Dia: 10 de maio de 2022

Uso de areia deve ser estratégico para evitar impactos ambientais

Relatório de impactos ambientais aponta necessidade de utilizar o segundo recurso mais explorado do mundo de forma estratégica; soluções passam por alterações legais, reciclagem de materiais de construção e uso de pedras britadas e “areia de minério” *

A areia é o segundo recurso mais usado do planeta, atrás apenas da água. Um novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma, revela que ela deve ser reconhecida como um recurso estratégico repensando sua extração e uso.

Anualmente, o mundo usa 50 bilhões de toneladas de areia e cascalho. O Pnuma afirma que o volume seria suficiente para construir uma parede de 27 metros de largura e 27 de altura em volta de todo o planeta Terra.

Estudo
O relatório Areia e Sustentabilidade: 10 recomendações estratégicas para evitar uma crise, lançado pela agência da ONU, apresenta orientações importantes, reunidas junto a especialistas de todo o mundo, para que sejam adotadas as melhores práticas de exploração e gestão do recurso.

A extração de areia em áreas como rios e ecossistemas costeiros ou marinhos, pode provocar erosão, salinização de aquíferos, perda da proteção contramarés de tempestade, além de gerar impactos na biodiversidade.

Uma ameaça a diversos serviços essenciais, como o abastecimento de água, à produção de alimentos, à pesca, à indústria do turismo, entre outros.

De acordo com o relatório, a areia deve ser um recurso estratégico, não somente para o setor da construção, mas também por causa das múltiplas funções que desempenha no meio ambiente.

Valor social e ambiental
O estudo destaca que governos, indústrias e consumidores devem precificar a areia de forma que seu verdadeiro valor social e ambiental seja reconhecido.

Por exemplo, a conservação da areia nas zonas costeiras pode ser a estratégia mais econômica para a adaptação às mudanças climáticas devido à maneira como ela protege contra as mudanças nas marés provocadas por tempestades e dos impactos da elevação do nível do mar, tais serviços devem ser considerados no cálculo do valor do recurso.

A publicação ainda propõe a criação de um padrão internacional para a extração da areia do meio ambiente marinho. Isso poderia trazer melhorias significativas, já que a maioria dos procedimentos de dragagem marítima é feita por meio de licitações públicas abertas a empresas internacionais.

Além disso, o relatório recomenda que a extração de areia das praias seja proibida devido à importância que o recurso tem para a resiliência costeira, o meio ambiente e a economia.

Infraestrutura, moradias, alimentos e natureza em jogo
A areia é fundamental para o desenvolvimento econômico, sendo necessária para produzir concreto e construir infraestruturas vitais que vão desde casas e estradas até hospitais.

Ao proporcionar habitats e locais de reprodução para flora e fauna diversas, a areia também desempenha uma função essencial no apoio à biodiversidade, incluindo plantas marinhas que atuam como sumidouros de carbono ou filtrantes da água.

O recurso será crucial para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e para enfrentar a tripla crise planetária da mudança climática, poluição e perda da biodiversidade.

Entretanto, segundo o Pnuma, sua utilização está ocorrendo de forma mais rápida do que a sua capacidade de reposição, por isso sua gestão responsável é crucial.

Economia circular
Segundo o relatório, existem soluções para avançar rumo a economia circular de areia. A proibição do aterro de resíduos minerais e o incentivo à reutilização da areia em licitações públicas estão entre as medidas políticas citadas.

Pedras britadas ou materiais de construção e demolição reciclado, bem como a “areia de minério” proveniente dos rejeitos da mineração, estão entre as alternativas viáveis que também devem ser incentivadas, detalha o relatório.

Ademais, são necessárias novas estruturas institucionais e legais para que a areia seja gerenciada com mais eficácia e para que as melhores práticas sejam compartilhadas e implementadas.

Recursos minerais
O relatório ainda recomenda que os recursos de areia sejam mapeados, monitorados e informados. Paralelamente, todas as partes interessadas devem estar envolvidas nas decisões relacionadas à gestão da areia para permitir abordagens específicas para cada lugar e evitar soluções generalizadas, salienta o documento.

O relatório é divulgado na sequência de uma resolução sobre a gestão dos recursos minerais adotada na quarta Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que exige ações sobre o manejo sustentável da areia.

Essa determinação foi confirmada na reunião deste ano, por meio da nova resolução intitulada “Aspectos ambientais da gestão de minerais e metais”, aprovada por todos os Estados-membros.

*Com reportagem do Pnuma no Brasil
Fonte: Jornal do Meio Ambiente

Saiba Mais

Adoção de medidas relacionadas a ESG na indústria brasileira

A agenda ESG (sigla em inglês para os princípios ambientais, sociais e de governança), que já vinha ganhando importância gradativa entre as empresas nos últimos anos, tornou-se uma prioridade indiscutível do setor produtivo com a aceleração das mudanças climáticas e a pandemia de Covid-19.

