Autor: Sabrina Ortacio

Ganhos da integração da energia solar aos carros elétricos

Ganhos da integração da energia solar aos carros elétricos

solarCarros solares

Os ganhos previstos com a eletrificação dos transportes – carros e caminhões com motores elétricos, em vez de motores a combustão – podem não se concretizar totalmente se a eletricidade usada para carregar suas baterias também não vier de fontes limpas ou renováveis.

Para mensurar esse impacto, uma equipe de pesquisadores da França, Luxemburgo e Portugal decidiu estudar o impacto de se usar painéis solares integrados aos próprios veículos elétricos, recarregando suas baterias sem precisar plugar o carro na tomada. E eles estão procurando voluntários para ajudá-los a aprimorar os dados.

Além de reduzir as emissões de CO2 associadas à geração de eletricidade, a integração de módulos fotovoltaicos aos veículos elétricos – compondo os chamados carros solares – permite reduzir os custos e a frequência de recarregamento das baterias. Ou seja, há benefícios para a natureza, para os donos dos carros e para a própria rede elétrica.

Os resultados indicam que a energia solar, coletada por pequenos painéis solares integrados ao teto do carro, oferece um ganho em termos de autonomia do veículo entre 11 e 29 km por dia, reduzindo as necessidades de recarregamento pela metade nos tráfegos simulados, baseados em dados de 100 cidades ao redor do mundo.

Como esperado, o estudo também constatou que os locais mais favoráveis para veículos movidos a energia solar são cidades mais próximas ao Equador, mas há ganhos menores para geografias com menores níveis de insolação. As perdas associadas a sombreamentos na cidade ficam na ordem dos 25%, portanto relevantes, mas não impeditivos para a disseminação em larga escala desta solução, defendem Miguel Brito e seus colegas.

Voluntários

A pesquisa está em andamento, e os pesquisadores acreditam que podem melhorar suas conclusões com a ajuda de cientistas cidadãos.

“As cidades são hoje o principal mercado para os veículos elétricos e, devido às distâncias relativamente pequenas percorridas, são particularmente interessantes para os veículos movidos a energia solar. No entanto, nas áreas urbanas, temos edifícios, árvores e outros obstáculos que lançam sombras nas estradas, limitando assim o potencial solar dos veículos em circulação ou estacionados. O objetivo do trabalho [é] avaliar se o impacto dessas sombras constitui uma limitação significativa ao potencial dos automóveis solares,” explicou Miguel, da Universidade de Lisboa.

Os pesquisadores lançaram uma campanha experimental em busca de cientistas cidadãos para validar experimentalmente o modelo. Mais informações podem ser obtidas na página do projeto, no endereço https://solarcars.rd.ciencias.ulisboa.pt/.

 

Fonte: Inovação Tecnológica

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Simulado de emergência ambiental no Porto de Ilhéus

A Companhia das Docas do Estado da Bahia (CODEBA) realizou, no dia 27 de outubro de 2023, juntamente com a Oceanpact (empresa contratada da CODEBA para atendimento às emergências que envolvem vazamento de óleos e outros combustíveis), um Simulado de Emergência Ambiental do Plano de Emergência Individual (PEI) do Porto de Ilhéus.

O cenário escolhido como hipótese de acidente foi o de média descarga de óleo (< 200m³) devido à colisão de embarcação com o cais ou estruturas durante operação de atracação.

O simulado contou com a participação de representantes da Gerência do Porto de Ilhéus, Área Funcional de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho (AMAST), Guarda Portuária de Ilhéus, das empresas contratadas da Companhia, Oceanpact, Ecossis Soluções Ambientais e da empresa Wilson Sons, proprietária do rebocador Saga Matheus, que foi utilizado como embarcação modelo para a hipótese acidental empregada no simulado.

Essas ações fazem parte de condicionante de validade da licença ambiental exigida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

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Sego se inspira em origami para criar painel solar

Sego se inspira em origami para criar painel solar

A empresa norte-americana Sego buscou na arte japonesa de origami a inspiração para criar um modelo inovador de painel de captação de energia fotovoltaica. O resultado é um carregador portátil e dobrável, sustentado por um tripé, capaz de ampliar em oito vezes sua área de superfície.

