
Reciclagem de latas de alumínio chega a 99% e Brasil se torna recordista mundial
O Brasil é recordista mundial no recolhimento e reciclagem de latas de alumínio. Em 2021, 98,7% das latas comercializadas em todo o país foram reutilizadas, o maior volume da história. Para se ter uma ideia da grandiosidade dos números, das mais de 414 mil toneladas de latas comercializadas, 409 mil toneladas foram recicladas. “É um sistema que funciona e inspira outros sistemas a melhorarem também”, afirma o secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André França.
Os excelentes resultados atingidos pelo setor foram divulgados na última semana, durante evento promovido pelo Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, em que foram anunciados recordes no âmbito da logística reversa.
Para cada um quilo de lata reciclada são poupados cinco quilos de bauxita, mineral utilizado para a produção de alumínio. Somente em 2021, foram economizados dois milhões de toneladas de bauxita. Benefícios que não param por aí. Entre 2019 e 2021, a reciclagem proporcionou uma redução de 70% no consumo de energia, 65% no consumo de água e queda de 70% nas emissões de gases de efeito estufa.
Renato Paquet, secretário-executivo da Recicla Latas, destaca que a reciclagem da lata de alumínio é referência no Brasil e no mundo, com o aperfeiçoamento contínuo do sistema de logística reversa. “Em cerca de 60 dias, uma latinha pode ser comprada, usada, coletada, reciclada, virar latinha de novo ou voltar ao supermercado. Podemos afirmar que o Brasil é exemplo para o mundo e a indústria da lata de alumínio para bebidas contribui para a descarbonização e a economia de energia, dentre tantos outros benefícios ambientais e sociais”, aponta Paquet.
Atualmente, o Brasil conta com 36 centros de coleta mantidos pelo setor, atendendo 100% do território nacional. Os locais garantem a destinação adequada de toda sucata para a reciclagem. Mais de 800 mil catadores de materiais recicláveis são beneficiados com o programa de logística reversa de latas de alumínio e gerando renda de mais de R$ 5 bilhões por ano.
Logística reversa de latas de alumínio
Em 2020, a assinatura de um acordo entre o Governo Federal, por meio do Ministério do Meio Ambiente, com a Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas) ampliou a coleta e permitiu um aumento nos números de reciclagem de latas. A ação definiu novos desafios para o setor com um importante apoio para os catadores que trabalham na cadeia de reciclagem, determinando às indústrias de reciclagem a compra das latas coletadas a preço de mercado.
O termo de compromisso determinou ainda a criação de uma entidade gestora, com o lançamento no Brasil do programa Cada Lata Conta; a modernização, centralização e transparência nas informações sobre o processo de coleta e reciclagem; o fortalecimento das metas de reciclagem no setor em 95%; a facilitação da chegada das latinhas aos centros de coleta e parceiros pelo país; investimentos em educação ambiental e financeira para melhorar renda e condição de vida dos catadores; e o desenvolvimento de ações tecnológicas para aumento da produtividade.
Fonte: Governo Federal – Meio Ambiente
Leia a notícia original em: https://www.gov.br/pt-br/noticias/meio-ambiente-e-clima/2022/04/indice-de-reciclagem-de-latas-de-aluminio-chega-a-99-e-brasil-se-destaca-como-recordista-mundial

Energias renováveis: desenvolvimento precisa de mais profissionais qualificados
A Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês) e a Aliança Global de Renováveis assinaram um memorando de entendimento para trabalharem juntas em ações voltada à transição energética. Segundo as duas instituições globais, o mundo precisa de energias renováveis imediatamente e os formuladores de políticas devem ter um foco claro para fornecê-las.
O reforço à disseminação do uso de energias renováveis já domina a agenda dos países e terá muita relevância durante a COP28 – 28ª Conferência de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU) – que acontecerá no final deste ano. Um dos pontos altos será a discussão em torno do Acordo de Paris, que tem entre seus objetivos reduzir as emissões de gases de efeito estufa, causadores o aquecimento global. Para isso, todos os envolvidos precisam implementar medidas práticas.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o Brasil tem 83% de sua matriz elétrica originada de fontes renováveis. A participação é liderada pela hidrelétrica (63,8%), seguida de eólica (9,3%), biomassa e biogás (8,9%) e solar centralizada (1,4%).
Há oportunidades na expansão de novas formas de energia e para que exista avanço na pesquisa e aplicação das energias renováveis é fundamental a atenção à capacitação de profissionais para esse campo.
Para o professor Vicente de Lima Gongora, doutor em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenador de Educação da UniSenai PR, é possível perceber um grande potencial no Brasil, tanto no desenvolvimento quanto na diversificação das energias renováveis.
“Temos abundância de recursos naturais, como sol, vento, água e biomassa e o país já é conhecido, mundialmente, por ter um sistema elétrico altamente renovável, já que utiliza a matriz hidrelétrica. Mas sabemos que há uma forte tendência de crescimento no estudo e uso de energias como a eólica, solar e biomassa. Isso representa muitas oportunidades para a atuação dos profissionais da engenharia elétrica, que podem desenvolver melhorias e implementar tecnologias que reduzem o consumo nas indústrias, edifícios e em sistemas de transporte”, comenta.
Ele explica que é fundamental que os cursos de Engenharia deem a devida importância ao tema. “No curso de Engenharia Elétrica da UniSenai PR, além da preparação técnica dos alunos, levamos em consideração as questões relacionadas ao meio ambiente e à sustentabilidade, colocando-as de forma transversal na matriz curricular”, conta.
