Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do Mundo
No relatório divulgado em março de 2019, pela WWF (World Wildlife Fund), o Brasil aparece como o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, gerando mais de 11,3 milhões de toneladas por ano, dos quais apenas 1,28% é reciclado.
A gerente do Programa Mata Atlântica e Marinho do WWF, Anna Carolina Lobo e o presidente da Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), José Ricardo Roriz Coelho, acreditam que o baixo índice é um reflexo, principalmente, da falta de infraestrutura para atender a grande demanda. Em suas falas enfatizam que os grandes influenciadores desse baixo índice do plástico reciclado são o consumismo desenfreado, descarte incorreto de resíduos sólidos, ausência de uma efetiva coleta seletiva, baixa conscientização e educação ambiental da população, baixa valorização de produtos feitos de material reciclado e falta de incentivos fiscais à cadeia, impossibilitam um maior índice de reciclagem no Brasil.
Além de apontarem esses fatores, eles se manifestaram sobre o resultado do relatório. A Abiplast divulgou uma nota apontando o que acredita ser um equívoco nos dados de geração de lixo plástico e índices de reciclagem apresentados pela organização em comparação aos dados apresentados pelo IBGE, devido a simplificações na metodologia. “Segundo o IBGE, o Brasil consumiu 6,3 milhões de toneladas de produtos transformados plásticos em 2016, sendo que 2,1 milhões de toneladas se referem a embalagens e equiparáveis pós-consumo. Já de acordo com a FIA, a reciclagem de plásticos no Brasil, naquele mesmo ano, foi de 550,4 mil toneladas. Logo, temos um índice de reciclagem de cerca de 26% no País”, afirma.
Na visão de Anna, a utilização do plástico vai além da necessidade e beira uma prática cultural. “Chegamos a um ponto em que o custo é tão baixo e a acessibilidade é tão grande que as pessoas não param para pensar em alternativas baratas já existentes para isso”, avalia. Anna enfatiza: “95% dos plásticos quando passam pelas mãos das pessoas acabam sendo descartados no primeiro uso.”
A rentabilidade da matéria-prima reciclada depende da qualidade do material. Segundo o WWF, a garantia de qualidade existe quando há poucas impurezas no plástico e quando ele é uniforme (oriundo de uma mesma fonte). “O sucesso desse processo depende que valor pelo qual esse plástico é negociado do volume (que permita atender demandas industriais)”, afirmou a organização em texto publicado no site.
(fonte: economia.estadao)