Categoria: Notícias de Mercado

Avanço do ESG marcará aperto regulatório contra o ‘greenwashing’ a partir de 2023

Durante sua participação na Conferência COP15 sobre Biodiversidade, em Montreal, no Canadá, no início de dezembro, o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que é preciso adotar quadros regulatórios e medidas de transparência que acabem com o chamado “greenwashing“, classificado por ele como um “faz de conta” para os clientes de que a empresa é ambientalmente correta. A declaração está em linha com uma série de iniciativas que entrarão em prática a partir de 2023. Trata-se de iniciativas que exigirão maior cuidado das organizações tanto em suas ações individuais como no relacionamento com seus públicos de interesse.

Na França, por exemplo, o ano que vem marcará o início da vigência da Lei do Clima e da Resiliência. Já em 2024, todo o continente europeu deverá obedecer à Diretiva de Práticas Comerciais Desleais proposta pela União Europeia. Juntas, essas duas regulamentações definem critérios mais claros sobre os processos que as empresas terão que adotar para fazer qualquer reivindicação ambiental sem risco de serem acusadas da prática de greenwashing.

O CEO da plataforma brasileira SaaS para compliance Kronoos, Alexandre Pegoraro, ressalta que, na prática, os novos regulamentos anti-greenwashing, que devem atingir ao Brasil em breve, têm em comum o aumento das exigências para que as empresas coletem seus próprios dados para respaldar quaisquer reivindicações ambientais e que os dados sejam claros, objetivos e verificáveis. Segundo ele, além de dados referentes aos processos produtivos, esta captação se refere também aos relacionamentos entre as organizações e seus públicos-alvo.

“É fundamental que as empresas se certifiquem das práticas ambientais de seus parceiros, fornecedores e funcionários”, afirma.

O executivo comenta que essa preocupação já tem crescido nas empresas brasileiras. “Em 2022, registramos um aumento de 220% no uso do módulo ESG da nossa plataforma, que oferece os serviços Know Your Customer (KYC), Know Your Employee (KYE), Know Your Partners (KYP) e Know Your Supplier (KYS). Este mapeamento feito com tecnologias de ponta para mineração de dados e crawling, permite que as empresas tenham em questão de segundas informações financeiras, jurídicas e outras para gerar transparência e conforto nas relações com seus targets“, afirma.

O aumento dos esforços por parte das empresas para uma atuação ESG mais verdadeira foi reforçado por Guterres. Segundo ele, os governos precisam desenvolver planos de ação ousados para proteger os recursos naturais colocando o planeta na direção da recuperação. Para isso ele quer a participação de investidores e do setor de negócios colocando a proteção da biodiversidade em seus planos e projetos.

Sobre o Kronoos

O Kronoos é uma plataforma de compliance BIG DATA, que, através de mais de 3.500 fontes, nacionais e internacionais, realiza análises, a partir de IA, para verificação de processos, vestígios de corrupção, lavagem de dinheiro, terrorismo, leis ambientais, crédito e mídia negativa, entregando esse resultado para os nossos clientes em menos de 1 minuto.

Por meio dessa solução, unificando e padronizando dados de fontes públicas e privadas, o cliente pode evitar qualquer tipo de surpresa negativa, podendo ostentar elevados níveis de representatividade no conceito ESG, reforçando seus processos de Know Your Customer (KYC), Know Your Employee (KYE), Know Your Partners (KYP), Know Your Supplier (KYS).

Para saber mais acesse https://kronoos.com/

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Oceanos tiveram ano mais quente da história em 2022

O ano de 2022 foi o mais quente da história dos oceanos desde que este tipo de dado começou a ser compilado, na década de 1950, segundo estudo publicado na revista científica “Advances in Atmospheric Sciences”. É o quarto ano consecutivo com quebra de recorde da temperatura marítima.

O estudo mostrou que os oceanos de quatro das sete regiões do planeta quebraram recorde de calor no último ano. Em todas as partes do mundo, 2022 está entre os dez anos mais quentes da história. Segundo a pesquisa, o fenômeno El Niño, prolongado nos últimos doze meses, foi um dos grandes responsáveis pela alta.

