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Com foco em sustentabilidade, Reino Unido busca estreitar relações com o Rio Grande do Sul

Com a coroação do novo rei da Inglaterra, Charles III, e da rainha consorte, Camilla, no próximo sábado (6), na Abadia de Westminster, em Londres, parcerias nas áreas da ciência, tecnologia e sustentabilidade devem se intensificar na relação entre Brasil e Reino Unido. Nesse sentido, o Rio Grande do Sul pode se tornar um grande aliado, ganhando protagonismo, especialmente, quando o assunto é economia e energia sustentável. A agricultura verde e as health techs também entram no radar dos atores ingleses, tanto politicamente quanto no setor privado.

A avaliação é da vice-embaixadora do Reino Unido no Brasil, Melanie Hopkins, que esteve em Porto Alegre para um coquetel em comemoração à posse de Charles III, que aconteceu nesta quinta-feira (4), no British Club, e se encontrou com a reportagem do Jornal do Comércio no Instituto Caldeira horas antes. Na oportunidade, ela aproveitou para apresentar o novo Cônsul Honorário do Rio Grande do Sul, Ricardo Sondermann, e reforçar que essa é uma iniciativa para reaproximar a Inglaterra dos gaúchos. “Faz um tempo que estamos tentando aumentar a relação com o Rio Grande do Sul. A nomeação do Cônsul Honorário nos ajuda a estreitar as relações, com foco nas áreas de tecnologia e inovação”, considerou a diplomata.

Energia renovável e hidrogênio verde entram no radar do Reino Unido

O objetivo de se aproximar do Rio Grande do Sul é impulsionado pela vocação do Estado para produção de energia renovável, com a energia eólica offshore, e de hidrogênio verde, além do potencial para agricultura sustentável. “O Reino Unido tem o segundo maior mercado de energia offshore e temos metas muito ambiciosas para a criação de um mercado de hidrogênio verde. Podemos ter cooperação entre empresas daqui e colaborar também no âmbito político, apresentando nossos marcos de regulação, já que temos um caminho bem consolidado para offshore, por exemplo. Nessas áreas, vale destacar que é preciso pensar de forma holística”, ponderou.

Ainda segundo ela, o país britânico entende que a sustentabilidade tem que andar lado a lado com a econômica e com a inovação e que, na Inglaterra, isso já é perceptível na ponta, entre os consumidores, movimento que se espalha entre os europeus de forma geral. “Os consumidores britânicos estão dispostos a pagar a mais por produtos de agricultura verde e com selo de sustentabilidade.” Para ela, essas pautas, tão caras ao novo Rei da Inglaterra há tantos anos, precisam estar em harmonia no setor público e privado. “Já nos anos 1970, Charles III pensava nessa pauta. Ele fala não só da importância ambiental, mas da inclusão de povos originários e de desenvolvimento de de modelos econômicos viáveis; Ele entende que precisamos trabalhar juntos em novos modelos econômicos,” refletiu.

O Reino Unido, segundo destacou, também incentiva projetos de descarbonização no Brasil e é o terceiro país que mais doa para fundos internacionais. No Rio Grande do Sul, ela vê como positivo a participação do estado e da Capital no Programa  WasteZero, para redução de lixo, e a crescente participação de Porto Alegre no cenário da inovação, com eventos como o South Summit. “Tivemos várias empresas britânicas no South Summit. A ideia é buscar identificar áreas onde podemos chegar a um entendimento e formalizar essas relações. Londres, por outro lado, é um grande polo de dinheiro verde.”

A vice-embaixadora enfatizou, ainda, o poder do Brasil na agricultura e do Rio Grande do Sul dentro da produção brasileira, ressaltando a parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para plano de baixo carbono. ” Ver as possibilidades deste Estado é algo fantástico”, concluiu. Também estiveram presentes na reunião, no Instituto Caldeira, o diretor de Comércio para o Brasil, Martin Whalley, e o diretor de operações do Jornal do Comércio, Giovanni Jarros Tumelero.

Fonte: Jornal do Comércio

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