As chefes indígenas escondidas entre a densa floresta amazônica são encontradas nas habitações simples feitas de folhas de palmeiras dos caiapós. Seus vilarejos se espalham ao longo do Rio Xingu, alguns tão remotos que até os anos 50 os caiapós viviam quase sem contato com o mundo exterior.
Nas últimas três décadas, as comunidades caiapós se tornaram cada vez mais expostas ao mundo exterior, trazendo grandes mudanças na estrutura social da tribo. Uma das mudanças mais recentes e inesperadas tem sido o surgimento de chefes mulheres, que agora estão no comando de vilarejos espalhados por um grande pedaço da floresta amazônica.
Tradicionalmente, os papéis dos caiapós são divididos entre gênero e idade. Mulheres são consideradas tão importantes quantos os homens na sociedade — elas são responsáveis pelos rituais de pintura corporal dos caiapós, por exemplo —, mas agora as mulheres estão tomando papéis que antes eram reservados apenas aos homens, elas são chefes indígenas.
Tuire é a chefe do vilarejo Kapran-Krere, ela relata: “Sou a terceira geração de liderança; meu tio e o pai dele eram líderes da nossa comunidade. Quando meu tio morreu e não havia ninguém para tomar o lugar dele, decidi lutar pela posição. Mesmo sendo mulher, eu já estava estudando com meu tio e fui treinada por ele.”
Chefes indígenas como Tuire estão à frente de protestos contra desmatamento e mineração ilegais, e já se provaram líderes valiosas e porta-vozes apaixonadas e corajosas.
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Fonte: vice.com