O aparelho pode ser armazenado sob o banco dianteiro do automóvel ou carregado em uma pequena mochila. Criado para atender o mais aventureiro dos viajantes, suporta qualquer condição climática, é resistente à poeira e mantém sua estabilidade mesmo em terrenos acidentados ou sob ventos fortes.

Diferentes tamanhos se traduzem em potências de 20, 50, 100 ou 400 watts – os primeiros podem recarregar celulares, GPS e laptops, enquanto os mais potentes são capazes de fornecer a energia para alimentar geladeiras e aquecedores.

O produto é resultado de uma parceria entre a Sego e engenheiros da Nasa, e estará disponível para encomendas a partir do segundo trimestre de 2024.

Fonte: Um só Planeta

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“A gente só tem o planeta A, não tem o planeta B”

“A gente só tem o planeta A, não tem o planeta B. A preservação ambiental é uma parte importante da gente, porque se a gente não preservar, não vai conseguir viver no mundo. Temos que preservar para as coisas serem melhores”, diz Kelciane Pereira Oliveira, 15 anos, de Bequimão, no Maranhão (MA).

A adolescente é uma dos 120 integrantes do Núcleo de Cidadania de Adolescentes (Nuca) de Bequimão, Maranhão, conhecido como Coletivo Bora Ver, espaço onde discutem questões importantes sobre diversos temas, incluindo meio ambiente, preservação de nascentes e manguezais, implementam ações de educação entre pares, se engajam com outros adolescentes e levam suas reivindicações à gestão pública municipal. A ação faz parte da estratégia TEM Água, iniciativa do UNICEF voltada para contribuir com o acesso à água potável e ao saneamento, que inclui capacitação de municípios, trabalho em escolas e comunidades indígenas e povos tradicionais.

“Estou no Nuca há três anos e via que várias meninas de lá cursavam meio ambiente e eu fui me interessando. Via que era muito lindo estar ali, falando sobre meio ambiente e fazendo mutirões de limpeza. Isso me motivou a fazer o curso técnico em meio ambiente, no Instituto Federal de Educação do Maranhão (IFMA), de Pinheiro”, diz Kelciane.

Ela conta que o mutirão de limpeza do Nuca a fez refletir sobre ter mais consciência de preservação ambiental e descarte consciente. “As mudanças climáticas são problemas também causados pelo ser humano, e, como solução, o planeta depende das nossas mudanças de atitudes”, explica a adolescente.

“Gosto muito de estudar bacias hidrográficas, sustentabilidade, preservação ambiental e mudanças climáticas. Meu sonho é me formar em técnica do meio ambiente e trabalhar na área”, complementa Kelciane.

Pensar global para agir local
Para Wanderson Farias Privado, mobilizador do Nuca e articulador do Selo UNICEF de Bequimão, o trabalho com mudanças climáticas é transformador. “Quando eu discuto mudanças climáticas, não penso somente em mim, penso também nas outras pessoas. Quando planto uma árvore, a sombra e os frutos dela não servirão somente para mim, mas para outras pessoas e para futuras gerações”, diz.

“A preservação do meio ambiente se dá por meio dos mutirões de limpeza e das rodas de conversa para gerar o processo de conscientização desses adolescentes para o presente e futuro. Os mutirões ocorrem pelo menos duas vezes ao ano em diversos pontos da cidade, como no rio Itapetininga; a coleta dos resíduos sólidos é uma ação educativa para a cidade”, fala Wanderson.

Além dos mutirões de limpeza, são feitas ações individuais que estimulam novos comportamentos e cuidados pessoais, como a limpeza digital e mental em relação à informação que os jovens acessam diariamente. “A gente entende que o excesso de arquivos sobrecarrega o celular, por exemplo. Então, nesses momentos coletivos, apoiamos para que os jovens façam a exclusão de arquivos duplicados e obsoletos, como caches. O celular limpo vai consumir menos energia e consequentemente sobrecarregar menos o meio ambiente”, explica o mobilizador do Nuca.