Outro índice que bateu recorde no último ano foi o de salinização da água, medida importante para entender a dinâmica da evaporação dos oceanos e consequentemente a temperatura das águas. Quanto maior a concentração de sal na água, mais rápida é a evaporação e consequentemente maior é a temperatura do oceano para provocar esses fenômenos.

 

Os pesquisadores descobriram que além das temperaturas estarem aumentando mais rápido, o calor da água está atingindo profundidades cada vez maiores, um fenômeno que pode ser irreversível até 2100 e que pode causar fortes impactos não só no mar, mas na terra.

“O aumento das temperaturas oceânicas reforça as trocas de energia do oceano para a atmosfera, aumenta a quantidade de umidade atmosférica e altera os padrões de precipitação e temperatura globalmente”, alertaram os pesquisadores, sobre os impactos do calor marítimo no continente.

“A alta das temperaturas oceânicas é o resultado inevitável do desequilíbrio energético da Terra, principalmente associado ao aumento das concentrações de gases com efeito de estufa”, diz o estudo.

Os aumentos consecutivos do calor oceânico também é explicado pelo que acontece fora da água, já que cerca de 90% do calor acumulado no sistema climático mundial é transferido para o mar. Segundo o estudo, estudar a temperatura das águas marítimas é uma das formas mais eficazes de entender os efeitos do aquecimento global.

Fonte: Valor Econômico

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Aprovado projeto que destina R$ 76,5 milhões à conservação da Zona Costeira e Marinha

Foi validado no dia 30 de dezembro de 2022 o projeto GEF AZUL, cujo objetivo é reforçar e expandir os esforços atuais para proteger e gerenciar os extensos ambientes costeiros e marinhos do Brasil, além de nossa rica biodiversidade e serviços ecossistêmicos, promovendo um ambiente favorável para uma Economia Azul sustentável e equitativa baseada nesse capital natural. A ação é coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF) e implementada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Os recursos do GEF disponíveis para esta ação somam 14,4 milhões de dólares, o equivalente a R$ 76,5 milhões.

Especificamente, o projeto visa melhorar a gestão e sustentabilidade financeira do sistema de Áreas Marinhas e Costeiras Protegidas (AMCP) por meio do fortalecimento das capacidades de instituições chave, como a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM); fortalecendo e garantindo a sustentabilidade a longo prazo da estratégia de financiamento do sistema AMCP; aprimorando o monitoramento da biodiversidade e avaliando lacunas e carências de conectividade eficaz em todo o sistema AMCP.

Faz parte do GEF AZUL o fomento à implementação de planos de gestão de AMCP em locais selecionados para enfrentar as ameaças à biodiversidade nesses locais. Paralelamente, o projeto apoiará ações para ajudar a incorporar os princípios da Economia Azul. Ainda, incentivará abordagens e tecnologias inovadoras para a conservação e uso sustentável dos recursos marinhos e costeiros, e também a troca e colaboração de conhecimento local, nacional e internacional, ajudando a capacitar as entidades brasileiras para que elas possam contribuir efetivamente na gestão e no uso sustentável dos ambientes costeiros e marinhos como base para uma Economia Azul.

O projeto será executado pela Secretaria de Áreas Protegidas do MMA, em colaboração com o ICMBio e o Parceiro Operacional (PO) engajando atores do governo, sociedade civil, comunidades locais, academia e do setor privado.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

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Fundo Amazônia é reestabelecido

Fundo Amazônia, criado em 2008 para financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização do bioma, teve restabelecidas suas instâncias de controle por meio do Decreto nº 11.368/2023, assinado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 1° de janeiro, logo após ser empossado. O ato trata da governança do Fundo Amazônia, retomando colegiados de gestão que haviam sido extintos na gestão anterior.

O Fundo era integrado por um Comitê Orientador (COFA), com a atribuição de determinar suas diretrizes e acompanhar os resultados obtidos, e por um Comitê Técnico (CTFA) para atestar as emissões oriundas de desmatamentos na Amazônia. Em 2019, um decreto extinguiu diversos colegiados da administração pública federal, inclusive o COFA e o CTFA.

Até então, não havia sido definida a nova governança do Fundo Amazônia. Com o decreto assinado pelo Presidente da República, os dois comitês foram restabelecidos.

