Marina diz que mudanças em licenciamento ambiental não podem ter flexibilização
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, disse nesta quarta-feira que eventuais medidas legislativas para alterar o processo de licenciamento ambiental no Brasil devem vir para aperfeiçoar o mecanismo, e não para flexibilizá-lo.
Em audiência na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados sobre a possibilidade de exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, Marina também disse que o licenciamento ambiental e a legislação impõem limites ao uso de recursos para preservar o meio ambiente.
Fonte: Época Negócios
Leia a notícia original aqui.
Energias renováveis: transformando o consumo energético em casas e negócios
A crescente preocupação com o meio ambiente e o uso responsável de recursos está impulsionando a busca por soluções sustentáveis de consumo energético. Nesse contexto, as energias renováveis, especialmente a solar, ganham destaque.
Este artigo explora a importância do inversor solar, tecnologia fundamental na conversão da energia solar em eletricidade utilizável. Investigaremos como os inversores solares remodelam o consumo de energia em residências e estabelecimentos comerciais, destacando seus benefícios econômicos e ambientais.
Ao compreender essa revolução energética, poderemos vislumbrar um futuro mais sustentável e consciente.
Energia solar: uma fonte renovável promissora
O cenário energético global está passando por uma mudança significativa, à medida que a busca por fontes de energia limpa e sustentável ganha destaque. A energia solar emerge como uma solução promissora para atender a essa demanda crescente.
A abundância e a disponibilidade da luz solar tornam essa fonte uma opção viável e renovável. A energia solar tem o potencial de reduzir a dependência de combustíveis fósseis e diminuir as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas.
A adoção crescente da energia solar não está limitada apenas a empresas e governos, mas também se estende a proprietários de residências. A capacidade de gerar eletricidade a partir da luz do sol não apenas reduz os custos de energia a longo prazo, mas também permite que indivíduos e organizações se tornem parte da solução para os desafios energéticos e ambientais que enfrentamos.
Ao adentrar no mundo da energia solar, entramos em uma jornada em direção a um futuro mais limpo, sustentável e independente das fontes de energia não renováveis.
Funcionamento dos sistemas de energia solar
Para compreender como os inversores solares desempenham um papel vital na transformação da energia solar em eletricidade utilizável, é essencial entender o funcionamento básico dos sistemas de energia solar. Esses sistemas consistem em painéis solares fotovoltaicos, que capturam a luz do sol e a convertem em corrente contínua (CC).
No entanto, a maioria dos aparelhos elétricos e sistemas elétricos convencionais operam com corrente alternada (CA). É aqui que entram os inversores solares. Esses dispositivos têm a tarefa crucial de converter a corrente contínua gerada pelos painéis solares em corrente alternada, que é compatível com a rede elétrica e os dispositivos que utilizamos diariamente.
Os inversores solares não apenas realizam essa conversão, mas também monitoram o sistema de energia solar, otimizando o desempenho e a eficiência. Eles garantem que a energia gerada seja entregue de maneira uniforme e constante, tornando possível a utilização eficaz da energia solar para alimentar nossas necessidades energéticas.O papel crucial dos inversores solares
Os inversores solares desempenham um papel crucial na jornada da energia solar, transformando-a de uma fonte de luz abundante em eletricidade prática e utilizável. Existem vários tipos de inversores solares, cada um com suas características e aplicações específicas.
Inversores de string: Estes são amplamente usados em sistemas de energia solar residenciais e comerciais de pequena escala. Eles conectam vários painéis solares em série, convertendo a corrente contínua em corrente alternada para alimentar a rede elétrica. Os inversores de string são eficazes para sistemas onde os painéis estão expostos a condições semelhantes de sombreamento e inclinação.
Microinversores: Cada painel solar é equipado com um microinversor, que converte a corrente contínua em corrente alternada logo na fonte. Isso permite um controle independente de cada painel, otimizando o desempenho e a eficiência, mesmo em condições de sombreamento ou inclinações diferentes. Os microinversores são ideais para sistemas onde a eficiência individual de cada painel é crucial.
Independentemente do tipo, os inversores solares têm a função essencial de garantir que a energia gerada pelos painéis solares seja compatível com as necessidades de energia de uma residência ou empresa. Eles tornam possível utilizar a energia solar de maneira prática e eficiente, reduzindo a dependência de fontes de energia convencionais.
Economia de energia e redução de custos
A integração de inversores solares em sistemas de energia solar oferece uma série de benefícios econômicos para proprietários de residências e empresas. Uma das vantagens mais visíveis é a economia de energia significativa que os sistemas de energia solar podem proporcionar. Ao gerar eletricidade a partir da luz solar, os proprietários podem reduzir drasticamente suas contas de energia, especialmente a longo prazo.