Para exemplificar, o professor cita o desenvolvimento de um kit didático que simula a energia solar durante o período noturno, feito pelos alunos do curso na Jornada de Aprendizagem.
O objetivo foi prepará-los para que se apropriem de todos os parâmetros que envolvem a geração de energia solar como, por exemplo, quantidade de radiação, sistemas eletrônicos de controle e de geração de energia. É a aprendizagem colocada em prática, preparando os profissionais para os desafios de utilização de fontes renováveis de energia.
Atualização é diferencial para os profissionais
No cenário atual, é indispensável que as instituições de ensino foquem o ensino em temas relacionados com as novas tecnologias, como acrescenta John Jaime, aluno de graduação de Engenharia Elétrica da UniSenai PR, ao compartilhar sua experiência.
“A instituição não só objetiva termos o total acesso ao conteúdo teórico dessas tecnologias, como também põe à prova nossos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, com aulas práticas e atividades totalmente direcionadas ao assunto”, conta o estudante, que participou de ações como competições de iniciação científica, elaboração de artigos detalhados sobre as metodologias aplicadas à disciplina, dentre outras.
Paulo Andrade Leal, doutor em Engenharia de Produção e Sistemas e professor dos cursos de Engenharia de Energias e de Engenharia Automotiva da UniSenai PR, acredita que o engenheiro é um profissional que pode atuar em diversas áreas do mercado, por sua habilidade de análise e síntese, em especial o engenheiro eletricista, devido à capacidade analítica diferenciada.
“Acredito que nos próximos dez anos, teremos a necessidade de profissionais com essas características, pois a forma de nos locomovermos será profundamente dependente de recursos energéticos diferentes do petróleo. Sabemos que é crescente a procura por sistemas energéticos ambientalmente corretos e sustentáveis. A energia elétrica será parte da solução de mobilidade. Nesse cenário, os engenheiros eletricistas serão fundamentais”, comenta.
Engenheiro eletricista: uma atuação multidimensional
Profissional multifacetado, o engenheiro eletricista tem uma atuação diversa e dinâmica. Segundo o professor Vicente, o curso de Engenharia Elétrica da UniSenai PR vem preparando engenheiros que podem desempenhar atividades em segmentos como:
- Setor energético: na geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em projetos, expansão e manutenção de usinas hidrelétricas, parques eólicos, usinas solares e outras fontes renováveis;
- Indústria automotiva: envolvendo-se no projeto e desenvolvimento dos sistemas elétricos e eletrônicos dos veículos, que incluem motores elétricos, baterias, sistemas de carregamento, além de todos os sistemas de controle e supervisão dos veículos elétricos;
- Indústria de tecnologia: inclui telecomunicações, equipamentos médicos e a própria indústria eletrônica de consumo; desenvolvendo projetos novos e inovadores produtos tecnológicos para outras utilizações;
- Automação industrial: possibilidade de atuar em empresas que fornecem soluções de automação e controle; envolvendo uma série de funções como o projeto, o desenvolvimento, a programação de controladores lógicos programáveis, integração de sistemas e a otimização de processos industriais que visem eficiência energética, contribuindo com a competitividade da indústria;
- Consultoria: pode fazer serviços de consultoria e suporte técnico, estudos de viabilidade, personalização de projetos, manutenção e análises para a conservação e economia de energia elétrica.
Vicente Gongora destaca que há escassez de profissionais para trabalhar com Inteligência Artificial e que essa temática recebe uma abordagem aprofundada no curso de Engenharia Elétrica da UniSenai PR.
Infraestrutura ainda é um desafio
Apesar das fontes renováveis de energia serem excelentes alternativas à promoção do desenvolvimento sustentável, ainda existem obstáculos a serem superados, como os custos diretos de uma determinada tecnologia em comparação com as concorrentes, incerteza políticas e regulatórias, além da burocracia que pode incluir licenciamentos complicados ou lentos.
“Acredito que o Brasil ainda apresenta desafios a serem enfrentados para que possa aproveitar plenamente e estar em equivalência com outros países na questão das energias renováveis. A infraestrutura necessária para a geração, transmissão e distribuição dessas energias, clareza nas políticas e regulamentações e a disponibilidade de financiamento são alguns exemplos. Mas a realidade nos mostra que esse é um caminho sem volta, já que não há como pensar na vida do planeta sem o investimento em energia limpa”, completa o professor.
Fonte: G1

Economia interessada no meio ambiente
A cada novo empreendimento, o debate sobre meio ambiente e desenvolvimento econômico vem à tona e os ânimos ficam acirrados quando, por exemplo, é prevista a derrubada de árvores. Por outro lado, quando o projeto precisa mudar ou ser adaptado em razão da manutenção do verde, também há protesto. Não faz muito tempo que Porto Alegre esteve no centro de duas disputas entre ambientalistas, governantes e empresários. Na orla do Guaíba, manifestantes expuseram o desejo de manter a vegetação do local se pendurando em árvores. Já no Hospital de Clínicas, muitos se posicionaram contra a forma de expansão da estrutura sobre a área de jardim.
Essa briga está longe de acabar, mas contradizendo uma ideia antiga de que cuidados com o meio ambiente significam aumento de custos ou impedem o desenvolvimento, setores produtivos têm mostrado que é possível, inclusive, reduzir investimentos utilizando ferramentas sustentáveis.
Ao limitar a quantidade de insumos, desperdícios, tempo de realização de projeto e mão de obra, empresários somam o retorno financeiro a um valor difícil de mensurar. “O impacto da sustentabilidade se transforma em ativos intangíveis. A sociedade vem se organizando e se preocupando com o ambiental e começa a ver os recursos finitos que nós temos. O empreendedor é muito pragmático e, se não olhar para isso, daqui a pouco pode ficar fora de um determinado mercado”, afirma o professor da Escola Politécnica da PUCRS, Eduardo Giugliani.