O fundo tem por finalidade captar doações para investimentos não reembolsáveis em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento, e de promoção da conservação e do uso sustentável da Amazônia Legal. Também apoia o desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento no restante do Brasil e em outros países tropicais.

Os recursos vêm de doações e remunerações líquidas de aplicações. A gestão é do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que ainda se incumbe da captação de recursos, da contratação e do monitoramento dos projetos e ações apoiados.

Os projetos apoiados pelo Fundo Amazônia são de áreas como controle, monitoramento e fiscalização ambiental; zoneamento ecológico e econômico, ordenamento territorial e regularização fundiária; e recuperação de áreas desmatadas.

Revogado decreto que trata de mineração

O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva também revogou o Decreto nº 10.966/2022, que criou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento da Mineração Artesanal e em Pequena Escala (Pró-Mape). O programa foi alvo de críticas de que flexibilizava as regras de combate ao garimpo ilegal.

Foi revogada ainda a Comissão Interministerial para o Desenvolvimento da Mineração Artesanal e em Pequena Escala (Comape), criada pelo mesmo Decreto nº 10.966/2022.

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

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Amazônia: garimpo ilegal em terras indígenas subiu 1.217% em 35 anos

A mineração ilegal em terras indígenas da Amazônia Legal aumentou 1.217% nos últimos 35 anos. De 1985 para 2020, a área atingida pela atividade garimpeira passou de 7,45 quilômetros quadrados (km²) para 102,16 km².

De acordo com um estudo elaborado por pesquisadores do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e da Universidade do Sul do Alabama, dos Estados Unidos, quase todo o garimpo ilegal (95%) fica em apenas três terras indígenas: a Kayapó, a Munduruku e a Yanomami. Os resultados do trabalho foram publicados na revista Remote Sensing. Para identificar as regiões de mineração, os pesquisadores aproveitaram dados fornecidos pelo MapBiomas (Projeto de Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil). O MapBiomas reúne imagens obtidas por satélites, com resolução espacial de 30 metros.

Uma das limitações da ferramenta, porém, é que, embora haja precisão para distinguir área de floresta de perímetros de mineração, ela não serve para reconhecer, por exemplo, uma região menor, em que o garimpo acontece. Pelo sistema, também não é possível apontar balsas usadas pelos garimpeiros. Por essa razão, os pesquisadores ressaltam que o resultado pode estar subestimado e que talvez a área afetada seja ainda mais extensa.

A pesquisa destaca ainda que, em terras indígenas da Amazônia Legal, os garimpeiros buscam ouro (99,5%) e estanho (0,5%). A exploração se dá mais fortemente no território dos kayapó, que também convivem com o avanço de madeireiros e da siderurgia. Nesse caso, estima-se que, em 2020, a área ocupada pelos garimpeiros era de 77,1 km², quase 1.000% a mais que o registrado em 1985 – 7,2 km².

Na Terra Indígena Munduruku, a atividade mineradora intensificou-se a partir de 2016, saltando de 4,6 km² para 15,6 km², em apenas cinco anos. O mesmo se repetiu em solo yanomami, onde o garimpo ilegal ocupava 0,1 km² em 2016 e subiu para 4,2 km² em 2010. Os autores do estudo destacam que, em 2018, os yanomami viram a mineração ultrapassar, pela primeira vez, a marca de 2 km² e que, desde aquele ano, o aumento da ilegalidade gerou mais invasões e violações de direitos humanos. Conforme alerta o pós-doutorando Guilherme Augusto Verola Mataveli, da Divisão de Observação da Terra e Geoinformática do Inpe, o que geralmente ocorre na mineração praticada na Amazônia Legal, incluindo nas terras indígenas, é que o desmatamento precede o garimpo. Ou seja, sinais de desmatamento da floresta podem servir de indicativo para a ação de autoridades contra o garimpo ilegal.

 

Fonte: Uol Notícias.