Além da economia direta nas contas de energia, muitos governos e jurisdições oferecem incentivos financeiros, créditos fiscais e programas de reembolso para aqueles que investem em sistemas de energia solar. Esses incentivos podem reduzir ainda mais os custos iniciais da instalação dos sistemas de energia solar, tornando-os ainda mais acessíveis.
Os inversores solares, ao garantir a eficiência da conversão da energia solar, contribuem para maximizar a quantidade de eletricidade gerada pelo sistema. Isso se traduz em maior economia ao longo do tempo, permitindo que proprietários residenciais e empresariais colham os benefícios financeiros da energia solar de maneira sustentável.
Sustentabilidade e contribuição ambiental
A adoção de inversores solares e sistemas de energia solar vai além dos benefícios econômicos e se estende para a esfera ambiental. Ao gerar eletricidade a partir de uma fonte limpa e inesgotável, os sistemas de energia solar com inversores solares contribuem significativamente para a redução das emissões de gases de efeito estufa e para a diminuição da pegada de carbono.
A utilização da energia solar diminui a dependência de combustíveis fósseis, que são finitos e têm impactos ambientais significativos. Isso ajuda a conservar os recursos naturais e a preservar os ecossistemas. A energia solar não produz poluentes atmosféricos ou resíduos tóxicos, o que é crucial para a saúde do planeta e de seus habitantes.
Ao escolher incorporar inversores solares em sistemas de energia solar, os indivíduos e as empresas não apenas economizam dinheiro, mas também desempenham um papel ativo na transição para um futuro mais limpo e sustentável. Eles estão contribuindo para a preservação do meio ambiente e para a criação de um legado de responsabilidade ecológica para as gerações futuras.
Desafios e considerações na escolha de inversores solares
Embora os inversores solares tragam inúmeros benefícios, é importante reconhecer que existem desafios e considerações a serem ponderados ao escolher o sistema certo. Um dos desafios comuns é a eficiência do sistema, especialmente em condições de sombreamento ou variações de temperatura. Escolher o tipo correto de inversor, como os microinversores que otimizam o desempenho individual dos painéis, pode mitigar esses desafios.
Outro aspecto é a escolha da capacidade de potência do inversor. Selecionar um inversor com potência inadequada pode resultar em subutilização dos painéis solares ou, ao contrário, em sobrecarga do sistema. Uma avaliação precisa da capacidade de energia necessária é essencial para evitar esses problemas.
É fundamental escolher inversores solares de alta qualidade e confiabilidade. A durabilidade e o suporte técnico oferecidos pelo fabricante desempenham um papel vital na eficácia a longo prazo do sistema de energia solar.
Ao enfrentar esses desafios, é aconselhável contar com a orientação de profissionais especializados em energia solar e inversores. Isso garante a escolha correta do sistema de energia solar e dos inversores solares que atendam às necessidades específicas de residências e empresas.
Casos de sucesso e exemplos práticos
A implementação bem-sucedida de sistemas de energia solar com inversores solares é comprovada por uma série de casos de sucesso em todo o mundo. Vamos explorar alguns exemplos práticos que ilustram como essa tecnologia está transformando residências e empresas em fontes de energia limpa e sustentável.
Residência familiar em subúrbio verde: Uma família em um subúrbio adotou um sistema de energia solar com microinversores. Ao otimizar o desempenho de cada painel, eles conseguiram gerar eletricidade suficiente para cobrir sua demanda de energia. Isso resultou em uma redução significativa nas contas de energia e em uma pegada de carbono mais baixa.
Hotel sustentável: Um hotel voltado para a sustentabilidade investiu em um grande sistema de energia solar com inversores de string. A energia gerada não apenas supriu a demanda do hotel, mas também alimentou a rede elétrica local. Isso permitiu que o hotel ganhasse créditos de energia, contribuindo para a economia financeira e para a promoção da energia limpa na comunidade.
Fábrica eficiente em energia: Uma fábrica adotou um sistema de energia solar com inversores solares como parte de sua estratégia de eficiência energética. Além de reduzir os custos operacionais, a fábrica reduziu sua dependência de fontes de energia não renováveis, demonstrando o potencial de transformar a indústria através da energia solar.
Conclusão
Ao percorrer as nuances dos inversores solares e sua integração com sistemas de energia solar, testemunhamos a transformação energética em ação. Essa tecnologia não apenas impulsiona a economia de energia e a redução de custos, mas também desempenha um papel crucial na promoção da sustentabilidade ambiental.