A preocupação com o meio ambiente no setor rural passa pela cultura orgânica, mas vai muito além. Produtores têm adaptado técnicas e desenvolvido manejos que, não necessariamente, trazem incremento de investimentos. Alguns, inclusive, proporcionam economia, até mesmo de espaço utilizado de plantio. Observando o desenvolvimento atual, a secretária de Meio Ambiente e Infraestrutura do RS (Sema), Marjorie Kauffmann, entende que os setores produtivos estão cada vez mais conscientes em relação à preservação dos recursos naturais. Um dos motivos é o interesse econômico, até porque se trata de um dos pré-requisitos para a exportação de determinados produtos. O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, acrescenta que as empresas com intenção de evoluir no segmento de atuação precisam internalizar o conceito de sustentabilidade: “A inclinação é de que esse paradigma esteja cada vez mais constituído na mentalidade empresarial.”
Há ainda um longo caminho a ser percorrido das ferramentas mais tradicionais com impacto ambiental para as menos poluentes e com preocupação sustentável. “Esses projetos têm que ser verdadeiros e não uma maquiagem verde para melhorar a pontuação na bolsa e para vender mais”, declara o presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), Heverton Lacerda. Para ele, a melhor escolha é a transparência. “Dizer que está trabalhando e ainda não está no ideal, mas caminhando para isso”, aponta. Ele destaca que esse percurso deveria incluir a preocupação com o tripé que envolve sustentabilidade ambiental, práticas de governança e responsabilidade social, que constituem a sigla ESG. Não adianta, conforme o ambientalista, ter uma produção ecológica e, ao mesmo tempo, não cuidar da relação com os colaboradores.
Alternativas também podem ser vistas no urbanismo. Adaptando projetos e planejando as cidades com o foco na manutenção de áreas verdes é possível trazer vários benefícios. Uma das vantagens de reduzir a camada asfáltica, por exemplo, é a absorção de água, vento e calor. Isso contribui para o equilíbrio do microclima, diminuindo o aquecimento local e a intensidade dos efeitos climáticos extremos.
No mês em que se comemora o meio ambiente, setores da economia mostram como conciliar a preocupação com a sustentabilidade e o desenvolvimento e assim indicar como criar soluções. Isso permite continuar com bom posicionamento no mercado e ainda colaborar para o futuro.
Na indústria, meta é mostrar ao mercado preocupação com sustentabilidade
No Brasil, entidades representativas da indústria estão preocupadas em traçar metas e se colocar no mercado internacional como preocupadas com a sustentabilidade. O plano passa por um incentivo à transição energética, redução das emissões de carbono, conservação florestal e práticas propostas pela economia circular, como otimização das cadeias produtivas por meio da reciclagem, reutilização, manutenção e redesenho de produtos. O coordenador do Conselho de Meio Ambiente (Codema) da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Newton Battastini, lembra que, desde o final da década de 1990, o segmento vem aperfeiçoando os processos. Algumas práticas já estão consolidadas, como a produção mais limpa, que trabalha com a ideia de eficiência no uso de matérias-primas, água e energia pela não geração, minimização ou reciclagem de resíduos gerados.
Outras soluções são o reúso de água e efluentes, logística reversa, inventário de emissões e planos de descarbonização. “Podemos afirmar que a indústria é a pioneira na aplicação de ferramentas de gestão ambiental, sendo cada vez mais modernas e aplicadas amplamente no Rio Grande do Sul”, declara. Para ele, a popularização do termo ESG (Environmental, Social and Governance, na tradução livre do inglês, Ambiental, Social e Governança), em especial no universo financeiro, tornou mais fácil a compreensão de que as boas práticas nos pilares de governança corporativa, ambiental e social proporcionam, a médio e a longo prazo, ganhos econômicos. “Não é coincidência que o mercado investidor compreende que a avaliação desses quesitos representa segurança para investimentos. Não há processo produtivo sem recursos naturais, humanos e financeiros. Então cuidar deles é garantir a viabilidade da produção.”
Para alguns, leis são consideradas restritivas
Em relação ao uso eficiente da água na indústria, Battastini traz o caso do segmento químico nacional, que apresentou de 2006 a 2018 uma redução de aproximadamente 34% em relação ao volume captado por tonelada de produto e queda de 25% de efluentes lançados por tonelada produzida. “Além disso, o investimento em eficiência energética resulta em uma economia considerável e a redução de emissões de gases de efeito estufa (GEE), que impactam diretamente nas mudanças climáticas”, ressalta.
O setor de vidro teve recuo de 100 toneladas por ano de emissão de gases, em razão da melhora nos índices de reciclagem. Já o segmento de cimento tem emissão 11% menor que a média mundial do setor, segundo a Fiergs, para citar alguns casos no Brasil. “A redução do consumo de água, da geração de efluentes ou reúso do mesmo, o reaproveitamento de materiais e a eficiência energética trazem ganhos econômicos que tornam a indústria mais competitiva”, continua Battastini.
Contudo, o representante da Fiergs alerta para algumas limitações. Segundo ele, o Estado tem uma das legislações mais restritivas do país: “A indústria, desde seu projeto para instalação, já tem na sua concepção uma série de exigências ambientais que são incorporadas”. A maior preocupação do setor, conforme ele, está na burocracia e na insegurança jurídica, que abre espaço para interpretações e falta de clareza na aplicação das normas. “É o maior entrave que temos. Cumprir a legislação é inerente a qualquer compartimento de convivência social, sendo uma das premissas do setor industrial”, afirma. Sobre isso, as soluções apresentadas pela Sema para agilizar os processos não incluem mudança de leis, mas sim modernização na gestão, pessoal e tecnologia dos sistemas.