Leia a notícia original: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-brasil/2023/02/03/amazonia-garimpo-ilegal-em-terras-indigenas-subiu-1217-em-35-anos.htm

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Anfitrião da COP28 pede combate ao aquecimento global sem afetar crescimento

A luta contra o aquecimento global deve andar de mãos dadas com o crescimento econômico, afirmou hoje o chefe da companhia petrolífera dos Emirados Árabes Unidos, Sultan Ahmed al Jaber, que dirigirá a COP28 (28ª conferência do clima da ONU). “Devemos limitar o aumento global das temperaturas a 1,5 ºC sem retardar o crescimento econômico”, declarou Al Jaber durante uma cerimônia de graduação da Universidade de Inteligência Artificial Mohamed Bin Zayed.

Al Jaber é diretor-geral da Adnoc (Companhia de Petróleo Nacional de Abu Dhabi) desde 2016 e é o enviado especial para mudanças climáticas dos Emirados Árabes Unidos. “Precisamos implementar uma transição energética inclusiva que não deixe ninguém para trás, especialmente no Sul global. Precisamos fazer com que nosso planeta seja mais rico e mais saudável ao mesmo tempo”, acrescentou. Al Jaber também atua como ministro da Indústria dos Emirados e dirige a empresa de energias renováveis Masdar.

Sua designação como presidente da COP28 provocou uma onda de críticas por parte de defensores do meio ambiente, que consideraram que sua nomeação ameaçava a “legitimidade” das negociações internacionais sobre o clima. Por outro lado, o enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, saudou essa nomeação. E o ministro da Economia francês, Bruno Le Maire, pediu nesta segunda apoio aos esforços da presidência da COP28. A conferência será realizada entre novembro e dezembro de 2023 em Dubai. A última, que ocorreu no Egito em novembro, aprovou um histórico fundo de perdas e danos para os países “particularmente vulneráveis” às mudanças climáticas.

Mas alguns especialistas criticaram que a conferência não conseguiu reduzir a dependência dos combustíveis fósseis. Os Emirados Árabes Unidos são um dos maiores produtores mundiais de petróleo e insistem em sua importância para a economia global e o financiamento da transição energética.

 

Fonte: Uol Notícias

Leia a notícia original: https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2023/01/30/anfitriao-da-cop28-pede-combate-ao-aquecimento-global-sem-afetar-crescimento.htm

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Energia solar: matriz cresce e alcança 17 gigawatts de potência instalada

A matriz de energia solar ultrapassou os 17 gigawatts (GW) de potência instalada em comércios, indústrias, prédios públicos, produtores rurais e residências, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). De acordo com a organização, o Brasil tem mais de 1,6 milhão de sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, gerando economia e sustentabilidade para cerca de 2,1 milhões de unidades consumidoras.

“Esse avanço da matriz solar também ajuda a baratear a conta de luz de todos os consumidores, os que têm e os que não têm sistemas solares. Segundo estudo recente da consultoria especializada Volt Robotics, na próxima década, a geração própria de energia solar deve reduzir a conta de luz no País em cerca de 5,6%”, afirma o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia.

Desde 2012, o setor recebeu cerca de R$ 90,9 bilhões em novos investimentos, gerando mais de 510 mil empregos acumulados no período. Este dado representa uma arrecadação de R$ 27,4 bilhões aos cofres públicos. Pensando nisso, Sauaia comenta que a modalidade deverá trazer mais de R$ 86,2 milhões em benefícios sistêmicos no setor elétrico até 2031.

Segundo dados da Absolar, a energia solar está presente em todos os estados brasileiros, em mais de 5,2 mil municípios. Os estados líderes em potência instalada são, respectivamente: Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso.

De acordo com Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho de administração da Absolar, “é preciso diminuir subsídios, incentivos e desonerações às fontes fósseis e aumentar o apoio às fontes limpas e renováveis. É nesta direção que o mundo caminha e é isso que a sociedade brasileira e a comunidade internacional esperam de nossos líderes. Com boas políticas públicas, o Brasil poderá se tornar uma liderança solar internacional”, conclui.

 

Fonte: Exame

Leia a notícia original: https://exame.com/esg/energia-solar-cresce-17gigawatts/

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Ecossis é destaque no Jornal do Comércio

O Seminário Cidade bem Tratada, que ocorrerá em maio de forma presencial, em Porto Alegre, foi destaque no Jornal do Comércio, na coluna Pensar a cidade, na edição dos dias 3, 4 e 5 de fevereiro de 2023. A realização é da Fundação Mata Atlântica e Instituto Ecossis, e tem como objetivo trazer um panorama atual sobre a situação das águas, das energias renováveis e dos resíduos sólidos.

