Autor: Sabrina Ortacio

Ecossis é destaque no Jornal do Comércio

O Seminário Cidade bem Tratada, que ocorrerá em maio de forma presencial, em Porto Alegre, foi destaque no Jornal do Comércio, na coluna Pensar a cidade, na edição dos dias 3, 4 e 5 de fevereiro de 2023. A realização é da Fundação Mata Atlântica e Instituto Ecossis, e tem como objetivo trazer um panorama atual sobre a situação das águas, das energias renováveis e dos resíduos sólidos.

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Turismo ecológico: Curtir as férias ajudando a salvar o mundo

Hoje, 1º de março, é celebrado o dia do turismo ecológico. Separamos uma notícia que aponta formas de aproveitar essa modalidade da melhor maneira possível, bem como fornece dados importantes sobre o setor.

As amigas e sócias Ana Luiza Medori, engenheira química, e Aline Alves, aromaterapeuta, lançaram em 2022 um novo empreendimento que deve frutificar este ano. Elas estão organizando três viagens com proposta bem original: apresentar produtos amazônicos importantes na produção de perfumes e cosméticos – como óleos essenciais, manteigas e diferentes partes de vegetais — e a forma como são extraídos, com total atenção ao uso sustentável. Trata-se do Tour Aromático Amazônia, que deve ocorrer em março, julho e setembro. “Muitos brasileiros vão para Provence, na França, para conhecer os campos de lavanda. Queremos que as pessoas venham conhecer é a flora amazônica”, diz Aline. Pela forma como as duas trabalham e planejam, seu negócio se encaixa à perfeição nas definições de turismo sustentável.

O turismo que promove o desenvolvimento sustentável, segundo a Organização Mundial de Turismo (OMT), “leva em consideração seus impactos econômicos, sociais e ambientais atuais e futuros, atendendo às necessidades dos visitantes, da indústria, do meio ambiente e das comunidades anfitriãs”. As diretrizes do turismo sustentável e suas práticas de gestão se aplicam a todas as formas de turismo em todos os tipos de destinos, incluindo o turismo de massa e os vários segmentos de turismo de nicho – ou seja, turismo sustentável não é sinônimo de ecoturismo, também chamado de turismo de natureza.

O turismo sustentável deve aproveitar de forma consciente os recursos ambientais e ajudar a conservar o patrimônio natural e a biodiversidade. Deve respeitar a autenticidade sociocultural das comunidades anfitriãs, conservando seu patrimônio cultural e seus valores tradicionais, além de contribuir para a compreensão e tolerância entre culturas. Deve assegurar operações viáveis e de longo prazo, proporcionando benefícios socioeconômicos a todas as partes interessadas, que sejam distribuídos de forma justa, incluindo emprego estável, oportunidades de geração de renda e serviços sociais para as comunidades anfitriãs.

Ana e Aline pretendem respeitar todos esses tópicos em seu plano. Elas já haviam organizado uma primeira viagem aromática em julho de 2022, com 15 pessoas, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã, no Amazonas. Os diferenciais dessa segunda edição incluem o selo do Programa Carbono Neutro Idesam, que compensa as emissões do passeio por meio do plantio de árvores nativas em sistemas agroflorestais, e uma festa na comunidade Caribi, organizada pelos moradores para os visitantes, com comida e música local. Isso é turismo sustentável com todas as letras. As duas amigas, que já eram sócias numa empresa de cosméticos, tiveram a ideia do roteiro turístico de base comunitária durante uma viagem de barco pelas águas do Rio Negro. Resolveram criar uma nova empresa para fazer as viagens, chamada Aura Amazônia.

“O Tour Aromático da Amazônia foi feito para que a Aura beneficiasse quem mora na floresta, como a família que mantém uma pousada no local, o piloto do barco, os mateiros, os guias, a equipe que ministra o curso de destilação de óleo essencial. A ideia é colocar a comunidade local como protagonista, pois são eles que cuidam da floresta”, explica Aline. “Fazemos parte de um programa de geração de renda para a RDS do Uatumã, onde 250 famílias ribeirinhas vivem da pesca e do extrativismo. O objetivo do Tour é também popularizar e incentivar o uso das matérias-primas da Amazônia extraídas de forma sustentável.”

A Aura Amazônia tem planos bem definidos para aumentar o impacto do seu turismo. Dois objetivos para 2023 são capacitar os ribeirinhos para receberem turistas e criar um site para venda de produtos locais. Para 2024, a ideia é oferecer a viagem para estrangeiros.

Tudo está bem alinhado com os apelos feitos pela ONU (Organização das Nações Unidas) e diversas de suas agências, em 2022, para que a retomada das viagens (com o recuo da pandemia de Covid-19) fosse acompanhada de esforços por turismo mais responsável e ético. Telcio Barboza, analista técnico do Sebrae de Mato Grosso do Sul e gestor do Polo Sebrae de Ecoturismo, avalia que o turismo sustentável ganhou muita importância nos últimos tempos. “O tema das mudanças climáticas e seus impactos, que estão se apresentando para todos verem e sentirem, contribuem para dar destaque e para valorizar iniciativas sustentáveis, entre elas o turismo sustentável”, afirma.