DADOS

Um levantamento feito com 79 grandes organizações que operam no Estado de São Paulo, divulgado pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) em outubro de 2021, mostrou que a pauta ESG é prioridade para 95% delas. Para 38% das empresas consultadas, o ESG está entre as três principais prioridades. Para 22% delas, trata-se da principal prioridade.

“Já tínhamos iniciativas do tipo sendo desenvolvidas entre as empresas, mas a agenda ESG emergiu com a chancela do mercado financeiro”, aponta a consultora Vania Lúcia Lima de Andrade, conselheira da ABM – Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração. “O mercado financeiro chegou à conclusão de que a empresas que adotam a agenda ESG têm menor risco. Assim, as empresas que têm tal compromisso conseguem financiamento em condições mais favoráveis e se valorizam mais”, ela completa.

Vânia coordenará o Fórum de Líderes, que terá como tema os desafios, riscos e oportunidades trazidos pela agenda ESG. O evento fará parte da 6ª edição da ABM WEEK, que ocorrerá entre 7 e 9 de junho no Pro Magno Centro de Eventos, em São Paulo.

Gestores de algumas das principais empresas do segmento terão a oportunidade de apresentar como suas organizações têm implementado a agenda ESG, além de integrarem o debate com os participantes do encontro.

Moderado por José Roberto Cardoso, professor titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EP/USP), o fórum contará com palestras de Cenira de Moura Nunes, gerente geral de meio ambiente da Gerdau; Francisco Pires, presidente da Novelis América do Sul; Jefferson de Paula, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO de Aços Longos LatAm e Mineração Brasil; Ricardo Fonseca de Mendonça Lima, vice-presidente da CBMM; e Titus Friedrich Schaar, COO da Ternium Brasil.

“Buscamos convidar empresas que têm uma boa gestão ESG, ou seja, que podem servir de referência e apresentar todo o aprendizado que tiveram ao longo dos anos,” Vânia explica.

De acordo com Valdomiro Roman da Silva, diretor de desenvolvimento de competências da ABM, uma das bases da discussão será uma pesquisa sobre o grau de implementação da agenda ESG conduzida pela entidade com as empresas associadas.

“Será uma excelente oportunidade para avaliarmos até que ponto esse tema já está internalizado na gestão das companhias na forma de métricas e indicadores”, Roman da Silva afirma.

As grandes empresas nacionais e multinacionais do setor, dotadas de estrutura robusta de gestão, em sua maioria já implementaram a agenda ESG.

“Mas temos na cadeia um volume enorme de empresas menores, fornecedoras de produtos e serviços, com graus variados de progresso nesse debate. O Fórum de Líderes será uma ótima ocasião para que elas troquem experiências”, aponta.

Em seu mais recente relatório, referente ao triênio 2018-2020, o Instituto Aço Brasil informa que suas associadas investiram mais de R$ 2,6 bilhões em ações ambientais, incluindo iniciativas voltadas à redução da emissão de CO2 na siderurgia.

A imensa maioria delas conquistou certificações relacionadas à qualidade e desenvolvimento sustentável, indica o Instituto. Programas de autogeração de energia, recirculação de água e reaproveitamento de coprodutos e resíduos têm avançado fortemente.

Pautas como a diversidade da equipe de colaboradores das empresas – com avanço na proporção de afrodescendentes e mulheres, por exemplo – e a geração de impacto positivo nas comunidades em que as companhias estão inseridas também têm sido foco de atenção importante por parte das organizações, de acordo com o relatório.

Mas ainda há um caminho a percorrer, ressalta Vania. Ela destaca que um relatório publicado neste ano pela Responsible Mining Foundation (RMF) mostrou que os princípios ESG têm se tornado a norma entre as 40 mineradoras pesquisadas, mas os avanços na gestão muitas vezes não foram internalizados nas minas.

“Este tem sido um grande desafio mundo afora”, ela completa.

Também será necessário se certificar de que toda a cadeia de fornecedores está atuando na implantação dos princípios ESG, de modo a garantir que o ecossistema como um todo seja transformado.

“Este segundo momento já começou. Será preciso mapear todas as empresas e encontrar formas de apoiá-las nesse processo”, Vania acrescenta.

Para ela, a pandemia de Covid-19 foi um momento crítico fundamental para reforçar a consciência de que é preciso fazer mudanças com mais urgência.

“Associada à crise climática, a pandemia nos mostrou que nossos atos repercutem no mundo todo”, ela reflete.

ABM WEEK

É o principal evento técnico-científico das indústrias metalúrgicas, siderúrgicas, mineradoras e de materiais na América Latina. Realizada pela ABM – Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração, a Semana tem como principais objetivos promover o intercâmbio tecnológico, o desenvolvimento industrial e a melhoria da competitividade das empresas. Para os profissionais, é uma oportunidade única para compartilhar conhecimento, fazer networking e se atualizar sobre novas tendências.

Ampla e diversificada, a programação inclui debates técnicos, painéis, plenárias e mesas-redondas, além de rodadas de negócios, rodadas de RH, coquetéis e área de exposição. O evento deve atrair representantes de grandes empresas nacionais e internacionais, universidades, centros de pesquisa e institutos de tecnologia, além de estudantes.