Setor calçadista passou por transformação nos anos 2000
Um dos maiores segmentos industriais do Rio Grande do Sul, o setor de calçados avalia a importância da legislação atual. O gestor de Projetos da Abicalçados, Cristian Schlindwein, lembra que o setor coureiro e calçadista era apontado como um dos vilões para o meio ambiente. Porém, a partir da década de 1990 e, com mais força, a partir dos anos 2000, ocorreu uma transformação relacionada ao cumprimento da legislação ambiental. “Hoje, entre os principais países produtores de calçados no mundo, temos o Brasil despontando com práticas mais responsáveis e sustentáveis, não somente na questão ambiental, mas em toda a abrangência de ESG”, observa.
Uma pesquisa da entidade, publicada este ano, mostrou que mais de 95% das empresas do setor trabalham com a destinação ambientalmente correta dos seus resíduos produtivos, recolocando-os na produção, reciclando ou até mesmo os transformando em fertilizantes ou material de construção. Mais de 60% utilizam energia proveniente de fontes renováveis e mais de 70% da produção de calçados no Brasil vem de empresas que realizam inventário de emissões de gases. “Além do impacto positivo para o meio ambiente, a empresa atrai atenção de visibilidade por estar preocupada com o futuro. Isso se reverte em interesse comercial e novas oportunidades de negócio”, afirma Schlindwein.
Pensando em todos esses temas e práticas, o diretor de uma empresa familiar com mais de 30 anos no ramo de injeção de peças em Porto Alegre, Gustavo Eggers, elenca algumas práticas sustentáveis. Circuito fechado, com a água circulando no mesmo sistema, sem que nada seja despejado no meio ambiente, é um deles. Reaproveitamento de quase 100% do refugo plástico é outra escolha da Bioplast. “A produção é alinhada, assim os desperdícios nas trocas de matérias-primas e cores são evitadas”, aponta. Tudo isso permite reduzir em cerca de um terço o desperdício. Dessa forma, ele atesta que é possível produzir de forma ecologicamente correta, sem que isso incremente o investimento.
Medidas podem favorecer empreendimentos
Caracterizado como um dos setores que mais impactam o meio ambiente pelo uso de recursos, geração de resíduos ou desmatamento, a construção civil também pode se beneficiar de algumas práticas. O coordenador do Fórum da Inovação na Construção Civil, Bernardo Etges, explica que, além das medidas que são obrigatórias por lei, há outras opcionais e que podem favorecer os empreendimentos.
A primeira está relacionada ao prazo. “Quanto mais tempo uma obra dura, mais material, tempo de pessoal e recursos estão sendo alocados. Tudo isso, de alguma forma, cria um impacto”, diz. Por isso, ele defende metodologias de produção enxuta: “O foco é reduzir os desperdícios e tornar a obra mais rápida e eficiente. No mercado de incorporação, obras que aplicam a metodologia têm conseguido reduzir o prazo em 30%, até 40%”.
Investimento em planejamento e treinamento de equipe, além do cuidado com a cadeia produtiva, auxiliam na adoção de ferramentas que geram economia. A preocupação em minimizar os resíduos já repercute no orçamento, pois a manutenção do lixo tem custos diários, tanto de remoção quanto contratação de aterro.
O presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Estado do RS (Sinduscon-RS), Claudio Teitelbaum, vai pela mesma linha. “Vejo muitas empresas aplicando esses conceitos e isso vem a melhorar a qualidade de vida e, futuramente, os custos de manutenção do condomínio”, observa, lembrando a importância dos prédios energeticamente mais eficientes e com uso racional da água. Ele comemora os incentivos públicos aos empreendimentos que utilizam painéis fotovoltaicos, vidros duplos, lâmpadas LED e que fazem o reúso de água da chuva e de águas cinzas.
Em Porto Alegre, um exemplo de construção em que o projeto foi pensado para implementar essas técnicas foi a sede da Fecomércio, na Zona Norte. No edifício, há iluminação natural e placas fotovoltaicas, mas o mais impactante é o telhado verde com 10 mil metros quadrados. Nele são cultivadas plantas sem usar terra. O objetivo foi reduzir o gasto com energia, captar e permitir o reúso de água potável. Além disso, contribui para a drenagem urbana, uma vez que a chuva que iria para as ruas e poderia provocar inundações é reaproveitada. Fora isso, também funciona como isolante acústico, reduz a poluição na cidade, favorece a biodiversidade, atraindo borboletas e passarinhos. Os cuidados com os recursos naturais começaram já na construção do prédio com pedras in natura, recolhimento de resíduos, controle de óleos e solventes e sistema de captação de energia solar.
Áreas verdes são responsáveis por manter o equilíbrio do microclima na cidade
Responsáveis por manter o equilíbrio do microclima das cidades e reduzir a intensidade do efeito estufa, as áreas verdes ainda colaboram para o conforto e qualidade de vida das pessoas. O professor da Faculdade de Arquitetura e do Programa de Pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional da Ufrgs, Eber Pires Marzulo, destaca que a vegetação permite sombreamento, relação maior com a luz natural, menos automóveis e mais circulação de pessoas.