Diferentes turismos sustentáveis

Existem diferentes abordagens para promover viagens responsáveis – entre elas, turismo regenerativo e turismo de bem-estar. “O turismo regenerativo representa uma mudança de paradigma para o setor, agregando mais valor às comunidades do que tirando. Isso é alcançado por meio de uma abordagem holística, baseada no local, liderada pela comunidade e centrada no meio ambiente, que reconhece o valor do bem-estar social, cultural, ambiental e econômico”, traz um relatório produzido pela Universidade de Edimburgo e duas consultorias especializadas em turismo. O viajante que gosta da ideia pode procurar essas características nos prestadores de serviços, como agentes de viagem, hoteis e operadoras de turismo.

Foto: Getty Images

O documento apresenta recomendações e estudos de caso para ajudar pequenas empresas no setor de turismo a identificar projetos, iniciativas e programas que sirvam como soluções baseadas na natureza; e, em seguida, usar essas soluções para orientar seu planejamento e implementação. “Esses modelos regenerativos reconhecem o turismo como um sistema vivo inter-relacionado — composto por negócios, comunidades, viajantes, ecossistemas, rotas de trânsito e muito mais — e perguntam às partes interessadas: ‘quais experiências de viagem, produtos e negócios permitirão que as pessoas e os lugares realmente prosperem?’”, afirmam os autores do relatório.

Já o turismo de bem-estar traz a proposta de reconexão consigo e com a natureza. Contribui com a saúde mental e incentiva um estilo de vida mais saudável, explica Michelle Andreazza, idealizadora e CEO da Amo Estar Bem, portal online com indicações de hospedagens, destinos e retiros de bem-estar no Brasil. “O turismo de bem-estar está totalmente atrelado ao contato com a natureza, é dela que se provê a principal energia de renovação para o nosso equilíbrio”, diz a empreendedora.

O conceito surgiu em 2013, quando o Global Wellness Institute (GWI) publicou seu primeiro relatório sobre o segmento. Segundo a entidade, no ano de 2019, o turismo de bem-estar atingiu um recorde de US$ 720 bilhões, caindo para US$ 436 bilhões em 2020 devido à pandemia. O futuro é promissor, porém. O GWI prevê que o mercado chegará a US$ 1,3 trilhão até 2025. “Viagens com foco no bem-estar físico e mental já eram uma realidade e com a pandemia só se intensificaram, pois o anseio em se conhecer melhor, respirar ar puro e ter momentos de paz, fez com que muitas pessoas procurassem por refúgios no meio da natureza”, avalia Michelle.

No Brasil, o turismo de bem-estar não era muito mencionado até meados de 2020. Após fazer uma pesquisa, a empresária concluiu que 97% dos usuários nem conheciam o termo. Mesmo assim, ela decidiu lançar o primeiro portal especializado no segmento, com mapeamento e curadoria de hospedagens e espaços para retiros. Grande parte das hospedagens registradas no site são ecolodges. Essas hospedagens se preocupam com sustentabilidade em todas as etapas de sua operação, na construção, na relação com flora e fauna locais, no consumo de alimentos, no descarte de resíduos, explica Michelle.

No setor de turismo de bem-estar, o Brasil está em 23º lugar entre 218 países analisados pelo GWI. A empresária destaca os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás, Santa Catarina e também São Paulo, com muitas oportunidades próximas da capital. Como sede de destinos sustentáveis, o Brasil ainda aparece numa colocação fraca — a 50ª posição numa lista de 99 países, sendo os 20 primeiros todos europeus, segundo o Sustainable Travel Index 2021, criado pela Euromonitor International.

Precisamos avançar, e um fator fundamental é o turista dar preferência às opções responsáveis com o meio ambiente. Já existem muitos exemplos de prática de turismo sustentável por aqui. “Podemos citar o destino Bonito Serra da Bodoquena, no Mato Grosso do Sul, que desenvolve atividades de ecoturismo desde o início da década de 1990, evoluiu no sentido de cuidar do meio ambiente e se organizou para minimizar os impactos negativos do turismo”, conta Telcio. Em 2022, o local recebeu 280 mil visitantes, maior número desde 2015.

“Com o avanço da vacinação e reabertura após a pandemia, vimos crescimento da busca por destinos que trabalham com turismo de natureza, turismo na natureza ou ecoturismo, principalmente os que têm uma visão de sustentabilidade. Os clientes estão mais sensíveis a essas questões, mais conscientes sobre os impactos de suas viagens”, avalia o gestor.

Segundo um mapeamento do Polo Sebrae de Ecoturismo feito em 2022, com foco nas viagens de natureza, a lista de destinos procurados inclui Amazônia, Brotas, Chapada Diamantina, Foz do Iguaçu, Pantanal, e os parques nacionais Aparados da Serra, Chapada dos Guimarães, Chapada dos Veadeiros, Itatiaia, Lençóis Maranhenses e Fernando de Noronha.

Dados de turismo sustentável no Brasil, porém, ainda são escassos. Telcio comenta que a falta de monitoramento é um desafio a ser solucionado. “O que se tem são iniciativas individuais, umas mais outras menos avançadas, de monitoramento de números do turismo de forma geral. Poucas regiões têm seu inventário turístico bem feito, então, fica difícil ter um panorama mais preciso do turismo e muito menos dos segmentos.” O esforço precisa envolver diferentes atores, como as empresas e profissionais de turismo na ponta do destino, as plataformas de reservas e o jornalismo especializado.

Desde 2014, a jornalista Andrea Miramontes divulga no site Lado B Viagem destinos atentos à sustentabilidade, com roteiros culturais, vegetarianos/veganos e amigáveis a animais de estimação no Brasil e no mundo. Desde sua primeira aventura internacional, há 26 anos, ela conta que viaja com um olhar sustentável, fazendo refeições vegetarianas e consumindo artesanato local. Entre os passeios que divulga, estão lugares com políticas públicas verdes, como veículos elétricos, parques públicos, destinação correta dos resíduos, preocupação com a qualidade do ar e critérios rígidos de licenciamento ambiental.