“Limpeza mental é um tempo que você separa para meditar, ouvir música, dormir e relaxar. A preservação do meio ambiente, está diretamente interligada a preservação dos rios e manguezais, e o processo de conscientização não vem de fora para dentro; é um ato individual, que vem de dentro para fora. Por isso, é necessário pensar global para agir local”, finaliza Wanderson.

TEM Água
A estratégia TEM Água é uma iniciativa do UNICEF voltada para contribuir com o acesso à água potável e ao saneamento, que inclui capacitação de municípios, trabalho em escolas e comunidades indígenas e povos tradicionais. A estratégia tem como objetivo garantir ambientes mais seguros para crianças, adolescentes e famílias, bem como promover práticas de higiene em áreas urbanas e rurais, inclusive em situações de emergência. Para essa iniciativa, o UNICEF conta com a parceria estratégica da Fundação Salvador Arena.

 

Fonte: Unicef

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CMA aprova plano para avaliar Política de Saneamento Básico

A Comissão de Meio Ambiente (CMA) aprovou nesta terça-feira (31) o plano de trabalho do senador Confúcio Moura (MDB-RO) para a avaliação da Política Nacional de Saneamento Básico, executada em 2023. O colegiado vai realizar audiências públicas, reuniões internas e colher documentos para que, até o dia 12 de dezembro, seja entregue e votado o relatório final. 

De acordo com o plano aprovado, entre outros pontos que serão focados pelos senadores estão: abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos, disponibilidade de serviços de drenagem e manejo das águas pluviais, tratamento, limpeza e fiscalização preventiva das redes e a articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza, de proteção ambiental e de promoção da saúde. Além disso, será avaliada a eficiência de politicas recém-criadas como o Marco Legal do Saneamento Básico (Lei 14.026, de 2020). 

“A introdução de tal legislação deveria aperfeiçoar a atuação do Estado no desenvolvimento do saneamento básico em todo o território nacional, o que, se aconteceu, foi de maneira muito aquém do esperado, e necessitamos entender o porquê. Dados também evidenciam uma cruel relação de disparidade entre os índices de acesso aos serviços básicos de saneamento e o montante investido em cada região, o que deve ser averiguado com maior rigor, para buscarmos alcançar uma equidade na distribuição dos recursos e priorização das metas”, afirma Confúcio. 

Ainda segundo dados levantados pelo senador, transcorridos 13 anos desde a sanção da Lei do Saneamento Básico (Lei 11.445, de 2007) e a atualizaçao da legislação com o Marco Legal do Saneamento Básico, o agravamento da pandemia de covid-19 evidenciaram a “lentidão dos principais indicadores” em relação ao tema no país. Ele apresentou informações do ranking anual do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), publicado em 2021,  que indicam que mais de 100 milhões de brasileiros não têm acesso à coleta de esgoto, ou seja, 54,95% da população, quando a meta legal define 2033 como limítrofe para alcance da universalização dos serviços, garantindo pelo menos 91% com acesso ao tratamento e à coleta de esgoto. 

Confúcio ainda registrou que cerca de 35 milhões de pessoas não possuem acesso à água tratada. Isso representa 84,13% da população, quando a mesma meta define alcance de 99% da população com esse acesso.

— Investir corretamente em saneamento aumenta a qualidade de vida da população e gera crescimento econômico. Daí a importância da contribuição do Senado Federal em avaliar, conforme suas atribuições regimentais, o desenvolvimento destas políticas públicas, pois já se extrapolaram os limites de tolerância cidadã para que os equívocos e disparidades sejam muito bem evidenciados e corrigidos, através de investimentos adequados e do aperfeiçoamento das ações. E, neste ponto: podemos, devemos e vamos contribuir — assegurou. 