Todo planejamento, portanto, deve considerar isso, proporcionar equilíbrio e priorizar que a flora seja variada, estimulando a existência também da fauna. “Isso é importante para o deslocamento de sementes, o que permite que a vegetação se expanda. As ruas funcionam como corredores para o deslocamento dos animais silvestres até ilhas, que seriam os parques urbanos. Um exemplo que nós temos é o Parque da Redenção”, diz Marzulo.
O coordenador do curso de Engenharia Civil e da Pesquisa, Extensão e Internacionalização da Faculdade Estácio do Rio Grande do Sul, André Guedes, acrescenta que a presença de árvores ajuda a diminuir a poluição do ar e reduzir o ruído. Ele lembra o caso de Seattle, nos Estados Unidos, que conseguiu conciliar o progresso com preservação e ampliação de áreas verdes, ganhando o título de Cidade Esmeralda. “O fundamental nesses casos é compreender o planejamento da arborização urbana. Nada é impossível de ser realizado, mas há limites a serem parametrizados pelo Plano Diretor”, observa.
Segundo Guedes, soluções podem ser estudadas e contempladas, como o tratamento de esgoto a ser realizado no próprio prédio, o que minimiza o impacto ambiental. O tráfego de carros, quando previsto, pode ser reduzido pelo incentivo a outros meios de transporte que facilitem a circulação e que tenham menos ruídos sonoros.
Eber Marzulo traz o exemplo de um recurso utilizado por Milão, na Itália, que fez de canais um meio de transporte de quem faz remo, por exemplo. No caso de Porto Alegre, ele observa que algo semelhante poderia ser feito na avenida Ipiranga, no Arroio Dilúvio, limpando o fluxo d’água, permitindo o uso e também ampliando pistas para bicicletas ou para o transporte coletivo. O professor ainda aborda a escolha dos materiais para os prédios, com predominância de concreto e vidro, que não absorvem o calor. Além disso, ele também destaca a dinâmica de produção rápida e com unidades caras, o que não atende a uma demanda de moradias para a população de classe econômica mais baixa e de produção de trabalho para esses setores.
Avanços nas práticas nas últimas décadas
A água utilizada no Brasil é destinada, principalmente, para irrigação de lavouras (49,8%), segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Porém, o agronegócio é responsável por outros impactos como a poluição e a degradação do solo e do ar, mesmo que a transição para culturas mais ecológicas já seja realidade em alguns pontos.
Assim como as consequências diretas, as externalidades da forma de produção também precisam ser consideradas, na opinião do engenheiro agrônomo, assistente técnico de Manejo de Recursos Naturais da Emater-RS, Ari Uriartt. “Os produtos utilizados podem trazer riscos à saúde, o que representa mais pacientes na rede pública, por exemplo”, afirma ele, lembrando ainda que não é possível comparar uma produção orgânica, voltada para o mercado local, com a produção de grãos destinados à exportação. “Não é proporcional”, observa.
A forma de plantar e criar animais utilizando recursos locais, como a compostagem, torna os orgânicos menos dependentes de insumos importados, atrelados à economia internacional e ao valor do dólar. No RS há 3.668 unidades cadastradas no Sistema Brasileiro de Avaliação de Conformidade Orgânica (SisOrg), órgão administrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Dentre as alternativas aos fertilizantes tradicionais, está o pó de rocha, que serve para dar estrutura ao solo e é ecologicamente mais correto e muito mais barato. Os bioinsumos para controlar pragas também estão entre as estratégias sustentáveis que não significam altos custos. Como práticas ecológicas, Uriartt destaca ainda a utilização de sementes de polinização aberta, sementes não transgênicas, milho crioulo e adubação verde.
Danos com a agricultura intensiva
O professor da Ufrgs, mestre em Sociologia Rural e doutor em Sociologia, Jalcione Almeida, analisa que, nas últimas décadas, houve avanços de práticas na agricultura, em termos gerais, com a implementação de técnicas desenvolvidas e disseminadas por instituições de pesquisa. O Plantio Direto, segundo ele, é uma ferramenta já consolidada. É uma técnica de semeadura que propicia a melhoria da qualidade de solo, água e ar e não demanda muito investimento.
Almeida entende que se deva avançar mais para diminuir os efeitos de uma agricultura intensiva. “Os efeitos têm se mostrado desastrosos para o meio ambiente. Os altos custos dessa agricultura têm limitado muito os avanços de determinadas áreas. Os níveis de exigência e de produção são muitos altos e têm todo um efeito ambiental, mas também efeitos do ponto de vista econômico e social”, conta, lembrando conflitos nessa área. “Fomos muito motivados por um slogan ‘Brasil celeiro do mundo’. Muito dinheiro foi colocado nisso e ainda apresentamos problemas. Somos um dos maiores produtores, mas um terço da população ainda passa fome”, aponta.
Segundo ele, pesquisa e conhecimento não faltam e o que o Brasil necessita é de vontade política e incentivos para uma produção mais preocupada com o meio ambiente. “De modo geral, em tese, se poupam recursos, desde a terra até outros recursos, como insumos e máquinas, mas precisa ter uma série de outras coisas, como mão de obra no campo”, afirma.
Fonte: Correio do Povo
Leia a notícia original em: https://www.correiodopovo.com.br/especial/economia-interessada-no-meio-ambiente-1.1052837

Secretário-geral da ONU diz que as mudanças climáticas estão fora de controle
O Secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou que as mudanças climáticas estão fora de controle. Ele disse que, se continuarmos adiando medidas cruciais pra proteger o meio ambiente, o planeta vai chegar a um ponto catastrófico.