Um dos pilares da proposta é incentivar o turismo sem exploração e sem crueldade com animais. Isso é feito por meio de matérias que denunciam lugares e práticas abusivas com animais no turismo (o que inclui montaria e animais que fazem truques), e apoio a ONGs que combatem o problema. “Se todos parassem de divulgar esse tipo de aberração como algo legal já seria um enorme passo para extinguir esses tipos de parques e passeios”, conta. Andrea também divulga destinos com programas de visita a animais livres no seu habitat e o turismo de observação. Recentemente, ela lançou o Guia de Viagem Pet Friendly. Parte das vendas será destinada a protetores e animais em necessidade.

Outro portal relevante é o Mapa Brasileiro do Turismo Sustentável, do Ministério do Turismo, que compila dados das principais iniciativas de boas práticas de sustentabilidade, turismo de base comunitária e de segurança turística no país.

Futuro do turismo sustentável

Com o objetivo de propor um novo quadro de metas para o setor de viagens e turismo como um todo, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e a consultoria Accenture, criou um roteiro carbono líquido zero . O material tem informações sobre o panorama atual do setor e recomendação de marcos ambiciosos para a redução de emissões. A publicação se propõe a oferecer “uma visão realista e pragmática dos obstáculos e como podemos descarbonizar para alcançar um futuro net zero”.

“O setor (de turismo) tem menos de 10 anos para acelerar a transição para soluções de negócios circulares e de baixo carbono, criar novas oportunidades na geração de energia, reduzir pela metade as emissões dos transportes até 2030 e integrar soluções baseadas na natureza em suas operações”, afirma Inger Andersen, diretora executiva do PNUMA, no roteiro. Essa demanda já tem sido refletida pelos viajantes. No Relatório de Viagens Sustentáveis de 2022 do Booking.com, 42% dos 30 mil turistas entrevistados disseram que notícias sobre as mudanças climáticas os influenciaram a fazer escolhas de viagens mais sustentáveis.

Uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovada em dezembro de 2022 e encaminhada aos estados-membros no fim de janeiro, colocou o turismo no centro de políticas para proteção do meio ambiente e erradicação da pobreza. O documento traz uma série de recomendações a respeito do desenvolvimento do setor turístico e leva em conta outras resoluções e declarações sobre o tema, contando com aportes da OMT.

As tendências apontam para um crescimento do turismo sustentável. Uma delas é o turismo de proximidade, em que o viajante usufrui das atividades que existem no entorno do território onde mora. “Há uma expectativa que essa prática, que já aumentou muito, continue a crescer. Os destinos precisam se preparar para isso, pensar em inovação de oferta para esse público, que tem uma taxa maior de retorno aos locais visitados”, avalia Telcio.

Para quem quer se tornar um viajante responsável, o gestor recomenda que tenha consciência dos impactos que suas viagens provocam, tanto os positivos quanto os negativos, e considere isso em toda jornada, desde a pesquisa sobre o destino, escolhendo as empresas fornecedoras (operadoras, agências, receptivos, transportadoras, guias de turismo etc), até o retorno para casa. “Quando estiver nos locais visitados, é preciso atenção para que suas atividades sejam as menos danosas para o ambiente e para as comunidades locais, sempre respeitando a história e a cultura do território visitado”.

Se quiser saber mais como ser um turista sustentável, contamos aqui quais são os cinco passos. Já mostramos também o que grandes redes de hotéis, pousadas, companhias de aviação e de cruzeiros têm feito para reduzir seu impacto ambiental no setor de turismo. Somando todas as medidas que têm sido colocadas em práticas pelos mais diversos atores, o turismo sustentável tem papel fundamental na construção de um mundo melhor.

Fonte: Um só planeta

Leia a notícia original em https://umsoplaneta.globo.com/sociedade/noticia/2023/03/01/como-o-turista-pode-aproveitar-as-ferias-e-ajudar-a-salvar-o-mundo.ghtml

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Uso de energia solar é essencial ao meio ambiente

A energia solar cresce cada vez mais. Segundo mapeamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil alcançou 22 gigawatts (GW) com a soma da capacidade das usinas de grande porte aos sistemas de geração própria em telhados, fachadas e pequenos terrenos, o equivalente a 10,8% da matriz elétrica do país. De janeiro ao início de novembro deste ano, a energia solar cresceu 59,4%.

Além disso, o Brasil chegou ao principal evento mundial sobre questões climáticas, a COP 27, levando na bagagem toda sua experiência de sucesso na produção de energia solar, e com uma meta de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 37% até 2025, chegando a 50% até o fim de 2030. Segundo o relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, a ONU estima que o aquecimento global pode matar cerca de 40 milhões de pessoas até o fim deste século. Isso ressalta a importância de medidas urgentes para reverter o cenário por meio de fontes de energia sustentáveis

Veja, a seguir, mais algumas vantagens de como o uso da energia solar pode ajudar nessa questão:

Não requer adaptações para instalação

Ao contrário do que ocorre com as hidrelétricas, onde são necessárias alterações relevantes nos leitos dos rios, a instalação da placa de energia solar não requer nenhum tipo de adaptação na residência e nem demandará muito tempo para ficar 100% operante, principalmente porque ele fica nos telhados – que sempre foram locais sem utilidade. Além disso, nas áreas de maior insolação o sol está sempre presente sem a intervenção humana.

