Agência Internacional de Energia diz que “início do fim” da era dos combustíveis fósseis se aproxima
Mesmo com entidades como o Banco Mundial ainda despejando milhões de dólares em investimentos em combustíveis fósseis em todo o mundo, a Agência Internacional de Energia (AIE) projetou pela primeira vez que o consumo destes combustíveis atingirá o pico antes de 2030 e entrará em declínio permanente à medida que as políticas climáticas entrarem em vigor. Segundo um relatório sobre perspectivas energéticas da AIE, que deverá ser publicado no próximo mês, a procura mundial por petróleo, gás e carvão começará a diminuir nesta década, no que será o “início do fim” da era dos combustíveis fósseis.
Fatih Birol, chefe da AIE, escreveu no Financial Times nesta terça-feira (12) que as projeções mostrariam que “o mundo está à beira de um ponto de viragem histórico”. “Os picos para os três combustíveis fósseis são uma visão bem-vinda, mostrando que a mudança para sistemas energéticos mais limpos e seguros está acelerando e que os esforços para evitar os piores efeitos das alterações climáticas estão fazendo progressos”, escreveu ele.
Birol disse que o pico mais cedo do que o esperado para os combustíveis fósseis foi impulsionado principalmente pelo “crescimento espetacular” das fontes de energia limpa, incluindo a energia solar e os veículos elétricos. Ele também destacou as mudanças estruturais na economia da China – que vem se afastando das indústrias pesadas com uso intensivo de energia – e a transição acelerada da Europa para longe do gás natural após a invasão da Ucrânia pela Rússia.
No entanto, Birol disse que o ritmo atual de redução dos combustíveis fósseis “não é suficientemente acentuado para colocar o mundo no caminho de limitar o aquecimento global a 1,5ºC” – o que é considerado crucial para evitar uma catástrofe climática. “Isso exigirá uma ação política significativamente mais forte e mais rápida por parte dos governos”, afirmou.
Fonte: Um Só Planeta
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Planejar a infraestrutura é um caminho para a sustentabilidade
O planejamento em infraestrutura é fundamental para lidar com as mudanças climáticas e buscar a sustentabilidade a longo prazo, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil. Essa foi a tônica da apresentação do Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) na abertura do XX Simpósio Nacional de Auditoria de Obras Públicas (SINAOP), evento que reúne auditores e auditoras de tribunais de contas de todo o país ao longo desta semana em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul.
O UNOPS esteve representado pela especialista em regulação Patrícia Valente. Ela trouxe à plateia dados de um estudo do UNOPS feito em parceria com a Universidade de Oxford: 79% de todas as emissões de gases de efeito estufa vêm da infraestrutura, que também será responsável por 88% de todos os custos de adaptação – números que se tornam ainda mais significativos quando se considera o gargalo do setor na América Latina e no Caribe.
Patrícia frisou que o cenário exige ainda mais esforços para transparência e governança, de modo a maximizar a utilização dos recursos públicos, um tema que também já foi destacado em artigo publicado pelo Diretor Executivo do UNOPS, Jorge Moreira da Silva. A especialista também apontou que os projetos devem ter as pessoas e suas necessidades como foco, levando em conta, ainda, as muitas diversidades existentes na população. Ela explicou que:
“Muitas obras no Brasil acabam sendo paralisadas por conta de um planejamento inadequado. E, em várias situações, isso ocorre pela falta de escuta das comunidades do entorno e/ou que serão beneficiadas pelo ativo de infraestrutura. Garantir processos de participação e compreender a realidade das pessoas ajuda a evitar esse problema e, consequentemente, a fazer um melhor investimento dos recursos, sempre tão escassos.”
Como exemplo de boa iniciativa, a advogada falou sobre o QualiREG, o Programa de Aprimoramento da Qualidade da Regulação Brasileira, projeto da Controladoria-Geral da União em parceria com o UNOPS e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Desde 2019, 42 agências reguladoras (boa parte delas voltadas para a área de saneamento) já passaram pelo programa, tendo acesso a um diagnóstico sobre sua maturidade institucional e a consultorias personalizadas para melhoria de processos.