A declaração foi dada justamente na semana em que o planeta bateu vários recordes de calor. Nesta quinta-feira(6), foi o dia mais quente já registrado na terra. A temperatura média global bateu 17,23°C.
O último recorde havia sido na segunda(3) e terça-feira(4) desta semana. Ou seja, foram três recordes de altas temperaturas nesta semana. Isto quer dizer que nunca antes o planeta registrou uma semana tão quente quanto essa.
Segundo o serviço de mudanças climáticas da União Europeia, este mês de junho foi o mais quente já registrado no mundo, ultrapassando o recorde anterior de 2019.
Enquanto a comunidade científica alerta para a importância de frear o aquecimento global, os americanos vão lidando como podem com o calorão (saiba mais abaixo).
Os efeitos do calor
Um cientista climático da Universidade Brown – universidade que tem um programa de estudos do clima – lembrou que o calor não vem sozinho. Além de matar ecossistemas, ele coloca espécies em risco de extinção.
Esse calor causa um efeito dominó. Um exemplo é a intensificação dos incêndios florestais no Canadá nas últimas semanas. A fumaça dos incêndios chegou até Nova York e isso fez com que, na sexta-feira passada, a qualidade do ar aqui ficasse entre as piores do mundo.
Com isso, mais pessoas procuraram hospitais por conta de problemas respiratórios.
Na Antártida, cientistas registraram um encolhimento recorde de placas de gelo e no Oceano Pacífico, o fenômeno El Niño, que é aumento da temperatura das águas da região chegou entre um e dois meses mais cedo do que de costume, este ano.
Alerta de calor extremo nos EUA
Nos Estados Unidos, o verão está castigando as pessoas e economias regionais. 20 milhões de americanos estão sob alerta de calor extremo.
Na Flórida, onde os termômetros marcaram 37°C, o assunto foi parar nas redes sociais: “Quero mudar daqui. meu corpo não foi feito pra este calor”, disse uma influenciadora.
Uma placa alerta que a alta temperatura do asfalto pode queimar as patinhas de animais de estimação.
Em Conneticut, o governador colocou em prática um protocolo de proteção. Uma das orientações é que as pessoas evitem atividades físicas na rua.
Temperaturas acima da média foram registradas no Texas, Oregon e Arizona, onde os termômetros chegaram a 41°C.
No estado do Minnessotta o calor já afeta produtores rurais. 92% do estado estão em situação de seca acima do normal para o mês de julho.
”A colheita começou devagar e agora está ainda mais atrasada”, diz uma americana.
O cientista climático Gavin Schimdt diz que a humanidade está pressionando os ecossistemas do planeta a funcionarem em condições desconhecidas, o que é preocupante.
Fonte: G1
Leia a notícia original em https://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2023/07/07/secretario-geral-da-onu-diz-que-as-mudancas-climaticas-estao-fora-de-controle.ghtml.

Comissão do Meio Ambiente aprova projeto disciplinando a recuperação e proteção das nascentes de água
Além de ser essencial para a vida, a água tem enorme valor econômico, estratégico e social. Diante da escassez de água potável verificada em várias partes do planeta, tem aumentado o número de projetos para a conservação das nascentes. Elas são fontes de água que surgem em determinados locais da superfície do solo e são facilmente encontradas no meio rural. A partir delas aparecem rios, ribeirões ou córregos. Entre as principais causas da degradação de nascentes estão o desmatamento e pastoreio intensivo, as queimadas, estradas mal planejadas e loteamentos em locais impróprios. Apesar do Brasil ser um dos países com maior riqueza hídrica no mundo e ter mais da metade da água da América do Sul, a distribuição pelo território nacional é heterogênia, com vários casos de degradação dos ecossistemas. A Comissão de Meio Ambiente do Senado aprovou um projeto de lei disciplinando as instalações para recuperação e proteção de nascentes. O senador Otto Alencar, do PSD da Bahia, relatou o projeto que veio da Câmara e afirmou que é preocupante a redução na produção de água no Brasil por conta do desmatamento próximo a nascentes.
O desmatamento em nascente, em rio, em matas ciliares compromete muito porque, além de provocar o assoreamento das nascentes, diminui a produção de água. E a produção de água está diminuindo de forma muito grande no Brasil em todas as localidades.
A proposta segue agora para a análise do Plenário. A Comissão também aprovou projetos sobre a adoção de animais e o nível dos reservatórios hidrelétricos. A senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, relatou o projeto sobre as hidrelétricas e afirmou que a proposta dará mais transparência tarifária para os consumidores.
A divulgação nas faturas de energia elétrica do endereço eletrônico no qual serão disponibilizados o nível dos reservatórios e a foto desses últimos dará aos consumidores informações concretas sobre o que as autoridades do setor elétrico utilizam para justificar elevações nas tarifas e o acionamento das bandeiras tarifárias.
O projeto sobre o nível dos reservatórios hidrelétricos segue para a Comissão de Serviços de Infraestrutura, em decisão terminativa pelo Senado. Da Rádio Senado, Floriano Filho.
Fonte: Senado Federal

Presidente da COP28 apresenta plano para triplicar energia renovável até 2030
Durante a COP28, conferência sobre mudanças climáticas da ONU que será realizada em novembro, os países precisarão encarar o quanto estão atrasados em relação às metas e concordar com um plano para entrar no caminho certo, disse nesta quinta-feira (13) o presidente da cúpula, Sultan al-Jaber, dos Emirados Árabes.
Em discurso de apresentação do plano do país para a cúpula, a ser realizada em Dubai, Jaber afirmou que o evento também deve render metas internacionais para triplicar energia renovável, dobrar a economia de energia e a produção de hidrogênio até 2030.