É uma energia infinita

A energia solar é inesgotável e 100% limpa. O Brasil é um dos países que têm uma grande incidência de luz em todo seu território praticamente o ano inteiro, garantindo maior eficiência energética e sendo capaz de abastecer um grande número de pessoas.

Equipamentos de vida longa

Um dos maiores benefícios é que as placas solares têm uma durabilidade de no mínimo 25 anos. Dependendo da qualidade dos equipamentos e dos cuidados realizados, esse tempo pode passar de 30 anos. Além disso, a necessidade de manutenção e reparos é muito baixa, não havendo despesas extras para quem opta por esse sistema.

Fonte original: ES Brasil

Leia a notícia em https://esbrasil.com.br/uso-de-energia-solar-e-essencial-ao-meio-ambiente/

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As mulheres frente aos desafios da sustentabilidade ambiental

Os impactos decorrentes das relações humanas com o meio ambiente atraem amplo apoio, mas encaram fortes dilemas no seu enfrentamento, visto que são decorrentes das práticas de consumo que movem as sociedades atualmente. Do final do século 19 para o início do século 20, a degradação ambiental se afirmou como um problema social, chamando a atenção dos Estados. Nos EUA formaram-se correntes de pensamento, como o preservacionismo e o conservacionismo, levando à formação de organizações em defesa da natureza, através dos movimentos ambientalistas[i].

Na segunda metade do século 20, o ambientalismo se organizou internacionalmente e se estabeleceu na agenda dos Estados. Eventos naturais assustadores e abordagens do campo científico marcaram esse avanço. Destacam-se o livro da bióloga e ecologista Rachel Carson em 1962, intitulado “Primavera Silenciosa”, que denunciou os impactos do uso de inseticidas na saúde das pessoas e no ambiente natural, e o trabalho liderado por Donella Meadows, “Os Limites do Crescimento”, que subsidiou os debates da Conferência de Estocolmo em 1972.

Como um fenômeno complexo, os problemas ambientais necessitam diversas frentes de combate e os Estados têm legitimidade para tornar efetivos os instrumentos legais e a ação das instituições do setor ambiental, assim como têm a função de elaborar políticas públicas que direcionem ações da sociedade civil. Pesquisas mostram que sociedades diversas e seus segmentos traduzem essa preocupação conforme as características da estrutura social em que vivem[ii].

A chamada ‘modernização ecológica’[iii] defende a ideia de que os problemas ambientais são questões que a ciência, a técnica e um moderno gerenciamento dos impactos das ações humanas serão capazes de diminuir e prevenir. No ambientalismo empresarial as ferramentas de mercado são o caminho ideal para promover reponsabilidade ambiental, como por exemplo: o uso de tecnologias ‘limpas’, o selo verde, a reciclagem, a produção de energia renovável e o pagamento por serviços ambientais, que seriam os instrumentos mais eficientes.

Ao lado desse ambientalismo, que gera lucro para os investidores e sustenta-se no consumo da classe média, há outra via de enfrentamento que foca nos grupos sociais mais vulneráveis, conhecida como socioambientalismo. Para esta corrente, as políticas públicas ambientais devem ser desenhadas buscando o atendimento das necessidades de sobrevivência das populações mais vulneráveis, tal como no exemplo das reservas extrativistas e outras ações que promovam a justiça ambiental. O pressuposto é que os impactos sobre o meio ambiente atingem de forma desigual os grupos sociais que estão em situação de pobreza, identificando as demandas ambientais dos excluídos como “ecologismo dos pobres”[iv].

O papel das mulheres na preservação do meio ambiente

As pessoas em situação de vulnerabilidade social sofrem de forma mais imediata e com maior intensidade a degradação ambiental. Segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), as mulheres representam 72% do total de pessoas que estão em condições extremas de pobreza e são as mais vulneráveis no que se refere ao enfrentamento de eventos climáticos extremos como secas, inundações, furacões e, ainda, nas situações de desamparo nas condições de moradia, emprego etc.

As mulheres do campo e da cidade estão, também, diretamente envolvidas com atividades relevantes para a sustentabilidade ambiental. Como exemplo temos a educação de crianças e jovens, o tratamento de resíduos domésticos, a agricultura familiar, entre outras, que em sua maior parte ficam ao encargo de mulheres pobres. Políticas públicas com foco nesse público-alvo podem potencializar as contribuições femininas no enfrentamento dos desafios ambientais do presente.

No ambientalismo atual, valores ambientais são observados tanto nas práticas de populações tradicionais, que exercem atividades econômicas de baixo impacto ambiental, quanto nos comportamentos pós materialistas de modernas sociedades industriais[v]. Nesse contexto, mulheres de qualquer camada social devem se sensibilizar da relevância de sua contribuição para melhor direcionar práticas cotidianas, sociais e profissionais, no sentido de contribuir para a formação de novos modos de vida que respeitem a natureza e as diferenças culturais e de gênero.

Notas

[i] MacCormick, J. 1992. Rumo ao Paraíso: a história do movimento ambientalista. Rio de Janeiro: Relume- Dumará.

[ii] Ester, P. et al. 2004. Cultural change and environmentalism: a cross-national approach of mass publics and decision makers. Ambiente & Sociedade, Campinas, v. 7 (2): 45-66.

[iii] Dryzek, JS et al. 2002. Environmental Transformation of the State: The USA, Norway, Germany and the UK. Oxford, Political Studies, 50, pp. 659-682.