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Turismo ecológico: Curtir as férias ajudando a salvar o mundo

Hoje, 1º de março, é celebrado o dia do turismo ecológico. Separamos uma notícia que aponta formas de aproveitar essa modalidade da melhor maneira possível, bem como fornece dados importantes sobre o setor.

As amigas e sócias Ana Luiza Medori, engenheira química, e Aline Alves, aromaterapeuta, lançaram em 2022 um novo empreendimento que deve frutificar este ano. Elas estão organizando três viagens com proposta bem original: apresentar produtos amazônicos importantes na produção de perfumes e cosméticos – como óleos essenciais, manteigas e diferentes partes de vegetais — e a forma como são extraídos, com total atenção ao uso sustentável. Trata-se do Tour Aromático Amazônia, que deve ocorrer em março, julho e setembro. “Muitos brasileiros vão para Provence, na França, para conhecer os campos de lavanda. Queremos que as pessoas venham conhecer é a flora amazônica”, diz Aline. Pela forma como as duas trabalham e planejam, seu negócio se encaixa à perfeição nas definições de turismo sustentável.

O turismo que promove o desenvolvimento sustentável, segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), “leva em consideração seus impactos econômicos, sociais e ambientais atuais e futuros, atendendo às necessidades dos visitantes, da indústria, do meio ambiente e das comunidades anfitriãs”. As diretrizes do turismo sustentável e suas práticas de gestão se aplicam a todas as formas de turismo em todos os tipos de destinos, incluindo o turismo de massa e os vários segmentos de turismo de nicho – ou seja, turismo sustentável não é sinônimo de ecoturismo, também chamado de turismo de natureza.

O turismo sustentável deve aproveitar de forma consciente os recursos ambientais e ajudar a conservar o patrimônio natural e a biodiversidade. Deve respeitar a autenticidade sociocultural das comunidades anfitriãs, conservando seu patrimônio cultural e seus valores tradicionais, além de contribuir para a compreensão e tolerância entre culturas. Deve assegurar operações viáveis e de longo prazo, proporcionando benefícios socioeconômicos a todas as partes interessadas, que sejam distribuídos de forma justa, incluindo emprego estável, oportunidades de geração de renda e serviços sociais para as comunidades anfitriãs.

Ana e Aline pretendem respeitar todos esses tópicos em seu plano. Elas já haviam organizado uma primeira viagem aromática em julho de 2022, com 15 pessoas, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no Amazonas. Os diferenciais dessa segunda edição incluem o selo do Programa Carbono Neutro Idesam, que compensa as emissões do passeio por meio do plantio de árvores nativas em sistemas agroflorestais, e uma festa na comunidade Caribi, organizada pelos moradores para os visitantes, com comida e música local. Isso é turismo sustentável com todas as letras. As duas amigas, que já eram sócias numa empresa de cosméticos, tiveram a ideia do roteiro turístico de base comunitária durante uma viagem de barco pelas águas do Rio Negro. Resolveram criar uma nova empresa para fazer as viagens, chamada Aura Amazônia.

“O Tour Aromático da Amazônia foi feito para que a Aura beneficiasse quem mora na floresta, como a família que mantém uma pousada no local, o piloto do barco, os mateiros, os guias, a equipe que ministra o curso de destilação de óleo essencial. A ideia é colocar a comunidade local como protagonista, pois são eles que cuidam da floresta”, explica Aline. “Fazemos parte de um programa de geração de renda para a RDS do Uatumã, onde 250 famílias ribeirinhas vivem da pesca e do extrativismo. O objetivo do Tour é também popularizar e incentivar o uso das matérias-primas da Amazônia extraídas de forma sustentável.”

A Aura Amazônia tem planos bem definidos para aumentar o impacto do seu turismo. Dois objetivos para 2023 são capacitar os ribeirinhos para receberem turistas e criar um site para venda de produtos locais. Para 2024, a ideia é oferecer a viagem para estrangeiros.

