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Levantamento e Interpretação da DBO

Você sabe o que é DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio e seus resultados?

A Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) é um dos diversos parâmetros utilizados na avaliação da qualidade da água, determinado em laboratório sob condições específicas.

Mas o que é de fato a DBO? O que é uma “Demanda Bioquímica de Oxigênio”?

A DBO é a quantidade de oxigênio necessária para a oxidação da matéria orgânica, isto é, é a quantidade oxigênio utilizada na transformação da matéria orgânica em inorgânica estável. Sua quantificação se dá, geralmente, por ensaio laboratorial DBO5,20 (5 dias em temperatura de incubação 20ºC) (CETESB, 2011).

Importante ressaltar que é imprescindível respeitar o prazo máximo entre a tomada da alíquota e a análise em laboratório (24h ou 48h [Standard Methods, 2005]). A alíquota deve ser coletada em frasco de plástico ou vidro, preservada com resfriamento (4ºC +/- 2ºC), sem adição de preservantes químicos.

Em um corpo hídrico, há matéria biodegradável e não biodegradável. A matéria biodegradável é o tipo de matéria que pode ser decomposta pelos microrganismos presentes na água. No entanto, a não biodegradável os microrganismos não conseguem decompor, e então permanece inalterada. Esta última não é avaliada no ensaio de DBO5,20.

Já que este parâmetro possui condições específicas, como o interpretamos? DBO alta, DBO baixa, DBO média, quais são as classificações? Existem leis que norteiem nossa interpretação?

Vamos lá!

A CONAMA nº 357/2005 organiza as diretrizes deenquadramento. Por esta Resolução, para águas doces, temos a DBO5,20 classe 1 para até 3 mg/L O2, classe 2 até 5 mg/L O2, classe 3 até 10 mg/L O2. Este parâmetro é bastante utilizado para análise de águas que possuem despejos de origem orgânica, isto é, águas que recebem em seus corpos despejos residuários por falta de esgotamento sanitário doméstico e industrial. Isto influencia diretamente o equilíbrio entre fauna, flora e meio ambiente, resultando na diminuição de oxigênio (aumento na mortandade de peixes) e aumento de plantas aquáticas na superfície, entre outros problemas.

Por esta Resolução, para águas doces, temos a DBO5,20, classe 1 para até 3 mg/L O2, classe 2 até 5 mg/L O2, classe 3 até 10 mg/L O2. Resolução CONAMA nº 357/2005.

Quando focamos nos corpos hídricos, quanto mais se afastam os valores de DBO da classe 1, piores são as suas condições. Quando focamos em estações de tratamento de esgoto, este parâmetro auxilia diretamente no controle de eficiência das estações (CETESB, 2011) O ensaio de DBO, por si só, não consegue caracterizar a qualidade dos recursos hídricos e do ambiente em que está inserido, e se analisado de forma solitária, pode incumbir em erros de interpretação técnica. Desta forma, a combinação deste parâmetro com outros, por exemplo, pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido, etc. é a mais aconselhada e trará uma avaliação mais fidedigna do local, de acordo com os objetivos propostos.

REFERÊNCIAS: COMPANHIA AMBIENTAL DO ESTADO DE SÃO PAULO – CETESB. Guia Nacional de Coleta e Preservação de Amostras: Água, Sedimento, Comunidades Aquáticas e Efluentes Líquidos. São Paulo: CETESB; Brasília: ANA, 326p., 2011.

Escrito por: ARAGONA, Marcio Pagano – Engº. Hídrico (Analista Ambiental na Ecossis Soluções Ambientais).

 

Case de referência: Avaliação da Qualidade da Água para CETESB

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