“Precisamos ser brutalmente honestos sobre as lacunas que precisam ser preenchidas, as causas profundas e como chegamos aqui hoje”, afirmou Jaber em reunião em Bruxelas com ministros e autoridades de países como Brasil, China, Estados Unidos e membros da União Europeia.
“Então precisamos aplicar uma resposta abrangente, voltada para o futuro e orientada para ações para abordar essas lacunas de forma prática”, disse.
A COP28 será a primeira avaliação formal do progresso dos países em direção à meta do Acordo de Paris de limitar a mudança climática a 1,5°C de aquecimento. As atuais políticas e promessas dos países não atingiriam esse objetivo.
“Não podemos fazer um balanço sem sentido. Trata-se da responsabilidade de nossas atualizações anteriores, presentes e futuras”, disse o ministro canadense do Clima, Steven Guilbeault, na reunião.
A avaliação na COP28, chamada de “global stocktake”, aumentará a pressão sobre os principais emissores para atualizar suas ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
Jaber que é chefe da Adnoc, empresa estatal de petróleo dos Emirados Árabes Unidos —fato que gerou revolta entre ambientalistas e políticos, que questionam sua disposição para tomar medidas contra combustíveis fósseis—, disse que todos os governos devem atualizar suas metas de redução de emissões até setembro, o que os Emirados Árabes Unidos fizeram no mês passado.
Jaber afirmou também que a COP28 visa estabelecer ainda um fundo prometido para compensar os países mais pobres por danos irreparáveis causados pelas mudanças climáticas.
Os países finalmente concordaram nas negociações climáticas da ONU do ano passado, na COP27, no Egito, em formar o fundo de perdas e danos, mas deixaram as decisões mais difíceis para depois, incluindo quais países deveriam pagar por ele.
Fonte: Folha de São Paulo

Descarte irregular de lixo traz prejuízos ao cidadão e ao meio ambiente
Descarte irregular de lixo traz prejuízos ao cidadão e ao meio ambiente
A coleta de descartes irregulares consumiu exatos R$ 7.019.863,63 dos cofres públicos do Distrito Federal nos três primeiros meses de 2023. O Serviço de Limpeza Urbana (SLU) recolheu, de janeiro a março, 160.089 toneladas de resíduos nas vias da capital do país. Para além do prejuízo financeiro, a prática de jogar lixo nas ruas traz impactos ambientais, transtornos à população e problemas para a saúde pública.
Pequenas embalagens de alimentos, papéis e tocos de cigarro descartados irregularmente, por exemplo, podem provocar alagamento nas ruas. Levados pelo vento e pela chuva, esses materiais acabam entupindo bocas de lobo, impedindo a drenagem da água. Só neste primeiro trimestre, 5.706 toneladas de resíduos leves foram recolhidos com varrição e catação em áreas públicas, um custo de pouco mais de R$ 3,5 milhões.
“Já os materiais volumosos, como móveis velhos e restos de construção civil, atraem animais peçonhentos como os escorpiões e propiciam o acúmulo de água, colaborando para a proliferação do Aedes aegypti, o mosquito causador de doenças como dengue, chikungunya e zika”, explica a engenheira ambiental do SLU Mayara Menezes. “Além disso, alguns resíduos podem se decompor e contaminar o solo”, completa.
A retirada de móveis abandonados em áreas públicas é feita de forma manual – os garis do SLU coletaram 5.497 toneladas de volumosos nos primeiros três meses do ano, quase R$ 480 mil de gasto. “Os restos de construção civil, no entanto, dependem de uma pá carregadeira para serem recolhidos”, conta Mayara. A coleta mecanizada rendeu, no mesmo período, 149.886 toneladas de entulho, com um prejuízo de R$ 3 milhões aos cofres públicos.
“Toda a verba gasta com o descarte irregular poderia ser investida em outros serviços, como educação ambiental e implantação de novos equipamentos públicos. Para isso, bastaria a população se conscientizar e dar a destinação correta para os resíduos”, ressalta a engenheira ambiental. “Por isso, a educação e a fiscalização são tão importantes”, garante.
O Governo do Distrito Federal oferece muitas opções para o cidadão interessado em preservar o meio ambiente e as contas públicas com uma boa gestão dos resíduos sólidos urbanos. Além das coletas seletiva e convencional, vários equipamentos públicos dedicados ao recebimento de resíduos estão espalhados por todo o DF. A população tem mais de 880 opções para dar a destinação correta ao lixo.
Fonte: Jornal de Brasília
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Energia solar deverá fazer parte do Minha Casa, Minha Vida
Em entrevista ao Canal Solar, Adalberto Maluf, secretário nacional do Meio Ambiente Urbano e Qualidade Ambiental, esclareceu que o Governo Federal tinha a disposição de vetar a energia solar na retomada do programa Minha Casa, Minha Vida, porém retrocedeu em sua decisão.
“Em relação ao Minha Casa, Minha Vida, realmente tinha essa primeira disposição do governo de vetar tanto o artigo 37 quanto o artigo 38 da MP da Minha Casa, Minha Vida. Mas, após a intervenção do Ministério de Meio Ambiente junto aos demais ministérios, o Ministério do Meio Ambiente obteve apoio para que o artigo 38 – da redução de 50% do custo de disponibilidade – não fosse vetado, que aos olhos do MMA, seria mais importante para garantir com que as populações mais carentes possam também gerar energia para elas. Por isso, houve um compromisso do governo de não vetar o artigo 38”, relatou Maluf.