Tudo está bem alinhado com os apelos feitos pela ONU (Organização das Nações Unidas) e diversas de suas agências, em 2022, para que a retomada das viagens (com o recuo da pandemia de Covid-19) fosse acompanhada de esforços por turismo mais responsável e ético. Telcio Barboza, analista técnico do Sebrae de Mato Grosso do Sul e gestor do Polo Sebrae de Ecoturismo, avalia que o turismo sustentável ganhou muita importância nos últimos tempos. “O tema das mudanças climáticas e seus impactos, que estão se apresentando para todos verem e sentirem, contribuem para dar destaque e para valorizar iniciativas sustentáveis, entre elas o turismo sustentável”, afirma.

Diferentes turismos sustentáveis

Existem diferentes abordagens para promover viagens responsáveis – entre elas, turismo regenerativo e turismo de bem-estar. “O turismo regenerativo representa uma mudança de paradigma para o setor, agregando mais valor às comunidades do que tirando. Isso é alcançado por meio de uma abordagem holística, baseada no local, liderada pela comunidade e centrada no meio ambiente, que reconhece o valor do bem-estar social, cultural, ambiental e econômico”, traz um relatório produzido pela Universidade de Edimburgo e duas consultorias especializadas em turismo. O viajante que gosta da ideia pode procurar essas características nos prestadores de serviços, como agentes de viagem, hoteis e operadoras de turismo.

Foto: Getty Images

O documento apresenta recomendações e estudos de caso para ajudar pequenas empresas no setor de turismo a identificar projetos, iniciativas e programas que sirvam como soluções baseadas na natureza; e, em seguida, usar essas soluções para orientar seu planejamento e implementação. “Esses modelos regenerativos reconhecem o turismo como um sistema vivo inter-relacionado — composto por negócios, comunidades, viajantes, ecossistemas, rotas de trânsito e muito mais — e perguntam às partes interessadas: ‘quais experiências de viagem, produtos e negócios permitirão que as pessoas e os lugares realmente prosperem?’”, afirmam os autores do relatório.

Já o turismo de bem-estar traz a proposta de reconexão consigo e com a natureza. Contribui com a saúde mental e incentiva um estilo de vida mais saudável, explica Michelle Andreazza, idealizadora e CEO da Amo Estar Bem, portal online com indicações de hospedagens, destinos e retiros de bem-estar no Brasil. “O turismo de bem-estar está totalmente atrelado ao contato com a natureza, é dela que se provê a principal energia de renovação para o nosso equilíbrio”, diz a empreendedora.

O conceito surgiu em 2013, quando o Global Wellness Institute (GWI) publicou seu primeiro relatório sobre o segmento. Segundo a entidade, no ano de 2019, o turismo de bem-estar atingiu um recorde de US$ 720 bilhões, caindo para US$ 436 bilhões em 2020 devido à pandemia. O futuro é promissor, porém. O GWI prevê que o mercado chegará a US$ 1,3 trilhão até 2025. “Viagens com foco no bem-estar físico e mental já eram uma realidade e com a pandemia só se intensificaram, pois o anseio em se conhecer melhor, respirar ar puro e ter momentos de paz, fez com que muitas pessoas procurassem por refúgios no meio da natureza”, avalia Michelle.

No Brasil, o turismo de bem-estar não era muito mencionado até meados de 2020. Após fazer uma pesquisa, a empresária concluiu que 97% dos usuários nem conheciam o termo. Mesmo assim, ela decidiu lançar o primeiro portal especializado no segmento, com mapeamento e curadoria de hospedagens e espaços para retiros. Grande parte das hospedagens registradas no site são ecolodges. Essas hospedagens se preocupam com sustentabilidade em todas as etapas de sua operação, na construção, na relação com flora e fauna locais, no consumo de alimentos, no descarte de resíduos, explica Michelle.

No setor de turismo de bem-estar, o Brasil está em 23º lugar entre 218 países analisados pelo GWI. A empresária destaca os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás, Santa Catarina e também São Paulo, com muitas oportunidades próximas da capital. Como sede de destinos sustentáveis, o Brasil ainda aparece numa colocação fraca — a 50ª posição numa lista de 99 países, sendo os 20 primeiros todos europeus, segundo o Sustainable Travel Index 2021, criado pela Euromonitor International.

