da Sustentabilidade de Porto Alegre, explicou como funciona a certificação em sustentabilidade ambiental conferida pela capital às instituições.
O evento prosseguiu com a apresentação da política de compras sustentáveis do Hospital Moinhos de Vento. Coordenador de compras e padronização da instituição, André Engelmann falou sobre as diretrizes estabelecidas recentemente, buscando fornecedores alinhados aos objetivos de desenvolvimento sustentável, que adotem práticas éticas e com respeito à natureza e aos direitos humanos. “Esperamos com isso reduzir o impacto ambiental, contribuir na responsabilidade social e com fornecedores sustentáveis. A gestão ambiental nessa área é fundamental para uma instituição de saúde”, ressaltou. Houve também um debate sobre eficiência energética, com a presença de Renato Conci e Adriano Postal, do Tacchini Sistema de Saúde, e Carlinho Santos, do Sebrae.
Outro tema em discussão foi a gestão de produtos químicos nas instituições de saúde. Tainá Flores da Rosa, engenheira ambiental do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, lembrou que esse é um assunto delicado e pouco falado, mas necessário, por sua relação com a saúde do trabalhador, da população e os riscos ao meio ambiente. “O hospital tem responsabilidade de prestar serviços de saúde e não impactá-los”, afirmou. O painel também teve a fala de Diego Tarragó, coordenador de novos negócios na Proamb, que explicou como funciona o coprocessamento de resíduos químicos, por meio de fornos de cimento. “É uma opção ambientalmente mais adequada, com alta eficiência de destruição térmica. Cada tonelada coprocessada mitiga cerca de 0,74 tonelada de CO2”, afirmou.
Com informações SINDIHOSA.
Fonte: Setor Saúde
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