[iv] Alier, J. Martinez. 2011. O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. São Paulo: Contexto.

[v] Inglehart, R. 1997. Modernization and postmodernization : cultural, economic, and political change in 43 societies. Princeton University Press.

Sobre as autoras

Dolores Silva: Graduada em Ciências Sociais (UFPA), Mestre e Doutora em Ciência Política (IUPERJ). Professora do PPGCP da UFPA. Integra a Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC). Suas publicações mais recentes são “A Amazônia e o desenvolvimento: aspectos da trajetória das políticas públicas na região” (REB, 2020), “A construção da política regulatória para os recursos hídricos” (NUMA/UFPA, 2020) e “Produção de legislação ambiental em dois contextos institucionais” (OSQ, 2018).

Márcia Falcão: Graduada em Geografia e Mestre em Recursos Naturais (UFRR). Doutora em Biotecnologia e Biodiversidade pelo Museu Paraense Emílio Goeldi/UFPA. Professora da UERR. Integra a Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC). Atua nas áreas de Geografia, com ênfase em: geomorfologia, biodiversidade e conservação.

Sobre a Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC)

A RBMC surgiu para atuar em defesa das mulheres durante a pandemia e agrega mais de 3 mil cientistas brasileiras, que buscam ampliar os debates públicos sobre as desigualdades e os direitos na sociedade brasileira, atuar junto a gestores públicos para ações em favor da vida das mulheres, compartilhar experiências positivas de resposta à pandemia e avançar na importante discussão sobre o papel das mulheres na ciência. Para saber mais, acesse: www.mulherescientistas.org

Fonte: Estadão

Leia a notícia original em: https://www.estadao.com.br/politica/gestao-politica-e-sociedade/as-mulheres-frente-aos-desafios-da-sustentabilidade-ambiental/

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projetos ecossis

Prevenção contra incêndios florestais em pauta

O Ibama inaugurou, recentemente, a Central de Logística e Apoio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo). Localizado na área da sede do Instituto em Brasília, o prédio é composto por sala de monitoramento em tempo real, salas de crise e de operações, almoxarifado e oficina de equipamentos, além de espaços destinados a atividades administrativas.

O projeto das instalações é resultado de um contrato de colaboração financeira assinado em 2014 pelo Ibama e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A maior parte dos recursos para a realização da obra foi oferecida pelo Fundo Amazônia. A edificação incorpora diversos elementos de sustentabilidade, como estação de tratamento e reuso de água, aproveitamento da luz solar, luminárias com células fotovoltaicas e telhado verde. Todo o processo de construção teve apoio do Exército Brasileiro.

De acordo com a coordenadora-geral do Prevfogo, Flávia Leite, a central resultará em mais agilidade para a distribuição e manutenção de equipamentos e permitirá reduzir custos de aquisição e prestação de serviços. “Também vai trazer eficiência ao pronto atendimento das demandas, principalmente no período considerado crítico para o combate aos incêndios florestais, de julho a novembro”, disse.

Ecossis desenvolve projeto de prevenção “`as queimadas no Nordeste

A iniciativa executada pela Ecossis para a CHESF – Companhia Hidrelétrica do São Francisco o Programa de Educação Ambiental e o Projeto Piloto de Prevenção, Monitoramento e Controle de Queimadas, compreende 19 municípios, do Ceará até a Paraíba. O objetivo do Programa de Educação Ambiental foi desenvolver ações com o envolvimento da população local, sensibilizando e mobilizando para a participação em diversas ações.

O Projeto de Controle de Queimadas, através de ações de Educação Ambiental específicas, tem como objetivo promover a redução das queimadas e desenvolver uma consciência de preservação e sustentabilidade nos seus espaços territoriais. A partir das atividades, foi possível obter diferentes resultados, como a criação de uma consciência coletiva de respeito e envolvimento nas questões socioambientais, com foco na sustentabilidade dos seus espaços, aproximando as comunidades da Área de Influência e os técnicos da CHESF, reduzindo, assim, os desligamentos provocados por ações antrópicas, como queima, vandalismo e uso de pipas.

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RESPONSABILIDADE-SOCIOAMBIENTAL

Brasil retoma papel central na Conferência da ONU

São Paulo – A Organização das Nações Unidas sedia esta semana, em Nova York, a Conferência da ONU sobre a Água. O evento, considerado o mais importante sobre o tema deste século, começa nesta quarta (22), Dia Mundial da Água, e vai até sexta (24). O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou delegação que, ao lado de lideranças e entidades de todo o planeta, vai debater compromissos voluntários em torno do uso sustentável da água e seus impactos.

De acordo com a ONU, o objetivo do encontro é deliberar ações conjuntas por parte dos países para alcançar os objetivos e metas acordados internacionalmente sobre o tema. Incluindo os que estão presentes na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Um dos principais resultados esperados é o lançamento da Agenda de Ação da Água. O documento representará os comprometimentos dos governos, instituições e comunidades locais.

A delegação brasileira

A comitiva do governo brasileiro será coordenada pelo secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco. Ao todo, a delegação que representará o governo Luiz Inácio Lula da Silva é composta por 50 integrantes. São 15 representantes do MMA, sendo 11 deles da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA).

O Itamaraty também marcará presença com seis integrantes. Representantes dos ministérios das Cidades, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome também estão no grupo. Completam a delegação membros do Ministério Público Federal (MPF), parlamentares federais e estaduais e companhias de saneamento.

