São Paulo – A Organização das Nações Unidas sedia esta semana, em Nova York, a Conferência da ONU sobre a Água. O evento, considerado o mais importante sobre o tema deste século, começa nesta quarta (22), Dia Mundial da Água, e vai até sexta (24). O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou delegação que, ao lado de lideranças e entidades de todo o planeta, vai debater compromissos voluntários em torno do uso sustentável da água e seus impactos.
De acordo com a ONU, o objetivo do encontro é deliberar ações conjuntas por parte dos países para alcançar os objetivos e metas acordados internacionalmente sobre o tema. Incluindo os que estão presentes na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Um dos principais resultados esperados é o lançamento da Agenda de Ação da Água. O documento representará os comprometimentos dos governos, instituições e comunidades locais.
A delegação brasileira
A comitiva do governo brasileiro será coordenada pelo secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco. Ao todo, a delegação que representará o governo Luiz Inácio Lula da Silva é composta por 50 integrantes. São 15 representantes do MMA, sendo 11 deles da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA).
O Itamaraty também marcará presença com seis integrantes. Representantes dos ministérios das Cidades, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome também estão no grupo. Completam a delegação membros do Ministério Público Federal (MPF), parlamentares federais e estaduais e companhias de saneamento.
A composição do grupo atende a uma mobilização encabeçada pelo Instituto Água e Saneamento (IAS) e mais de 120 organizações da sociedade civil, que cobravam a representação do Brasil no evento. O professor da Faculdade de Geografia da USP Wagner Ribeiro, analista de meio ambiente da Rádio Brasil Atual, integra a delegação. Confira o comentário de Ribeiro sobre a importância da conferência, e da participação do Brasil, na edição desta quarta do Jornal Brasil Atual.
O que está na pauta
De acordo com a diretora executiva do IAS, Marussia Whately, o Brasil deve firmar compromissos ante o planeta por sua importância na pauta e por sua condição de país-membro da ONU. Principalmente na área do saneamento básico – a meta do país é a inclusão total das populações historicamente excluídas até 2033.
A previsão que o Brasil faça sua fala ao plenário da ONU amanhã (23). Paralelamente, diversos painéis tratarão dos muitos temas ligados à questão da segurança hídrica. O Brasil terá destaque especial na construção de soluções sobre o tema Água para a Saúde, já a partir desta quarta. O encontro abordará o acesso a serviços de água, saneamento e higiene, incluindo os direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário.
O Brasil também terá papel central no seminário Água para o Clima, Resiliência e Meio Ambiente, previsto para quinta. Entre os temas abordados estão mar, biodiversidade, clima, resiliência e redução de riscos de desastres.
Na sexta, o país encerra sua participação promovendo o evento “Das Metas aos Resultados – o Cenário da Água Recursos e Saneamento no Brasil”, organizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. A mesa tratará da Gestão Integrada de Recursos Hídricos e o cenário do saneamento no Brasil para acelerar a implementação dos Objetivos da Década de Ação pela Água.
A água para o mundo
A avaliação geral da ONU é que muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) estão atrasados. E o progresso na implementação do ODS 6, que diz respeito à água e saneamento, é crucial para o alcance dos demais Objetivos. Particularmente os relacionados à saúde, alimentação, igualdade de gênero, educação, subsistência, indústria, clima e meio ambiente. A organização aponta que, ainda hoje, “bilhões de pessoas em todo o mundo ainda vivem sem água potável e saneamento gerenciados de maneira segura, embora o acesso aos dois serviços tenha sido definido há muito tempo como um direito humano”.
“Muitas fontes de água estão se tornando mais poluídas e ecossistemas que provêm água estão desaparecendo. As mudanças climáticas estão prejudicando o ciclo da água, causando secas e enchentes. Água é um assunto de todos e a Conferência é inclusiva e multisetorial”, destacou a ONU em comunicado.
A expectativa é que com a nova Agenda, os objetivos e metas globais relacionados à água sejam alcançados mais rápidos. A plenária e os Diálogos Interativos serão transmitidos ao vivo no site da ONU.
Fonte: Rede Brasil Atual
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