PPPs com foco em pessoas
Ainda na temática do planejamento, o UNOPS esteve, na semana passada, no Connected Smart Cities 2023, em um painel que tratou do tema no contexto de cidades sustentáveis e tecnológicas. A coordenadora de Parcerias Público-Privadas (PPPs) do UNOPS, Isadora Schetinger, trouxe para o debate a abordagem de “People First PPPs”, estabelecida pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa (UNECE). Ela destacou que:
“As PPPs têm vantagens com relação a modelos tradicionais de contratação, mas fazer PPP por si só não é suficiente, pois a modelagem usualmente é focada nos ganhos financeiros. Com essa nova abordagem, a estruturação de projetos de infraestrutura coloca as pessoas no centro das iniciativas, principalmente as que se encontram em situação de vulnerabilidade econômica e social. Afinal, para que uma cidade seja efetivamente inteligente, é preciso ir além das inovações e da conectividade e garantir que isso de fato esteja a serviço das pessoas.”
Fonte: ONU
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Plataforma auxilia empresas a fazerem autodiagnóstico sobre práticas sustentáveis
Uma plataforma online auxilia empresas a fazerem um autodiagnóstico sobre o grau de adoção de práticas sustentáveis e de economia circular. A Rota de Maturidade em Economia Circular é uma ferramenta gratuita desenvolvida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) a partir de estudos do Centro de Pesquisa em Economia Circular da Universidade de São Paulo (InovaUSP), com apoio da consultoria Upcycle.
A partir do cadastro e do diagnóstico da empresa na plataforma, são geradas recomendações de boas práticas para aumentar o nível de sustentabilidade do empreendimento. Segundo o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, a ferramenta pode ajudar a aumentar a competitividade da empresa no mercado.
“Primeiro que ela pode ser vista como uma ferramenta de gestão. A economia circular vai trazer um viés de competitividade para o setor industrial, a partir de várias vertentes, dentre elas uma redução de custo. Então, é uma oportunidade para aquelas empresas, que desejam se inserir dentro de cadeias globais de valor, possam identificar onde elas precisam melhorar: se é em um trabalho de eficiência, em um ecodesign, em uma gestão de resíduos.”
Como usar a plataforma
- O primeiro passo é acessar a Rota de Maturidade em Economia Circular e fazer um cadastro do CNPJ;
- Em seguida, é preciso responder os questionários, que podem ser sobre toda a empresa, uma unidade, um modelo de negócio ou um produto;
- Após o diagnóstico dos dados fornecidos, é gerado um relatório customizado para cada usuário, com as recomendações sugeridas para aprimorar as práticas sustentáveis.
Avaliação
A ferramenta oferece quatro módulos de avaliação, que analisam as etapas e os aspectos do processo produtivo, desde o planejamento até o pós-venda. São eles:
- Gestão estratégica: que analisa as atividades de planejamento, execução e monitoramento e se os conceitos da economia circular são compartilhados entre os colaboradores e parceiros;
- Planejamento da solução: que é focado nos processos de desenvolvimento de produtos e serviços da empresa, incluindo pesquisa, desenvolvimento e inovação;
- Gestão de recursos: que avalia a aplicação de recursos financeiros e energéticos para que haja conservação dos recursos naturais e mínima emissão de poluentes;
- Produção e Entrega da Solução: que avalia a aplicação de tecnologias, monitoramento e manutenção de operações circulares e como é feita a entrega aos clientes.
A economia circular promove um melhor aproveitamento dos recursos naturais durante o processo produtivo por meio do reúso e da reciclagem, o que estimula a diminuição da dependência por matérias-primas virgens e a redução da emissão de gases de efeito estufa. Segundo Davi Bomtempo, a prática é um dos pilares estratégicos da CNI rumo à transição para uma economia de baixo carbono.
“Dentro desse contexto, trabalhamos muito a parte de políticas públicas, seja na construção de um texto de consenso do setor industrial dentro do Congresso Nacional, seja na construção de uma norma internacional no âmbito da ISO [Organização Internacional de Normalização, na sigla em inglês]. De certa forma a gente precisa também entender a nossa base, enxergar como que o setor industrial entende e desenvolve a economia circular e por isso que foi desenvolvida essa ferramenta.”
Fonte: Brasil 61
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