A composição do grupo atende a uma mobilização encabeçada pelo Instituto Água e Saneamento (IAS) e mais de 120 organizações da sociedade civil, que cobravam a representação do Brasil no evento. O professor da Faculdade de Geografia da USP Wagner Ribeiro, analista de meio ambiente da Rádio Brasil Atual, integra a delegação. Confira o comentário de Ribeiro sobre a importância da conferência, e da participação do Brasil, na edição desta quarta do Jornal Brasil Atual.

O que está na pauta

De acordo com a diretora executiva do IAS, Marussia Whately, o Brasil deve firmar compromissos ante o planeta por sua importância na pauta e por sua condição de país-membro da ONU. Principalmente na área do saneamento básico – a meta do país é a inclusão total das populações historicamente excluídas até 2033.

previsão que o Brasil faça sua fala ao plenário da ONU amanhã (23). Paralelamente, diversos painéis tratarão dos muitos temas ligados à questão da segurança hídrica. O Brasil terá destaque especial na construção de soluções sobre o tema Água para a Saúde, já a partir desta quarta. O encontro abordará o acesso a serviços de água, saneamento e higiene, incluindo os direitos humanos à água e ao esgotamento sanitário.

O Brasil também terá papel central no seminário Água para o Clima, Resiliência e Meio Ambiente, previsto para quinta. Entre os temas abordados estão mar, biodiversidade, clima, resiliência e redução de riscos de desastres.

Na sexta, o país encerra sua participação promovendo o evento “Das Metas aos Resultados – o Cenário da Água Recursos e Saneamento no Brasil”, organizado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico. A mesa tratará da Gestão Integrada de Recursos Hídricos e o cenário do saneamento no Brasil para acelerar a implementação dos Objetivos da Década de Ação pela Água.

A água para o mundo

A avaliação geral da ONU é que muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) estão atrasados. E o progresso na implementação do ODS 6, que diz respeito à água e saneamento, é crucial para o alcance dos demais Objetivos. Particularmente os relacionados à saúde, alimentação, igualdade de gênero, educação, subsistência, indústria, clima e meio ambiente. A organização aponta que, ainda hoje, “bilhões de pessoas em todo o mundo ainda vivem sem água potável e saneamento gerenciados de maneira segura, embora o acesso aos dois serviços tenha sido definido há muito tempo como um direito humano”.

“Muitas fontes de água estão se tornando mais poluídas e ecossistemas que provêm água estão desaparecendo. As mudanças climáticas estão prejudicando o ciclo da água, causando secas e enchentes. Água é um assunto de todos e a Conferência é inclusiva e multisetorial”, destacou a ONU em comunicado.

A expectativa é que com a nova Agenda, os objetivos e metas globais relacionados à água sejam alcançados mais rápidos. A plenária e os Diálogos Interativos serão transmitidos ao vivo no site da ONU.

Fonte: Rede Brasil Atual

Leia a notícia original em https://www.redebrasilatual.com.br/ambiente/brasil-retoma-papel-central-na-conferencia-sobre-a-agua-da-onu/

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Governo deve realizar novos leilões de linhas de transmissão em 2023

Paraíba – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), declarou, nesta quarta-feira (22/3), que o governo federal pretende realizar novos leilões de linhas de transmissão para ampliar a geração de energia renovável no país. Atualmente, a principal matriz energética do país é oriunda das hidrelétricas, seguida pelas termelétricas e parques eólicos.

“Vamos fazer mais de R$ 50 bilhões em leilões este ano, de linhas de transmissão a fim de escoar toda essa produção [de energia renovável] e continuar crescendo as energias limpas e renováveis no Brasil, para poder buscar tanto a segurança energética quanto a amortização tarifária”, declarou o ministro de Minas e Energia.

Alexandre Silveira participou da inauguração do complexo energético da empresa Neoenergia na Paraíba. O projeto conta com a geração de energia renovável proveniente de 136 aerogeradores e 28 mil painéis solares.

Durante o evento, o ministro destacou a importância do Nordeste para a transição energética e a geração de energia renovável.

“Nós vivemos um momento onde nós estamos integrando as políticas para fazer a verdadeira transição energética e nós sabemos das potencialidades do Nordeste, principalmente na eólica e solar”, destacou Silveira.

Complexo de energia associada

Com o início das atividades ainda em 2021, o complexo de energia associado conta com a geração por meio de 136 aerogeradores e 228 mil painéis solares instalados nos municípios de Santa Luiza, Areia de Baraúnas, São José de Sabugi e São Mamede.

Os parques de produção renovável estão instalados em áreas arrematadas pela empresa de produtores rurais. Para utilizar a terra, a Neoenergia paga cerca de 1 a 2% da produção de energia com base na delimitação do território.

 

Fonte: Metrópoles

Leia a notícia original em https://www.metropoles.com/brasil/governo-deve-realizar-novos-leiloes-de-linhas-de-transmissao-em-2023

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Importância da parceria Brasil-EUA é reafirmada em encontro entre governo norte-americano e CNI

A Representante Comercial dos Estados Unidos, Embaixadora Katherine Tai, se reuniu com membros da Confederação Nacional da Indústria (CNI), neste mês, para discutir possibilidades de fortalecer a parceria comercial e aumentar os investimentos entre o país e o Brasil. Em sua primeira viagem ao território brasileiro no atual cargo, a embaixadora falou em estreitar laços entre as economias e aproveitar oportunidades.