Os inversores solares capacitam indivíduos, famílias e empresas a se tornarem produtores de energia limpa, contribuindo para um futuro mais consciente e responsável.
À medida que mais residências e empresas adotam sistemas de energia solar com inversores solares, podemos vislumbrar um cenário energético mais resiliente e sustentável. A revolução energética está em andamento, e os inversores solares são um componente vital dessa jornada rumo a um amanhã mais limpo e brilhante.
Fonte: Clic Noroeste
Leia a notícia original aqui.
Brasil pode unir preservação ambiental e crescimento econômico, diz Marina Silva Fonte: Agência Senado
O Brasil tem o desafio e a oportunidade de integrar, numa mesma equação, a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico, disse nesta quarta-feira (23) a ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, em audiência pública. Durante quase quatro horas de debate na Comissão de Meio Ambiente (CMA), Marina Silva tratou, com a equipe de sua pasta, de temas locais e nacionais, como a questão fundiária, a exploração de petróleo, a Conferência do Clima em Belém e o apelo por “justiça climática” quando se trata das mudanças climáticas. Requerida pela presidente da CMA, senadora Leila Barros (PDT-DF), e pelo senador Marcio Bittar (União-AC), a reunião serviu para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, apresentar as políticas e prioridades da pasta.
Marina Silva observou que, diante da realidade das mudanças climáticas, assumiu a pasta do Meio Ambiente em contexto mais complexo do que há 20 anos, quando tomou posse pela primeira vez como ministra, no primeiro governo Lula.
— Estamos novamente fazendo um esforço de olhar para a gestão pública, não com o olhar apenas de uma gestão, ou de um governo, ou de um partido. Mas com o olhar de quem pensa a governança ambiental brasileira. Temos trabalhado muito para que o Brasil faça jus às potências que ele é. Uma potência ambiental, uma potência agrícola e uma potência hídrica. E graças a essas qualidade temos imensas vantagens comparativas que devem ser transformadas em vantagens competitivas. Mas talvez agora tenhamos que pensar em vantagens comparativas e vantagens distributivas — disse Marina Silva, salientando que a política ambiental se dirige prioritariamente às populações vulnerabilizadas pela destruição do meio ambiente e pelas mudanças climáticas.
Economia verde
O senador Fabiano Contarato (PT-ES) observou que a pauta ecológica é um direito constitucional e ponderou ser possível a discussão ambiental “andar de mãos dadas com economia e tributação verdes”. O parlamentar destacou que o racismo ambiental é uma realidade no Brasil e considerou medidas como o reforço da fiscalização e o investimento em educação fundamentais para aperfeiçoar o debate ambiental.
Marina declarou que quando assumiu o ministério pela primeira vez, não se tinha a clareza atual sobre questões como a gravidade da perda de biodiversidade, da mudança do clima, da importância das florestas para equilíbrio ambiental do planeta, bem como do papel dos povos originais. A ministra destacou também um “imperativo ético” de se acabar com a oposição entre economia e ecologia, transformando os dois temas numa mesma equação.
— Os efeitos indesejáveis da mudança do clima afetam, de forma muito mais perversa, as populações vulnerabilizadas. Mas a ciência ganhou o primeiro round. O Brasil inova no enfrentamento desses problemas. Conceitos novos, como o de justiça climática e o de racismo ambiental passaram a integrar o debate da opinião pública nacional e internacional, sendo uma base de realidade — disse Marina Silva.
Mudanças climáticas
A senadora Teresa Leitão (PT-PE), que endereçou pergunta sobre as políticas em favor do bioma da Caatinga, elogiou a ministra pelo “conteúdo apresentado”, a “profundidade” e a “riqueza da abordagem”, sobretudo por relacionar preservação do meio ambiente com “justiça climática”.
— Mudanças climáticas não podem mais ser vistas como ‘naturais’, mas estão relacionadas a justiça climática e racismo ambiental — disse a senadora, sublinhando a fala de Marina.
Leila Barros, presidente da CMA, por sua vez, destacou o clima sereno do debate, em que senadores questionaram a chefe da pasta sobre assuntos considerados polêmicos.
— Foi uma excelente audiência, com todos de coração aberto, tirando dúvidas. Que a ministra Marina, com sua competência, venha mais vezes a esta Casa, com um ambiente cada vez menos tenso e sem dicotomias, porque todos aqui estão muito interessados nisso — disse Leila Barros ao conduzir os trabalhos.