“Já o artigo 37, da venda de excedentes de energia, por mais importante que a gente considere a medida e veja muito mérito na inserção dela, nós consideramos que ela precisava de um debate muito mais maduro com todos os entes do setor elétrico brasileiro, e não seria com uma emenda que a gente ia fazer uma mudança tão importante no setor”, concluiu.
Horas atrás, conforme noticiado pelo Canal Solar, Jader Filho, ministro das Cidades, afirmou que a energia solar havia sido um dos vetos. “Houve diversos vetos. O que posso falar especificamente é que a questão da energia solar foi um dos vetos que aconteceram, outro foi do seguro estruturante e a questão dos cartórios também foi vetada. Então terão alguns outros vetos, mas não serão muito mais que isso. Os principais são esses três”, disse o ministro ao G1.
Diante das declarações e afirmações feitas a respeito do programa Minha Casa, Minha Vida, o setor aguarda confirmação do que irá acontecer por meio da publicação no DOU (Diário Oficial da União), prevista para sair até amanhã (14).
Fonte: Canal Solar
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O papel da sustentabilidade corporativa
Na área de negócios, o termo “sustentabilidade” agora é um conceito muito amplo, que demanda estratégias variadas para atingir o que, segundo analistas do Gartner, deve ser a meta do planejamento sustentável: criar valor de longo prazo para os stakeholders, considerando impactos sociais, econômicos e ambientais em decisões estratégicas e operacionais.
Na pauta das empresas, as principais ações estão voltadas para as políticas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance – Ambiente, Social e Governança Corporativa). E, nesse guarda-chuva, qual é o papel da sustentabilidade corporativa, conceito que vem ganhando espaço no mundo dos negócios? Aparentemente, segundo a definição da ONU, os objetivos são os mesmos: entrega de valor no longo prazo em termos financeiro, ambiental, social e ético.
Mas analistas apontam as diferenças. Em linhas gerais, a sustentabilidade corporativa tem como foco a melhoria da empresa, enquanto as práticas ESG visam reduzir riscos financeiros. E como atingir esses objetivos?
A sustentabilidade corporativa está ligada ao modelo de negócio e inovação, à administração estratégica da sustentabilidade. O objetivo é implementar processos e entregar produtos sustentáveis, monitorar e controlar os indicadores e, assim, ter acesso a novos mercados, envolvendo os stakeholders.
Já as ações ESG, além dos benefícios ambientais, sociais e de governança, são mais orientadas a produtos financeiros, facilitando a captação de dinheiro no mercado. Para isso, é preciso abrir um canal de comunicação com os shareholders com a publicação de relatórios de sustentabilidade e informações transparentes.
Os três pilares fundamentais
A sustentabilidade corporativa está baseada em três pilares: o ambiental, a responsabilidade social e o econômico. São os três Ps originais (People, Planet, Profit), criados pelo defensor da sustentabilidade corporativa John Elkington na década de 1990. Eles eram uma forma de enfatizar a crescente importância da equação resultado econômico-financeiro X resultado social X resultado ambiental, em vez do lucro convencional e único.
O quarto P – Propósito (Purpose) – foi adicionado nos últimos anos para refletir o interesse de um número crescente de consumidores no propósito organizacional de uma empresa e a diferença que ela deseja fazer em sua comunidade (ou na comunidade global mais ampla) no que diz respeito aos impactos sociais e ambientais.
Porque implementar modelos sustentáveis
Segundo o Gartner, líderes empresariais de organizações com programas de sustentabilidade em vigor relatam uma série de benefícios. Eles dizem que essas estratégias ajudam a proteger a empresa de impactos disruptivos e atenuar os aumentos de custos. Além disso, 83% dizem que as atividades do programa criaram diretamente valor de curto e longo prazo para sua organização.
A sustentabilidade corporativa, assim como os princípios ESG, são imperativos para os negócios, essenciais para o sucesso de longo prazo, garantindo que os mercados forneçam valor para toda a sociedade, e é uma preocupação crescente entre os investidores que buscam não apenas o lucro econômico, mas também o bem social, assim como entre clientes preocupados com as suas pegadas de carbono.
Então, para impulsionar a sustentabilidade no DNA corporativo, as empresas devem se comprometer no nível mais alto, relatar anualmente seus esforços e se envolver localmente onde têm presença. Esse deve ser o novo modelo de negócio.
Fonte: Diário do Comércio
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Biocombustível: BNDES amplia recursos de programa voltado ao RenovaBio
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a dotação complementar de R$ 1,5 bilhão para a linha de crédito voltada à política brasileira de estímulo aos biocombustíveis, RenovaBio. Com a ampliação, o orçamento total para o programa passa a ser de R$ 3,5 bilhões até o fim de 2024. “Com a redução da taxa inicial de juros e a definição de metas de acordo com o nível de eficiência energética do cliente, mudanças implementadas para o biênio 2023-24, estamos conseguindo atingir uma parcela ainda maior do setor de biocombustíveis”, afirmou, em nota, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O crédito ambiental, social e governança (ASG, na sigla criada pelo BNDES) para o setor de biocombustíveis foi um incentivo criado pelo BNDES em janeiro de 2021. Até o início de 2023, o sistema havia aprovado 13 operações de financiamento na soma de R$ 1,1 bilhão. Segundo o banco, mais de R$ 1 bilhão já foi desembolsado e outras operações são analisadas pela instituição financeira. A expectativa é de que o conjunto de usinas apoiado pelas operações já contratadas será capaz de evitar emissões de 3,4 milhões de toneladas de carbono por ano, volume 14% maior ao verificado antes dos financiamentos.
Fonte: Época Negócios
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