Atualmente, os Estados Unidos são o segundo principal parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China, e os resultados dos últimos anos são expressivos: entre 2013 e 2022, o comércio de bens somou US$ 274,2 bilhões em exportações e US$ 335,3 bilhões em importações, totalizando US$ 609,5 bilhões em corrente de comércio.

A Embaixadora Tai expressou o interesse em trabalhar em conjunto e afirmou que o cenário promovido pelas atuais gestões governamentais – tanto do Brasil quanto dos EUA – proporciona alinhamento significativo entre os dois países.

A diretora de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, Lytha Spíndola, apresentou a atuação da CNI, reforçou a prontidão do Brasil para ampliar parcerias e destacou as principais medidas do Plano de Retomada da Indústria – propostas entregues ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin –, que a CNI considera “absolutamente necessárias e indispensáveis” para a competitividade da indústria e a retomada do crescimento econômico do país.

“A indústria contribui com cerca de 24% do PIB e responde por quase 70% das exportações brasileiras e por 66% dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além de representar 34% da arrecadação federal de tributos”, afirmou Lytha.

Prioridades da agenda de sustentabilidade e clima

A diretora de Relações Institucionais da CNI, Mônica Messenberg, apresentou as prioridades da agenda de meio ambiente e sustentabilidade da indústria e explicou que a proposta de medidas para a reindustrialização se pauta em quatro pilares: transição energética, mercado de carbono, economia circular e conservação florestal. A diretora ressaltou que, diante de uma preocupação cada vez maior com o meio ambiente e com a descarbonização, o Brasil tem muito a contribuir e pode, inclusive, ser o grande protagonista na agenda internacional.

“84% da matriz energética do Brasil são de fontes renováveis. Há baixa intensidade de carbono na indústria, uma vez que emitimos muito pouco em relação às outras áreas como transporte e agricultura. Além disso, o país tem a segunda maior produção mundial de biocombustíveis; a maior biodiversidade do planeta, com 20% do total das espécies da terra; uma ampla cobertura florestal, com 58% do território nacional; e a maior disponibilidade hídrica do mundo, com 12% das reservas”, justificou a diretora.

O vice-presidente global de Relações Institucionais da Embraer e presidente da seção brasileira do Conselho Empresarial Brasil-Estados Unidos (Cebeu), José Serrador, reforçou o compromisso do setor empresarial pela busca da ampliação e aprofundamento da agenda entre os dois países.

“Temos três pilares de prioridades para a agenda bilateral: o primeiro grande pilar está relacionado à integração da cadeia de suprimentos, o segundo diz respeito à implementação dos Protocolos de Facilitação de Comércio e do Acordo de Reconhecimento Mútuo do Programa OEA, que serão fundamentais para ajudar as empresas brasileiras e norte-americanas a se integrarem melhor; e o terceiro é referente à cooperação de questões multilaterais para a reforma da OMC”, citou Serrador.

Comércio de bens industriais Brasil-EUA bateu recorde em 2022

A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos vem ganhando cada vez mais importância. Em 2022, o comércio de bens da indústria de transformação entre as economias registrou os melhores resultados da série histórica, iniciada em 1997: foram US$ 29,5 bilhões em exportações e US$ 43,1 bilhões em importações. Os EUA são o principal destino das exportações da indústria de transformação brasileira e a segunda origem das importações.

Outro fator relevante é que os EUA são o principal parceiro brasileiro no comércio de serviços. O Brasil exportou US$ 115,6 bilhões para o país na última década, o que representa 42,5% das vendas de serviços no período. Só na última década, as compras brasileiras de serviços dos Estados Unidos somaram US$ 143,3 bilhões, o que corresponde a 29,3% do total das aquisições brasileiras totais de serviços.

Representantes da CNI e do Governo dos EUA participaram da reunião

Participaram do encontro desta terça-feira, ainda, os Representantes Adjuntos de Comércio dos Estados Unidos para o Hemisfério Ocidental e para Relações Públicas, Daniel Watson e Adam Hodge; a Sub-Representante Adjunta de Comércio dos Estados Unidos para a América Latina, Courtney Smothers; a chefe de gabinete do Escritório da Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR), Heather Hurlburt; e o adido econômico da embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Kareem Dright. Do lado brasileiro, também estiveram na reunião o superintendente de Negócios Internacionais do SENAI, Frederico Lamego; o gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Davi Bomtempo; a gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Constanza Negri; e a gerente de Relações Internacionais da CNI, Fernanda Maciel.

 

Fonte: Diplomacia Business

Leia a notícia original em https://www.diplomaciabusiness.com/importancia-da-parceria-brasil-eua-e-reafirmada-em-encontro-entre-governo-norte-americano-e-cni/

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Energia eólica terá recorde de instalação no mundo até 2027; Brasil dá impulso

LONDRES (Reuters) – Um recorde de 680 gigawatts (GW) de capacidade de energia eólica deverá ser instalado no mundo até 2027, mas os formuladores de políticas precisam garantir que os gargalos da cadeia de suprimentos não diminuam o crescimento da fonte e coloquem em risco o cumprimento das metas climáticas, de acordo com um relatório do setor divulgado nesta segunda-feira.

O relatório do Conselho Global de Energia Eólica (GWEC) disse que as políticas definiram o cenário para a acelerada implantação de energia eólica onshore e offshore, com a expectativa de que a indústria instale 136 GW por ano até 2027.

Em 2022, a capacidade instalada de energia eólica aumentou 78 GW globalmente em relação a 2021, para 907 GW.