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) defendeu o aumento do protagonismo social na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP-30), destacando que a 30ª edição do evento acontece em novembro de 2025, em Belém (PA). A parlamentar reconheceu os desafios da pauta ambiental e defendeu a união em favor das políticas dessa área que, na visão dela, devem acontecer de modo transversal.
Regularização fundiária
O senador Beto Faro (PT-PA) considerou necessário reforçar a discussão de temas como desenvolvimento sustentável e aprofundar o entendimento sobre outros temas ainda tratados como tabus, a exemplo de regularização fundiária, “sem a qual não é possível responsabilizar eventuais criminosos”. O parlamentar quis saber qual a capacidade efetiva da pasta para a manutenção de programas como o Bolsa Verde e pediu que o ministério contribua com o apontamento de medidas legislativas que podem ajudar a diminuir a pobreza na Amazônia.
Marina ressaltou que ações em favor da agricultura familiar e em defesa dos povos tradicionais têm sido desenvolvidos pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria com outros ministérios, como o dos Povos Indígenas. Ela disse que o Bolsa Verde é um pagamento por serviço ambiental, no valor de R$ 600, concedido a cada três meses, e cujos processos de execução foram retomados pelo atual governo. Ela também mencionou recursos da ordem de R$ 92 milhões para Fomento Rural.
Quanto à regularização fundiária, a ministra observou que muitas vezes é possível “legalizar”, mas o problema é que a natureza muitas vezes “não assimila” os danos que lhe foram causados.
Petróleo
Em resposta ao senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), Marina disse que a recente negativa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para a exploração de petróleo pela Petrobras na Foz do Amazonas, na costa do Amapá, teve caráter estritamente técnico. Segundo a ministra, a decisão teve base em um relatório que apontou como insuficientes as propostas de mitigação dos desgastes ambientais e as medidas que seriam tomadas para evitar desastres, em casos de perda de controle. Ela lembrou também
— O Ibama não dá licenças políticas, mas técnicas. Ele não facilita, nem dificulta. Ninguém discute com a Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] sobre um remédio ser tóxico ou não. A gente olha para o que a ciência está dizendo — afirmou a ministra, lembrando que o órgão concedeu centenas de autorizações à Petrobras recentemente e que a exploração de petróleo na região ainda é objeto de estudos.
Ela sublinhou ainda que o governo Lula incluiu no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) projetos em estudos, como a própria a exploração de petróleo na Foz do Amazonas, a construção da Ferrogrão, também mencionada por Zequinha Marinho, e as obras da rodovia 319, igualmente na Região Norte. Marina também respondeu a Zequinha que chamada bioeconomia não é criação recente, mas está presente desde sempre, tendo ela própria sobrevivido por meio do extrativismo, num seringal no Acre. O problema, disse, reside no fato de a bioeconomia ainda ser subfinanciada.
Poluição de rios
O senador Cleitinho (Republicanos-MG) mencionou os crimes ambientais que ocorrem com a poluição de rios e nascentes e apontou como injusta a cobrança da taxa de tratamento de esgoto em muitas cidades onde o serviço é praticamente inexistente. Ele pediu apoio do Ministério do Meio Ambiente para uma ação a ser apresentada pelo parlamentar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que a manutenção da taxa passe a ser considerada inconstitucional.
—Daí essas empresas [responsáveis pelo saneamento] vão tomar vergonha, e os brasileiros vão parar de pagar por um serviço que não existe — asseverou.
Em resposta, Marina Silva considerou necessário tratar de modo separado a coleta do lixo e a falta de tratamento do esgoto. Ela se disponibilizou a aprofundar esse debate junto aos parlamentares, afirmando que essa agenda é formada por um “tripé fundamental”, que envolve proteger a saúde das pessoas e a educação, além da possibilidade de ser um vetor de emprego e renda para a população.
“Ogronegócio”
Em resposta à senadora Tereza Cristina (PP-MS), que quis saber se Marina Silva seria favorável a mudanças no Código Florestal, a ministra respondeu que “é hora de implementar a lei e não de se promover alterações no texto”.
Marina fez distinção também entre o agronegócio e o “ogronegócio”, que age de forma alheia à legislação, com desmatamento ilegal, e não representaria de fato o setor agrário. Tereza Cristina pediu que a ministra não volte a usar o termo, por considerar a metáfora ofensiva ao agronegócio que é, conforme disse, um setor que alimenta o Brasil.
A ministra disse que a metáfora é necessária para entender a diferença, explicando que a palavra “ogro” se referia a “negócio”, opondo-se ao verdadeiro agronegócio. Ela disse ter se referido à parte do setor “que paga alto preço em relação aos contraventores”.
