Oceanos tiveram ano mais quente da história em 2022
O ano de 2022 foi o mais quente da história dos oceanos desde que este tipo de dado começou a ser compilado, na década de 1950, segundo estudo publicado na revista científica “Advances in Atmospheric Sciences”. É o quarto ano consecutivo com quebra de recorde da temperatura marítima.
O estudo mostrou que os oceanos de quatro das sete regiões do planeta quebraram recorde de calor no último ano. Em todas as partes do mundo, 2022 está entre os dez anos mais quentes da história. Segundo a pesquisa, o fenômeno El Niño, prolongado nos últimos doze meses, foi um dos grandes responsáveis pela alta.
Outro índice que bateu recorde no último ano foi o de salinização da água, medida importante para entender a dinâmica da evaporação dos oceanos e consequentemente a temperatura das águas. Quanto maior a concentração de sal na água, mais rápida é a evaporação e consequentemente maior é a temperatura do oceano para provocar esses fenômenos.
Os pesquisadores descobriram que além das temperaturas estarem aumentando mais rápido, o calor da água está atingindo profundidades cada vez maiores, um fenômeno que pode ser irreversível até 2100 e que pode causar fortes impactos não só no mar, mas na terra.
“O aumento das temperaturas oceânicas reforça as trocas de energia do oceano para a atmosfera, aumenta a quantidade de umidade atmosférica e altera os padrões de precipitação e temperatura globalmente”, alertaram os pesquisadores, sobre os impactos do calor marítimo no continente.
“A alta das temperaturas oceânicas é o resultado inevitável do desequilíbrio energético da Terra, principalmente associado ao aumento das concentrações de gases com efeito de estufa”, diz o estudo.
Os aumentos consecutivos do calor oceânico também é explicado pelo que acontece fora da água, já que cerca de 90% do calor acumulado no sistema climático mundial é transferido para o mar. Segundo o estudo, estudar a temperatura das águas marítimas é uma das formas mais eficazes de entender os efeitos do aquecimento global.
Fonte: Valor Econômico