No entanto, o ritmo de novas instalações eólicas caiu 17% em relação a 2021. Os Estados Unidos foram os principais responsáveis por essa desaceleração, embora também tenha havido diminuição na América Latina –apesar do novo recorde alcançado no Brasil, com capacidade onshore somando 24 GW–, África e Oriente Médio.

Dos 78 GW instalados no ano passado, cerca de 69 GW se referem a usinas onshore, com destaque para o aumento de potência na China (32,5 GW), EUA (8,6 GW) e Brasil (4,0 GW).

No caso da América Latina, o GWEC espera que 26,5 GW de energia eólica onshore sejam adicionados em 2023-2027, com o Brasil contribuindo com 60% (16 GW) e consolidando sua liderança regional.

A energia eólica foi ganhando espaço na matriz elétrica brasileira nos últimos anos, fazendo com o que país chegasse à 6ª posição no ranking de Capacidade Total Instalada de Energia Eólica Onshore do GWEC. Em 2012, o Brasil estava no 15º lugar.

“Tanto o recorde de capacidade instalada nova quanto a manutenção de sua posição no ranking demonstram a força e a resiliência do país, que soube aproveitar oportunidades de crescimento por meio de leilões privados e acordos bilaterais de compra de energia (PPAs), no mercado livre”, disse a ABEEólica, associação brasileira de energia eólica.

DIFICULDADES NA CADEIA DE SUPRIMENTOS

Embora o GWEC espere que 1,2 TW de nova capacidade seja instalada até o final da década, isso representa apenas 68% da capacidade necessária para ajudar a limitar o aumento da temperatura média global a 1,5 graus Celsius.

“Atender a essa demanda requer cadeias de suprimentos mais fortes em todo o setor de energias renováveis –justamente em um momento em que as cadeias de suprimentos são ameaçadas pela inflação, aumento das taxas de juros, geopolítica e gargalos”, disse Morten Dyrholm, presidente do GWEC.

De acordo com o relatório, a capacidade ociosa na indústria de fabricação de energia eólica provavelmente desaparecerá até 2026, a menos que ocorram investimentos urgentes na cadeia de suprimentos, capacidade industrial, bem como treinamento e habilidades.

Para a energia eólica offshore, a capacidade de montagem de turbinas da Europa não será mais capaz de suportar o crescimento fora do continente e terá que dobrar em relação aos níveis atuais para atender apenas à demanda europeia.

Espera-se que a escassez surja na segunda metade desta década para componentes-chave, como pás e geradores.

Tanto a Europa quanto os Estados Unidos enfrentam o risco de deficiências na cadeia de suprimentos, especialmente se seguirem com políticas para centralizar a produção e a manufatura no mercado interno, disse o relatório.

(Por Nina Chestney; reportagem adicional de Letícia Fucuchima)

 

Fonte: Infomoney

Leia a notícia original em https://www.infomoney.com.br/negocios/energia-eolica-tera-recorde-de-instalacao-no-mundo-ate-2027-brasil-da-impulso/

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RESPONSABILIDADE-SOCIOAMBIENTAL

Descarte incorreto de lixo contamina lençol freático e afeta a saúde

O descarte incorreto de lixo contamina o lençol freático e afeta a saúde pública. O assunto foi tema da palestra de Ellen Dânia, superintendente de Resíduos Sólidos da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), num dos painéis da Semana da Água. Dânia alertou então sobre os danos causados à população pelo descarte irregular de resíduos sólidos.

“As consequências destas práticas têm impacto direto na qualidade da água que chega ao consumidor e, consequentemente, na saúde pública. A contaminação dos mananciais favorece a transmissão doenças como hepatite, cólera e leptospirose, pela água”, afirma Dânia.

A Semana da Água foi um evento realizado pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad). Entre os dias 21 e 26 de março ocorreram diversas atividades para marcar o Dia Mundial da Água, comemorado em 22 de março. A programação contou com ações educativas e painéis técnicos.

Lençol freático 

Os resíduos descartados de forma irregular podem causar a contaminação de rios e águas subterrâneas. Então, a superintendente Ellen Dânia explicou que isso acontece por causa da grande quantidade de metais em lixos eletrônico, hospitalar e industrial. Sendo assim, Dânia destacou que esses materiais provocam um alto risco de comprometimento da qualidade das águas do rio.

Além disso, a superintendente alertou para os danos à saúde, pois é do mesmo rio  que será captada a água para o consumo humano. Assim, quando o resíduo é despejado no solo de forma inadequada o lençol freático é contaminado. Então Dânia pontuou que a contaminação do solo é agravada pela decomposição do lixo, que origina o chorume.

“A composição desse líquido varia de acordo com o tipo de matéria orgânica que o originou. Então, se não existir nenhum sistema de captação e tratamento do chorume, o líquido entra em contato direto com o solo, podendo acarretar em contaminação do lençol freático. A água uma vez contaminada deverá ser tratada antes do uso”, afirmou.

Solução

Uma das possíveis soluções para evitar a contaminação do solo com o descarte irregular de resíduos é alogística reversa. Pois esse sistema prevê determinações para fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos que reciclam embalagens após o uso pelo consumidor.

O Governo de Goiás está desenvolvendo um projeto para implantar a logística reversa no estado. E a meta com o projeto é reduzir 20% do descarte em aterros de Goiás.

*Com informações do Governo de Goiás

 

Fonte: Sagres

Leia a notícia original em https://sagresonline.com.br/descarte-incorreto-de-lixo-contamina-lencol-freatico-e-afeta-a-saude/

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