Mesmo com entidades como o Banco Mundial ainda despejando milhões de dólares em investimentos em combustíveis fósseis em todo o mundo, a Agência Internacional de Energia (AIE) projetou pela primeira vez que o consumo destes combustíveis atingirá o pico antes de 2030 e entrará em declínio permanente à medida que as políticas climáticas entrarem em vigor. Segundo um relatório sobre perspectivas energéticas da AIE, que deverá ser publicado no próximo mês, a procura mundial por petróleo, gás e carvão começará a diminuir nesta década, no que será o “início do fim” da era dos combustíveis fósseis.
Fatih Birol, chefe da AIE, escreveu no Financial Times nesta terça-feira (12) que as projeções mostrariam que “o mundo está à beira de um ponto de viragem histórico”. “Os picos para os três combustíveis fósseis são uma visão bem-vinda, mostrando que a mudança para sistemas energéticos mais limpos e seguros está acelerando e que os esforços para evitar os piores efeitos das alterações climáticas estão fazendo progressos”, escreveu ele.
Birol disse que o pico mais cedo do que o esperado para os combustíveis fósseis foi impulsionado principalmente pelo “crescimento espetacular” das fontes de energia limpa, incluindo a energia solar e os veículos elétricos. Ele também destacou as mudanças estruturais na economia da China – que vem se afastando das indústrias pesadas com uso intensivo de energia – e a transição acelerada da Europa para longe do gás natural após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
No entanto, Birol disse que o ritmo atual de redução dos combustíveis fósseis “não é suficientemente acentuado para colocar o mundo no caminho de limitar o aquecimento global a 1,5ºC” – o que é considerado crucial para evitar uma catástrofe climática. “Isso exigirá uma ação política significativamente mais forte e mais rápida por parte dos governos”, afirmou.
Fonte: Um Só Planeta
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