As atividades presenciais do 12º LASE, um dos maiores congressos brasileiros na área do setor ambiental, foram realizadas entre os dias 24 e 26 de novembro de 2021, no Hotel Blue Tree Premium Morumbi, na capital paulista. Com o intuito de facilitar maior participação de público, este ano o LASE/VIEX, ocorreu no formato híbrido.
O evento reuniu cerca de 250 participantes, entre eles diretores e gerentes nas áreas ambiental, social, jurídica e técnica das empresas de energia, consultores e especialistas, autoridades dos governos e órgãos ambientais.
A Ecossis Soluções Ambientais marcou presença no evento com seu diretor executivo, Gustavo Leite, que destacou a importância do debate neste momento em que o Brasil passa por um momento de forte alta nos preços da energia (com a bandeira vermelha ativada). Para ele, o principal desafio é encontrar equilíbrio entre a geração e distribuição de energia, considerando os quesitos do licenciamento e impacto ambiental, sem deixar de lado a celeridade e a economicidade deste tipo de geração distribuída.
Leite também observou que o evento trouxe na pauta questões fundamentais para a tomada de decisões estratégicas de mercado. “Hoje, o desempenho sócioambiental das empresas define suas políticas internas e compromete negócios e investimentos, por isso as lideranças precisam cada vez mais estar atentas nas métricas de eficiência e efetividade de seus programas ESG”. Para Leite, não há dúvidas que os temas ESG estão mudando a forma de fazer negócios.
Neste contexto, a Ecossis desenvolveu para o mercado serviços de consultoria para o desenvolvimento de instrumentos de governança, riscos e compliance em ESG, considerando cada segmento de atuação.
Um dos principais painéis do 12º LASE/VIEX trouxe como tema a “Vocação e protagonismo brasileiro para a transição energética”, com a participação de Eduardo Bim, Presidente do IBAMA; Elisângela Almeida, Superintendente de Meio Ambiente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); Jean-Paul Prates, Senador da República (PT-RN); e Maria Ceicilene Aragão Martins, Assessora Especial de Meio Ambiente, Ministério de Minas e Energia.
“Cerca de 85% da matriz energética brasileira hoje é renovável e temos um recorde de produção energia eólica no Brasil”, informou Maria Ceicilene Aragão Martins. De acordo com a assessora do Ministério de Minas e Energia o gás também tem feito a diferença, sendo que a expectativa para próxima década é duplicar a produtividade neste segmento. “Temos trabalhado ainda no programa de hidrogênio, pois acreditamos na diversidade dessa fonte para atender o mercado interno e externo”, informou Ceicilene. Sobre energia nuclear ela afirmou que o governo pretende reativar Angra dos Reis e investir em mais oito usinas no decorrer dos próximos anos. Na contramão da pauta mundial para diminuir a produção de carvão, a assessora disse que o governo está trabalhando em seu desempenho através do programa “Uso Sustentável do Carvão Mineral Nacional”. Segundo ela, com responsabilidade social, os objetivos são a sustentabilidade ambiental, manutenção da atividade econômica da atual indústria carbonífera e substituição de termelétricas antigas por novas e modernas a carvão nacional.
Elisângela Almeida, Superintendente de Meio Ambiente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE); fez uma análise de transição energética no Brasil. Ela lembrou que, a partir da década de 1970, a estrutura estatal do setor começou a deteriorar-se e se agravou nos anos 80 por vários motivos, inclusive pela crise econômica do país.
Ela ainda destacou que na década de 1990, o Brasil também passou por uma mudança de foco dos grandes empreendimentos hidroelétricos. Segundo a superintendente, o governo voltou sua atenção para os empreendimentos de menor porte, como as pequenas centrais hidrelétricas (PCH), e para as termelétricas. Ela também mencionou as mudanças que ocorriam no final dos anos 90 no cenário internacional – envolvendo o ritmo e a intensidade dos financiamentos a serem aplicados na viabilização de projetos de longo prazo.
Já presidente do Ibama, Eduardo Bim, falou sobre um dos assuntos mais esperados: a agilidade na análise dos processos de licenciamento. “Sabemos que o atraso de dias, significam milhões, por isso queremos trabalhar para trazer segurança jurídica para os investidores”, destacou. Sobre o cenário do mercado hidrelétrico, Bim garantiu que o IBAMA está se preparando para trazer mais planejamento para as empresas com menos intercorrências nos processos de licenciamento. “Processo no IBAMA é para andar, quero trazer mais eficiência para a gestão pública e por isso vamos trabalhar na pluralidade”, disse ele, destacando ainda que o Instituto está capacitado para isso.
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Autor: Sabrina Ortácio.