Entre alguns objetivos elencados pelo na análise da política pública senador estão: o mapear a realidade do país de acordo com o alcance, a eficácia e a efetividade dos investimentos e das ações governamentais de maneira regionalizada; compilar as demandas enfrentadas pelos gestores de cada região; evidenciar os equívocos na execução das políticas de saneamento; revisar os dispositivos legais quanto à aplicabilidade, funcionalidade e eficácia de sua vigência e orientar a correta revisão orçamentária relacionada às políticas de saneamento básico do país. 

Fonte: Agência Senado

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Sustentabilidade Corporativa: um caminho sem volta!

Não tem outro jeito de explicar. A crise climática é a maior ameaça à nossa coexistência. Somos réus confessos na incapacidade de reduzir ou limitar emissões antrópicas de gases de efeito estufa. E a nossa habilidade para lidar com eventos extremos é ardilosa e inadequada. Em virtude de condições assimétricas, nem todos percebem da mesma forma. Então falhamos novamente ao tentar adaptar ou compensar perdas e danos em casos de vulnerabilidade e pouca resiliência.
Essa história não é nova, porém hoje ela está sendo contada para mais gente. E tudo indica que o tempo está se esgotando. O modelo atual nos leva para um 2030 extremamente desafiador, com metas importantes sendo frustradas. Dificilmente preservaremos as relações como estruturadas até os dias de hoje.
Boa parte das empresas e instituições sabe disso e tem se organizado em torno da agenda de sustentabilidade. É sobre essa agenda que eu gostaria de tratar aqui.
Sob a égide das Nações Unidas, a expressão “desenvolvimento sustentável” ganhou vida e simplificou para onde deveríamos seguir. Consolidando seu conceito básico, isto é, o que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. E promovendo conteúdo programático tal qual a Agenda 21, os Objetivos do Milênio e, mais recentemente, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O primeiro problema dessa agenda é que ela foi idealizada há muito tempo, ainda que tenha sido atualizada de tempos em tempos. Para se ter ideia, praticamente metade das emissões globais de gases de efeito estufa ocorreu nos últimos trinta anos. O segundo problema é que ela até hoje não conversa com os donos do dinheiro.
A expressão “ESG” surge para sensibilizar os donos do dinheiro. Trata-se da integração de aspectos ambientais, sociais e de governança na decisão de investimento. A maneira adequada de utilizá-la é tratando de investimentos financeiros e, sobretudo, em algum ambiente institucional ou setorial. Ocorre que o ESG trilhou um caminho heterodoxo. Da prototipagem de métricas à proliferação de índices, códigos, regras e modelos de reporte. De forma inesperada, ESG tomou vida própria. Dentro da indústria, nas reuniões de conselho, em eventos corporativos. ESG se tornou indispensável.
Minha crítica é sobre a falta de clareza. A essência do desenvolvimento sustentável estaria na garantia de necessidades básicas perpetuada entre gerações. ESG surge então para canalizar recursos para esse objetivo. E embora implícito, nenhum deles está baseado na crise climática.

Não é só contraintuitivo. O uso indiscriminado do ESG para a estratégia de descarbonização da economia tem um belo apelo para climate-washing. Por isso é necessário simplificar, contextualizar e aprofundar. Trazer complexidade aleatória para o debate beneficia quem não está comprado na agenda.