A 6ª edição da ABM WEEK conta com o patrocínio das seguintes empresas: Açokorte, ADI-IS, Alkegen, AMEPA GmbH, Aperam, ArcelorMittal, Atomat Services, AutoForm, BM Group/Polytec, BorderSystem, CBMM, Clariant, Danieli, Dassault Systèmes, DME Engenharia, Eirich, Enacom, Engineering, Evonik, Fosbel, Gerdau, GSI, Harsco, Hatch/CISDI, Ibar, Imerys, IMS Messsysteme GmbH, Isra Vision Parsytec, John Cockerill, Kuttner, Metso Outotec, Nalco Water/Ecolab, Nouryon, Primetals Technologies, PSI Metals, Reframax , RHI Magnesita, Saint-Gobain, SMS Group Paul Wurth/ Vetta, Spraying Systems, Suez, SunCoke, Tecnosulfur, Ternium, Timken, TopSolid, TRB, Unimetal, Usiminas, Vale, Vamtec, Vesuvius, Villares Metals, Wallonia.be, White Martins, e Yellow Solution. Apoio especial: CNPq. Apoio institucional: Abal, Abendi, AIST, AIST Mena, Alacero, CBCA, Ibram, Instituto Aço Brasil, CIMM, Ind4.0.

Site oficial: https://www.abmbrasil.com.br/por/evento/abm-week-6-edicao

Fonte: Ambiental Mercantil

Saiba Mais

Brasil pode economizar milhões de litros de água com equipamentos duráveis

O Brasil perde 40% de sua água potável “pelo caminho”, nas redes de distribuição.

O dado foi levantado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), e revela o quanto o Marco do Saneamento veio na hora certa. “Vemos que o Brasil ainda está engatinhando na gestão eficaz de seus recursos hídricos, pois esse volume perdido poderia ser utilizado nas regiões que carecem de infraestrutura e abastecimento”, explica o gerente geral de vendas da área industrial da GEMÜ, Mateus Souza.

De acordo com a CNI, serão necessários mais de R$ 42 bilhões nos próximos 10 anos para reduzir pela metade essas perdas. “Felizmente, o país tem disponível tecnologia e capacidade de evitar esse desperdício e existem muitos projetos em andamento”, avalia o gerente da GEMÜ. Com as concessões que estão sendo realizadas dentro do Marco do Saneamento, surgem novos investimentos para ampliar a oferta de água e de tratamento de efluentes.

Plano Nacional de Saneamento Básico

Pelo Plano Nacional de Saneamento Básico, o Brasil precisa levar água potável, coleta e tratamento de esgoto a quase todos os brasileiros até o ano de 2033. Como a tecnologia pode impedir perdas de água As indústrias são grandes consumidoras de água, e os efluentes decorrentes do processo produtivo precisam ser tratados de forma a ampliar os recursos hídricos à disposição da rede.

“Para o tratamento de água, são necessários equipamentos de alta durabilidade, bem como um sistema robusto de vida útil prolongada, o que dará confiabilidade maior e reduz desperdícios”, explica Souza. As válvulas indicadas para essas redes são do modelo borboleta. Já em plantas de tratamento de efluentes, que utilizam diversos produtos químicos para purificar a água, são indicadas tanto a válvula borboleta quanto a diafragma. Já quando se trata do tratamento de esgoto, quanto mais capacidade de recuperação desse fluido, mais água tratada será reinserida no sistema nacional.

“Com a tecnologia que dispomos hoje, eliminam-se graves riscos ambientais e sanitários, pois esses produtos químicos, quando ocorrem vazamentos, vão para leitos de rio ou o lençol freático”, lembra Souza.
“Seja qual for o contaminante, particulado sólido no fluido, as válvulas diafragmas são equipamentos que suportam essa característica sem que o material seja danificado – o que causaria vazamentos e necessidades de troca indesejadas”, finaliza o gerente geral da área industrial da GEMÜ.

A filial da multinacional alemã criada por Fritz Müller na década de 1960 disponibiliza ao mercado brasileiro válvulas de extrema eficiência e qualidade.

A planta situada em São José dos Pinhais (PR), que conta com 100 colaboradores e soma mais de 40 anos no Brasil, produz válvulas e acessórios para o tratamento de água e efluentes em indústrias de todas as áreas, como siderurgia, mineração e fertilizantes, bem como para integrar sistemas de geração de energia.

Na área de PFB (farmacêutica, alimentícia e biotecnologia), a GEMÜ é líder mundial e vende para toda a América Latina produtos de alta precisão, com atendimento local, além de consultoria com profissionais capazes de orientar na escolha da melhor solução em válvulas para cada aplicação. Mais informações: https://www.gemu-group.com/pt_BR/

Fonte: Ambiental Mercantil

Saiba Mais
Exibir perfil do(a) Ecossis Soluções Ambientais no Ariba Discovery