— São 2% que prejudicam o conjunto da obra. Então, existem o agronegócio e o ogronegócio, ao qual me referi. Não vamos generalizar nem o bem, nem o mal. Não temos compromisso com o erro, e o que é certo vamos querer aprofundar cada vez mais — declarou Marina Silva.
Resíduos sólidos
O senador Giordano (MDB-SP) chamou atenção para o trabalho de coleta e reciclagem de lixo. Ele destacou que os aterros sanitários “lucram milhões e milhões” em São Paulo e que os catadores não participam dessa riqueza.
Giordano também pediu apoio da pasta do Meio Ambiente para lidar com um “navio-bomba”, que representa risco para a população, pois em breve deve atracar junto ao litoral de Santos (SP). Em resposta, o secretário-executivo da pasta, João Paulo Capobianco, explicou que o navio de regazificação de gás natural liquefeito é da empresa Comgás, e que, de acordo com lei aprovada recentemente pelo Congresso, esse licenciamento compete ao estado de São Paulo, especificamente à Cetesb, órgão ambiental local.
Tainha
O senador Jorge Seif (PL-SC) criticou as ONGs ambientais e reclamou da limitação, pelo Ministério do Meio Ambiente, das cotas para a pesca da tainha — em especial a industrial — no litoral de Santa Catarina. Segundo ele, a restrição prejudica a economia do estado, no qual a pesca tem muito importante. Em resposta, Marina disse que nem sempre determinadas cotas garantem a sobrevivência das espécies, e que elas por isso podem ser reduzidas. Capobianco explicou que foram seguidas orientações técnicas sobre a pesca da tainha e que houve acerto, pois os pescadores artesanais catarinenses obtiveram ótimos resultados. Além disso, já há um grupo de trabalho com o Ministério da Pesca para se definir a pesca da tainha na próxima safra e as perspectivas seriam boas.
O senador também tratou da permissão da caça ao javali, espécie exótica que tem prejudicado plantações e florestas. Segundo Seif, o Ibama tem impedido a caça. Marina respondeu que a introdução de espécies exóticas de fato provocam graves danos ambientais, como é o caso do javali. E, juntamente com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, explicou que a atribuição de autorizar a caça nesse caso já não pertence ao órgão ambiental, mas ao Exército Brasileiro.
— O javali é um problema, uma espécie híbrida, está espalhado por diversos estados brasileiros. As autorizações [de caça] vigentes continuam mantidas. Não cassamos as autorizações anteriores, mas […] o Decreto 1.615, de 21 de julho 2023 passou as autorizações para o Exército Brasileiro. Estamos em tratativas para que a gente possa resolver essa questão — disse Rodrigo Agostinho.
Roraima
Ao senador Chico Rodrigues (PSB-RR), que tratou das áreas disponíveis para a produção agrícola e das áreas de preservação permanente em Roraima, Marina Silva disse que trabalhará “até o último dia” para que a população de Roraima possa desfrutar do crescimento econômico proporcionado justamente pela bioeconomia, em razão da preservação de sua cobertura florestal. Marina defendeu compensação financeira e regularização do mercado de carbono, mencionando também as alternativas de manejo florestal e de aumento da produção, não pela expansão das áreas para produção agrícola, mas pela maior eficiência.
Cerrado
Leila Barros destacou a relevância das articulações para o sucesso das ações do ministério, em defesa dos biomas nacionais e contra atividades de grilagem em regiões como o Distrito Federal. A senadora considerou a área “a caixa d’água do país”, que precisa ser preservada.
Marina reconheceu a necessidade de cuidar da região e disse que muitas ações de desmatamento são legalizadas. Ela afirmou, no entanto, que essas licenças ambientais devem ser revisitadas, principalmente para a implementação do Plano de Combate ao Desmatamento do Cerrado, por exemplo. Segundo a ministra, uma das diretrizes do ministério é o fortalecimento do Sistema Nacional de Meio Ambiente, em conjunto com os estados.
Adiamentos
Participaram da audiência o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, a secretária do Clima, Ana Toni, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, e André Lima, secretário extraordinário de Controle de Desmatamento e Ordenamento Ambiental.
Ao agradecer aos senadores pela reiteração do convite para a audiência pública da CMA, Marina Silva disse que adiou o comparecimento à comissão, nas três vezes antes agendadas, em razão de reunião com o presidente da República, posteriormente, por problema de saúde e, em seguida, por atividade intensa em virtude da Semana de Meio Ambiente.
Fonte: Agência Senado
Leia a notícia original aqui.