O que estamos reproduzindo hoje não é sustentável nem caminha para a descarbonização necessária. Uma infinidade de índices, padrões, frameworks, códigos e regras que raramente se conecta. Analisar isoladamente aspectos ambientais, sociais e de governança é mais uma anomalia, inclusive pela natureza sistêmica e integrada da agenda.
Desenvolvimento sustentável é de fato um conceito mais intangível. ESG surge então dentro de empresas para elevar os níveis de governança em novo contexto de melhores práticas. Ocorre que nada disso está realmente conectado com o resultado das companhias. Mas o que poderia ser diferente?
A nossa proposta está no conceito de sustentabilidade corporativa.
Dentro de empresas ou organizações, sustentabilidade é um direcionador estratégico importante e não originalmente ligado a providências socioambientais. Trata-se de garantir a perenidade das atividades com base em ações planejadas e bem executadas. Do estabelecimento de modelos de negócios perenes e adequados ao compliance em suas atividades. É, portanto, uma questão de boa governança.
Ocorre que ESG e sustentabilidade não são exatamente a mesma coisa, ainda que usados da mesma forma. Sustentabilidade é um mindset na forma de conduzir os negócios, ESG tem um apelo à gestão financeira estratégica, voltada para investimentos responsáveis. É uma questão de perspectiva, ou o nível em que os diversos stakeholders atuam dentro das organizações.
Acontece que o conceito atual de sustentabilidade, baseado nas premissas do desenvolvimento sustentável e alavancado por meio da retórica ESG, que escancara a responsabilidade das empresas na crise climática, não tem garantido efetividade frente aos desafios contemporâneos.
Essa incoerência pode não ser proposital, embora empresas e instituições se aproveitem da confusão em benefício próprio. Uma grande parte delas, inclusive de boa-fé, acabam desenhando seu planejamento estratégico em conceitos equivocados de sustentabilidade e perpetuando junto a stakeholders certa inconsistência de premissas.
O advogado passa a ser essencial no escrutínio das decisões estratégicas das companhias direcionadas à sustentabilidade.
Dentro do ambiente corporativo, advogados com o poder-dever de reagir à desinteligência de conceitos. Não importa o tamanho da inadequação, sempre haverá aquele que, com a diligência que nos cabe, indicará os equívocos e atuará na respectiva remediação. Caberá ao advogado, portanto, por sua formação científica e pela consolidação de sua prática, entender a regulação aplicável e interpretá-la de maneira adequada, mapear os riscos e apoiar na consolidação das boas práticas.
Ao mesmo tempo, ocorrem mais regras, diretrizes, códigos, regulamentos, manuais, guias, certificações, nos seus mais diversos aspectos da sustentabilidade corporativa, uma entropia incompatível com o desenvolvimento sustentável. Cabe ao advogado resgatar essa essência da sustentabilidade ao descomplicar sua tradução. É nosso dever dominar a técnica e contextualizar a aplicação, transmitindo com altivez e segurança nossa recomendação.

Sustentabilidade corporativa é, portanto, o resultado do avanço consistente das boas práticas modernas aplicadas de forma responsável dentro do ambiente corporativo por gestores comprometidos com a crise climática e o propósito de suas organizações. E ao advogado caberá sempre o papel essencial de qualificar o debate frente aos despropósitos.

O cenário não é catastrófico. Existem inúmeras corporações e advogados efetivamente comprometidos. O ecossistema onde atuamos tem sofrido alguns contratempos, mas deve se recuperar com altivez. E os princípios e regras de direito internacional, sobretudo sob o guarda-chuva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, consolidam a segurança jurídica necessária à ação.
Estamos conscientes de que existe um intenso trabalho na consolidação de direitos que reverberam todos os dias pelo mundo. Além da dinâmica de questões ligadas a temas ambientais, o foco em governança e mudanças climáticas acaba inescapável. Precisamos priorizar setores estratégicos e hard-to-abate emissions. Devemos acelerar o movimento global de transição energética, acordando regras para o phasedown de combustíveis fósseis, inclusive com phase-out estratégico muito antes de 2050. Devemos privilegiar a transição justa e coerente com as premissas do desenvolvimento sustentável.
A interpretação dessas regras, a contextualização da sua aplicação e o apoio na gestão dos riscos físicos e de transição serão feitos por profissionais que conhecem o ecossistema empresarial, entendem o fluxo de investimentos e se mantêm ativos nessa agenda de sustentabilidade corporativa. E sem dúvidas, a trajetória da descarbonização das empresas estará fundamentada na orientação de um bom advogado, aquele que saberá transmitir a seus clientes que a estratégia mais acertada deverá de alguma forma, com a responsabilidade que nos cabe, assegurar o papel de cada organização na solução da crise climática.
Autor: Rodrigo Suminsky
Fonte: Valor Econômico
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