Precisamos avançar, e um fator fundamental é o turista dar preferência às opções responsáveis com o meio ambiente. Já existem muitos exemplos de prática de turismo sustentável por aqui. “Podemos citar o destino Bonito Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul, que desenvolve atividades de ecoturismo desde o início da década de 1990, evoluiu no sentido de cuidar do meio ambiente e se organizou para minimizar os impactos negativos do turismo”, conta Telcio. Em 2022, o local recebeu 280 mil visitantes, maior número desde 2015.

“Com o avanço da vacinação e reabertura após a pandemia, vimos crescimento da busca por destinos que trabalham com turismo de natureza, turismo na natureza ou ecoturismo, principalmente os que têm uma visão de sustentabilidade. Os clientes estão mais sensíveis a essas questões, mais conscientes sobre os impactos de suas viagens”, avalia o gestor.

Segundo um mapeamento do Polo Sebrae de Ecoturismo feito em 2022, com foco nas viagens de natureza, a lista de destinos procurados inclui Amazônia, Brotas, Chapada Diamantina, Foz do Iguaçu, Pantanal, e os parques nacionais Aparados da Serra, Chapada dos Guimarães, Chapada dos Veadeiros, Itatiaia, Lençóis Maranhenses e Fernando de Noronha.

Dados de turismo sustentável no Brasil, porém, ainda são escassos. Telcio comenta que a falta de monitoramento é um desafio a ser solucionado. “O que se tem são iniciativas individuais, umas mais outras menos avançadas, de monitoramento de números do turismo de forma geral. Poucas regiões têm seu inventário turístico bem feito, então, fica difícil ter um panorama mais preciso do turismo e muito menos dos segmentos.” O esforço precisa envolver diferentes atores, como as empresas e profissionais de turismo na ponta do destino, as plataformas de reservas e o jornalismo especializado.

Desde 2014, a jornalista Andrea Miramontes divulga no site Lado B Viagem destinos atentos à sustentabilidade, com roteiros culturais, vegetarianos/veganos e amigáveis a animais de estimação no Brasil e no mundo. Desde sua primeira aventura internacional, há 26 anos, ela conta que viaja com um olhar sustentável, fazendo refeições vegetarianas e consumindo artesanato local. Entre os passeios que divulga, estão lugares com políticas públicas verdes, como veículos elétricos, parques públicos, destinação correta dos resíduos, preocupação com a qualidade do ar e critérios rígidos de licenciamento ambiental.

Um dos pilares da proposta é incentivar o turismo sem exploração e sem crueldade com animais. Isso é feito por meio de matérias que denunciam lugares e práticas abusivas com animais no turismo (o que inclui montaria e animais que fazem truques), e apoio a ONGs que combatem o problema. “Se todos parassem de divulgar esse tipo de aberração como algo legal já seria um enorme passo para extinguir esses tipos de parques e passeios”, conta. Andrea também divulga destinos com programas de visita a animais livres no seu habitat e o turismo de observação. Recentemente, ela lançou o Guia de Viagem Pet Friendly. Parte das vendas será destinada a protetores e animais em necessidade.

Outro portal relevante é o Mapa Brasileiro do Turismo Sustentável, do Ministério do Turismo, que compila dados das principais iniciativas de boas práticas de sustentabilidade, turismo de base comunitária e de segurança turística no país.

Futuro do turismo sustentável

Com o objetivo de propor um novo quadro de metas para o setor de viagens e turismo como um todo, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a consultoria Accenture, criou um roteiro carbono líquido zero . O material tem informações sobre o panorama atual do setor e recomendação de marcos ambiciosos para a redução de emissões. A publicação se propõe a oferecer “uma visão realista e pragmática dos obstáculos e como podemos descarbonizar para alcançar um futuro net zero”.

“O setor (de turismo) tem menos de 10 anos para acelerar a transição para soluções de negócios circulares e de baixo carbono, criar novas oportunidades na geração de energia, reduzir pela metade as emissões dos transportes até 2030 e integrar soluções baseadas na natureza em suas operações”, afirma Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA, no roteiro. Essa demanda já tem sido refletida pelos viajantes. No Relatório de Viagens Sustentáveis de 2022 do Booking.com, 42% dos 30 mil turistas entrevistados disseram que notícias sobre as mudanças climáticas os influenciaram a fazer escolhas de viagens mais sustentáveis.

Uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovada em dezembro de 2022 e encaminhada aos estados-membros no fim de janeiro, colocou o turismo no centro de políticas para proteção do meio ambiente e erradicação da pobreza. O documento traz uma série de recomendações a respeito do desenvolvimento do setor turístico e leva em conta outras resoluções e declarações sobre o tema, contando com aportes da OMT.

As tendências apontam para um crescimento do turismo sustentável. Uma delas é o turismo de proximidade, em que o viajante usufrui das atividades que existem no entorno do território onde mora. “Há uma expectativa que essa prática, que já aumentou muito, continue a crescer. Os destinos precisam se preparar para isso, pensar em inovação de oferta para esse público, que tem uma taxa maior de retorno aos locais visitados”, avalia Telcio.

Para quem quer se tornar um viajante responsável, o gestor recomenda que tenha consciência dos impactos que suas viagens provocam, tanto os positivos quanto os negativos, e considere isso em toda jornada, desde a pesquisa sobre o destino, escolhendo as empresas fornecedoras (operadoras, agências, receptivos, transportadoras, guias de turismo etc), até o retorno para casa. “Quando estiver nos locais visitados, é preciso atenção para que suas atividades sejam as menos danosas para o ambiente e para as comunidades locais, sempre respeitando a história e a cultura do território visitado”.

Se quiser saber mais como ser um turista sustentável, contamos aqui quais são os cinco passos. Já mostramos também o que grandes redes de hotéis, pousadas, companhias de aviação e de cruzeiros têm feito para reduzir seu impacto ambiental no setor de turismo. Somando todas as medidas que têm sido colocadas em práticas pelos mais diversos atores, o turismo sustentável tem papel fundamental na construção de um mundo melhor.

Fonte: Um só planeta

Leia a notícia original em https://umsoplaneta.globo.com/sociedade/noticia/2023/03/01/como-o-turista-pode-aproveitar-as-ferias-e-ajudar-a-salvar-o-mundo.ghtml

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Uso de energia solar é essencial ao meio ambiente

A energia solar cresce cada vez mais. Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil alcançou 22 gigawatts (GW) com a soma da capacidade das usinas de grande porte aos sistemas de geração própria em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o equivalente a 10,8% da matriz elétrica do país. De janeiro ao início de novembro deste ano, a energia solar cresceu 59,4%.

Além disso, o Brasil chegou ao principal evento mundial sobre questões climáticas, a COP 27, levando na bagagem toda sua experiência de sucesso na produção de energia solar, e com uma meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, chegando a 50% até o fim de 2030. Segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a ONU estima que o aquecimento global pode matar cerca de 40 milhões de pessoas até o fim deste século. Isso ressalta a importância de medidas urgentes para reverter o cenário por meio de fontes de energia sustentáveis

Veja, a seguir, mais algumas vantagens de como o uso da energia solar pode ajudar nessa questão:

Não requer adaptações para instalação

Ao contrário do que ocorre com as hidrelétricas, onde são necessárias alterações relevantes nos leitos dos rios, a instalação da placa de energia solar não requer nenhum tipo de adaptação na residência e nem demandará muito tempo para ficar 100% operante, principalmente porque ele fica nos telhados – que sempre foram locais sem utilidade. Além disso, nas áreas de maior insolação o sol está sempre presente sem a intervenção humana.

É uma energia infinita

A energia solar é inesgotável e 100% limpa. O Brasil é um dos países que têm uma grande incidência de luz em todo seu território praticamente o ano inteiro, garantindo maior eficiência energética e sendo capaz de abastecer um grande número de pessoas.

Equipamentos de vida longa

Um dos maiores benefícios é que as placas solares têm uma durabilidade de no mínimo 25 anos. Dependendo da qualidade dos equipamentos e dos cuidados realizados, esse tempo pode passar de 30 anos. Além disso, a necessidade de manutenção e reparos é muito baixa, não havendo despesas extras para quem opta por esse sistema.

Fonte original: ES Brasil

Leia a notícia em https://esbrasil.com.br/uso-de-energia-solar-e-essencial-ao-meio-ambiente/

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